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Cinco inovações tecnológicas promovem cosméticos e tratamentos mais eficazes e seguros

Nas últimas décadas, a indústria de cosméticos passou por um processo de evolução que resultou em um salto tecnológico muito semelhante aos avanços digitais conquistados no mesmo período. Enquanto passamos da era do telefone à do smartphone, a ciência nos presenteou com inovações cosméticas como a nanotecnologia, os probióticos, entre outras.

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“Essas evoluções acrescentam aos tratamentos de pele mais segurança e resultados mais eficazes, muitas vezes reduzindo os efeitos colaterais e mantendo resguardada sua função protetora”, comenta Isabel Piatti, especialista em estética e cosmetologia. Os avanços tecnológicos acompanham as mudanças observadas no mundo, como o aumento da poluição, fenômenos climáticos, além de hábitos não-saudáveis, como tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, etc. Todas essas alterações ambientais e culturais fizerem surgir ativos e produtos que tentam reverter esses danos.

Hoje, é comum observar ingredientes ativos com ação antipoluição, antioxidante, desglicante (que desfaz ligações do açúcar com as proteínas do colágeno) e antigravidade. Entretanto, segundo Isabel, todas essa evoluções são consequência da nanotecnologia. “Através da vetorização dos ingredientes, é possível fazer com que esses princípios ativos atinjam precisamente o local desejado”, explica. Veja abaixo as principais inovações:

Nanobiotecnologia
Esse avanço está relacionado às estruturas, prioridades e processos envolvendo materiais com dimensões em escala nanométrica. “Essas partículas promovem muitas vantagens em relação às formulações tradicionais. Refere-se à utilização de pequenas partículas contendo princípios ativos que são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, potencializando os efeitos dos produtos”, comenta Isabel.

Alguns exemplos de ativos que se utilizam da nanotecnologia: vitamina C nanoencapsulada, possui intensa ação antioxidante e ameniza os danos causados pela radiação ultravioleta; óleo de rosa mosqueta nanoencapsulado, que promove hidratação, reduz a desidratação cutânea e regeneração da pele; vitamina A nanoencapsulada, que mantém as mesmas características do ativo natural, estimulando a produção do colágeno e auxilia na redução de acne.

Cosméticos biomiméticos
O Biomimetismo é um campo emergente e tem como foco principal a compreensão do fenômeno natural. Estudos têm mostado que a utilização de fórmulas biomiméticas minimiza a irritação e aumenta efetivamente a hidratação da pele. “Nos produtos, a indústria pode utilizar peptídeos biomiméticos a fim de desempenharem funções semelhantes às do organismo”, explica a especialista.

“O ativo B-White inibe tanto a pigmentação constitutiva (genética), quanto a facultativa (fotoexposição). O TGP-2 retarda o crescimento de pelos e tem efeito anti-inflamatório. E o Vederine é um ativo inovador que atua restaurando as funções dos receptores de vitamina D, lesados pelo processo de envelhecimento”, exemplifica Isabel sobre esse ramo da ciência.

Probióticos
“Pro” significa “para” e “biotic” significa vida, logo estamos falando de algo que beneficia a vida, principalmente da pele. Os probióticos são micro-organismos vivos, administrados em quantidades adequadas e que conferem benefícios à saúde do hospedeiro.

Segundo a especialista, muito se sabe sobre os benefícios dos probióticos ao bom funcionamento do organismo, porém, recentemente, as chamadas “bactérias do bem” passaram a ocupar espaços nos potes de cremes e são indicados para o tratamento de acne, rosácea e dermatite.

Ativos “Like Effect”
Os ativos “like” têm ação muito similar ao parâmetro e geralmente tem origem vegetal, sendo muito bem aceitos pela pele. As substâncias desse tipo podem ter um papel imunológico, suavizar e preencher rugas, estimular a síntese de colágeno e ação anti-inflamatória para peles sensíveis.

Cosméticos sem adição de água
A ideia é que as novas formulações necessitem de pouca ou nenhuma porcentagem de água, sem perder a eficiência. No Brasil, quando se fala na produção de cosméticos, mesmo os que o mercado classifica como concentrados, podem levar até 80% de água em sua composição. “Essa alternativa de substituição da água já é uma realidade viável para algumas empresas, que apresentam séruns de tratamentos faciais e corporais altamente concentrados, com até 99% de ativos na composição, sem adição de água”, explica Isabel.

A base é uma das responsáveis por melhorar a penetração desses ativos na pele e, dentre as matérias-primas que a compõem, a água é responsável por auxiliar nas características de sua estrutura, seja ela gel, creme, emulsão ou sérum. “Trocar a água dessa formulação por um substituto exige muito estudo e experiência no desenvolvimento de cosméticos, pois a nova substância deve assumir o papel de veículo — ­até então desempenhado pela presença da água, como num produto de base sérum, por exemplo”, finaliza Isabel.

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