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Renata Bastos: “sou frágil quando quero e uma onça quando preciso”

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, convidamos Renata Bastos, 37 anos, performer, empresária e mulher trans para escrever um artigo sobre o que o dia significa para todas nós. Leia e se emocione:

“Mulher, palavra com significado ainda ligado pela diferença do órgão sexual, a fragilidade, a juventude e vista com preconceito ainda quando sozinha/solteira. Isso tudo não me representa e não representa essa mulher que nos tornamos em 2020.

Me tornei mulher com força, com sede de vitória, fui atrás dos meus sonhos e os trouxe para a vida real. Nós mulheres ainda sabemos que, na maioria das áreas, o nosso corpo vem em primeiro lugar. Vemos isso quando usamos um decote, um vestido com um pouco mais de pele à mostra, e isso faz com que tenhamos que provar ainda mais que somos capazes de sentar em uma reunião sem que nossos seios ou pernas sejam o foco – e sim nossas ideias, nossa fala.

Eu, como mulher trans, enfrento uma luta diária com homens e mulheres, pois ainda em alguns casos somos vistas como o outro do outro pensando na “categoria do outro de beauvoir”.

Sou mulher com 37 anos, sou trabalhadora, pago minhas contas, sou frágil quando quero e uma onça quando preciso. Precisamos destruir essa pirâmide do falocentrismo.

O mundo e seus direitos são horizontais e não podemos mais deixar o poder nos dominar e nos colocar em lugares do objeto, da submissa, da inferior. Somos fortes e não seremos queimadas, seremos bruxas de tanto poder que sairá de nós e vamos lutar com as nossas armas do amor, da palavra, e vamos equalizar os direitos de gênero. Termino com uma frase da artista Rita Wainer: ‘respeita as mina porra’.”

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