Top

DJ Eli Iwasa conta sobre points que visitou em sua tour europeia

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Nas últimas duas semanas, a a DJ brasileira Eli Iwasa fez sua primeira turnê pela Europa pós-pandemia. Passando por festas europeias superimportantes, a brasileira está em uma fase brilhante da sua carreira nesta retomada – confirmada em festivais como Rock in Rio -, e seu retorno foi triunfante para o famoso clube londrino Egg, passando também por Barcelona  – na celebração dos dez anos da gravadora Life and Death -, Lisboa e Turquia.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

Apaixonada por gastronomia, Eli aproveitou a estadia para conhecer restaurantes e a cultura de cada país, trazendo na bagagem um texto exclusivo, contando como foi a viagem, os eventos, a experiência com o público e soundsystem, e ainda deu dicas gastronômicas e de música valiosas. Veja a seguir o relato exclusivo para o RG.

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Essa foi a primeira turnê na Europa e Turquia em quase 3 anos – e talvez a mais sólida, sendo que passei por espaços importantes de Barcelona, Lisboa, Londres e Turquia. Decidi ficar em cada cidade por alguns dias e não ficar pulando de um destino a outro, para aproveitar melhor não somente as apresentações, mas principalmente mergulhar na gastronomia e cultura de cada lugar (especialmente Turquia e Lisboa para onde nunca tinha ido antes).

Barcelona

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Barcelona é um caso de amor antigo, e voltei para me apresentar mais uma vez na festa da Life and Death, de DJ Tennis. Fiz diferente dessa vez: em vez de me jogar nas centenas de festas que acontecem no Off Sónar, visitei alguns dos meus restaurantes favoritos como o Bar Brutal e o Cañete, fui conhecer o menu degustação do estrela Cruix, que recentemente ganhou sua primeira estrela Michelin e é um segredinho da cidade, fui às exposições de Helmut Newton e Iness Rychlik, na Foto Nostrum, e ao novo Moca Museum (que tem em Amsterdã também), com trabalhos de Warhol, Banksy, Kaws, Damien Hirst, osgemeos, e Basquiat em seu acervo. Mais uma vez a festa da Life and Death entregou tudo, em um das mais bonitas locações do calendário disputado nesta semana de junho, a 30 minutos do centro, e a curadoria impecável distribuída em duas noites, com nomes como Roman Flugel, Danilo Plessow, Palm Trax, DJ Nobu, Danny Daze, John Talabot e Whitesquare. Reunião de família.

Lisboa

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Parti para Lisboa na segunda, depois de ter ido à festa da Innervision que lotou o Poble Espanol, com estrelas como Bonobo fazendo sua estreia em um evento do selo e o b2b de Dixon e Âme. Tirei o primeiro dia para passear por pontos turísticos da cidade como a Torre de Belém, parar para comer os famosos pastéis pelo caminho, e ver Lisboa de cima do Miradouro de Santa Luzia. Sempre me falaram muito bem da gastronomia local, e me surpreendi com a cozinha de Leopoldo Calhau e sua Taberna do Calhau, e com o cool Tricky’s, que fica ao lado do bar Vago, onde me apresentei numa quarta-feira. O Vago tem entre seus sócios, Millos Kaiser e Luiz Gabriel Vieira, do Caracol, em São Paulo, e também a curadoria afiada, os drinks e comidinhas perfeitos, e claro, o soundsystem da Klipsch para audiófilo nenhum botar defeito. Ali pude testar promos e baixar o bpm, como gosto de fazer no Caracol, e tocar algo completamente diferente dos sets peaktime que costumo fazer.

Londres

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Cheguei em Londres em uma quinta-feira, e tenho uma relação muito forte com a cidade. A primeira vez que fui para Londres tinha planejado ficar duas semanas – fiquei quase 2 meses, e só voltei porque não tinha mais uma libra no bolso. Eu me sinto em casa, assim que piso ali, parece que tudo se acomoda, tudo é familiar. Fiquei em Shoreditch, uma região que valorizou muito nos últimos 15 anos, e hoje é repleta de excelentes bares e restaurantes. Quer um lamen excelente? Vá ao Monohon Ramen em Old St.. Deu vontade de um bom indiano e não quer ir para Brick Lane? Tem o bombado Dishoom. Se quiser se esbaldar em um restaurante badalado, você pode ir ao The Clove Club.

Uma das coisas mais legais desse tour pela Europa foi a visita ao showroom da L’Acoustics, em Londres. Eles são uma das minhas marcas favoritas de loudspeakers, e tenho uma relação afetiva com ela por causa do sistema de som do Caos. Ali fui recebida pelos engenheiros da empresa que me apresentaram desde as novidades de uso residencial, corporativo, suas aplicações no mundo da moda e artes (de desfiles da Chanel a instalações imersivas como a de Refik Anadol, que conferi em Istambul), vi demonstrações no sistema 18.1.12 deles, experimentei o In-Ear Contour XO desenvolvido em parceria com a marca americana Jerry Harvey, que me proporcionou uma riqueza de detalhes impressionantes, a Island desenvolvido para uso residencial e que leva para sua casa a experiência 360º e toda definição de som da L’Acoustics. E de quebra, vi de perto o que eles vem desenvolvendo com o L-isa em seu estúdio dedicado a esta tecnologia de som imersivo, que vem revolucionando a experiência e reprodução de som ao vivo.

Aproveitei para visitar o Barbican, um ícone da arquitetura brutalista, ver as instalações do Our Time on Earth the ocupava a galeria The Curve, e simplesmente tomar um café e admirar o espaço. Também fui ao White Cube, com uma exposição do fotógrafo alemão Andreas Gursky, grande favorito meu. Me apresentei no Egg no sábado, em um showcase do Warung que já virou tradição, junto com Albuquerque, e o brasileiro residente em Londres Odd Koncept.

Turquia

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

A cereja do bolo ficou para o final. Sempre ouvi coisas maravilhosas sobre Istambul, mas essa viagem superou todas as expectativas. Achei a Turquia e suas pessoas parecidas com o Brasil: seu calor, sua hospitalidade, também seus desafios na política e na economia. Toquei no Phonix Klein, um dos mais importantes da Turquia, no domingo, e a energia de sua pista também me lembrou de casa.

No primeiro dia livre, visitei, em companhia da minha manager Priscila Prestes, a parte antiga e histórica da cidade. Do Grand Bazaar, suas milhares de lojas e caminhos, aromas e cores incríveis, a Blue Mosque que estava em obras e não deu para ver toda sua beleza, até a Hagia Sofia. A energia da mesquita é impressionante, e pensar em tudo que se passou ali dentro, na fé das pessoas, me emocionou. Impossível passar por ali e não ser tocado por sua força.

Foto: Acervo pessoal/Eli Iwasa

Para quem ama comer como eu, Istambul é o paraíso. Os doces, kebabs, e ainda tive a sorte de conhecer o restaurante Çiya Sofrasi, do lado asiático da cidade, para conhecer um pouco da gastronomia da Anatólia. Uma das boas surpresas foi atravessar o estreito de Bósforo e sua deslumbrante água azul turquesa, e passar algumas horas em Kakidoy, mais precisamente em Moda, um distrito cheio de cafés, lojas, e restaurantes. Diferentes de algumas partes do lado asiático, mais conservador, Moda é vibrante, e definitivamente, merece uma visita.

Agora é me preparar para a próxima, em outubro, para o Amsterdam Dance Event, maior conferência de música eletrônica do mundo.

Mais de Lifestyle