Foto: Reprodução/Instagram/@wanessa
Para reforçar o time de palestrantes desta edição do Salão Casamoda, nesta terça-feira (23.08), Wanessa Camargo participou de uma live do evento sobre misticismo na moda. Com muita leveza e honestidade, a cantora falou sobre saúde psicológica e os desafios que enfrentou nos últimos dois anos, que resultaram em uma nova fase da sua vida, se preocupando menos com os outros e mais com os seus desejos.
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Em entrevista ao RG, Wanessa deu detalhes sobre sua relação com a moda, a parceria com Sandy e as técnicas que usa para manter o bem-estar em dia. Leia abaixo:
RG – Como é a sua relação com a moda? Como ela influencia no seu dia a dia?
Wanessa Camargo – A moda é uma expressão do que está dentro de você. Para mim, é muito importante. O que você usa, é como sua casca, é o que você quer dizer para o mundo. Quer algo mais importante do que isso? Seja no seu trabalho, seja com a sua maternidade, com você como mulher. Então, é muito importante. E com o meu trabalho, onde estou falando de música, de sentimento, se torna mais importante ainda. Porque no show, no clipe, nas apresentações, se a vestimenta não estiver alinhada com aquilo que estou cantando, não passa a mesma mensagem.
RG – Com o retorno das tendências dos anos 2000, tem alguma característica dos seus looks de início da carreira que retomou?
Tenho um pouco de medo das tendências de moda dos anos 2000 (risos). Ano passado, revisitei algumas roupas que guardei. Não sei se usaria de novo. Acho que a tendência é boa quando não volta exatamente igual. É quando você tem coisas daquela tendência, mas que trazem ela para os dias atuais. Por exemplo, se eu fizer uma música com o mesmo arranjo que nos anos 2000, talvez não funcione. Mas posso trazer essa música com arranjo novo e ela funcionará daqui a vinte anos. Então, você buscar e trazer uma essência para essa tendência estar no lugar de hoje, aí funciona.
RG – Nos últimos dias, não pararam de circular imagens da sua parceria com Sandy. Como foi a experiência?
Foi lindo, uma experiência inacreditável. Um momento de sonho realizado, de duas mulheres que sempre foram colocadas uma contra a outra estarem ali juntas, se abraçando. Estávamos tão nervosas, mas tão felizes de estar fazendo aquilo. E foi lindo, porque começamos com uma amizade, que foi se tornando cada vez maior e virou uma parceria. Foi muito representativo para mim, para minha vida, para a dela e para os nossos fãs que nos acompanham.
RG – Ainda vemos muito o hábito de colocarem mulheres contra outras. Como você se blinda disso?
É como o que aconteceu agora comigo e com a Deborah Secco. [Imagens da atriz assistindo a uma apresentação da cantora no programa “Altas Horas” viralizaram na internet] Nós nos falamos, nos perguntamos o que íamos fazer e combinamos de postar algo para, é claro, falar o que aconteceu. Então, essa comunicação tem que existir. É esse lugar de uma olhar para a outra com carinho e entender que não precisamos estar uma contra a outra.
RG – Durante o talk, você falou sobre saúde mental. De que hábitos não abre mão para cuidar de si?
Para mim, é essencial manter hábitos reais, então acordar cedo, dormir bem, me alimentar bem. Ainda está faltando o exercício físico, mas logo vou voltar, é a pontinha que está faltando. Além disso, é necessário ser sincera, verdadeira com você mesma. Olhar para si e falar “estou com dificuldade aqui”. Ser sincera e não ter medo de ser você, porque é muito difícil ser a gente quando temos medo. Pisamos em ovos o tempo inteiro pelo outro, pela sociedade, pelo trabalho. E eu cansei de pisar em ovos. Quero andar livre, leve e solta, descalça no vento, quero ser feliz.
RG – Como você se sente neste novo momento de vida?
Estou no caminho, sabe? Venho de um lugar que foi muito escuro para mim, que foi encarar a Síndrome do Pânico nos últimos dois anos. Foi um longo processo. Para mim, foram dois anos muito sagrados, mas muito difíceis. Eu escolhi que esse caminho fosse mais difícil para que, hoje, pudesse olhar para você e falar “estou me sentindo feliz, mais livre”. O caminho ainda está sendo trilhado, claro. Mas começo a refletir coisas que nem imaginava, porque estou me sentindo mais bonita, mais iluminada.