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Mel é um superalimento que merece protagonismo na dieta

Foto: Istock

Uma pessoa pendurada em um cipó, se esticando ao máximo para coletar o mel de abelhas silvestres. A cena prosaica, que poderia acontecer em qualquer lugar, é uma pintura rupestre realizada há mais de 8 mil anos, nas cavernas de Araña, em Valência, na Espanha. A relação do ser humano com o mel vem de tempos remotos. Está presente em passagens da Bíblia, no Alcorão, há registro de utilização pelos hindus desde 6.000 a.C. e pelos egípcios em rituais terapêuticos e na mumificação. O que os antigos sabiam empiricamente, comprovamos por meio de estudos, que destacam o mel como um produto icônico, com finalidades alimentares, medicinais e cosméticas. Apenas meia colher de sopa de mel por dia traz inúmeros benefícios para a saúde: é o que aponta um artigo publicado no portal português NCultura.

O mel brasileiro ganhou força no mercado internacional em 2021, com crescimento de 50% nas exportações. Mas o consumo interno ainda é baixo: enquanto a média mundial per capita é de 240 gramas, no Brasil, é de 60 gramas, uma das menores do mundo. Na Europa, o consumo é superior a 1 kg anual por habitante. O que falta para o brasileiro descobrir a preciosidade deste líquido viçoso? O conhecimento sobre a versatilidade é uma das respostas. O mel é um superalimento, porém, no Brasil, ainda é muito associado a remédios. Conheça os benefícios e as utilidades deste produto completo, que merece protagonismo na despensa das casas.

Quais os benefícios?

Além de saboroso, o mel tem uma lista infindável de benefícios. Atua de forma sistêmica no corpo. Para começar só com a letra A, é antioxidante, antibacteriano, antisséptico e antifúngico. Tem mais de 70 substâncias vitais, como vitaminas, água, enzimas e minerais. Auxilia no tratamento de bronquite, gripe e asma. Reduz o colesterol, melhora a circulação, diminui a pressão arterial e previne doenças cardíacas. É aliado na manutenção da flora intestinal e regula a digestão. Devido à grande quantidade de oxidantes e por estimular a absorção de cálcio, o mel contribui para a melhoria das funções cerebrais e da memória. Fortalece o sistema imunológico, combate  a insônia e auxilia no tratamento de alguns tipos de câncer.

Adoçante natural com equilíbrio

Viver é se equilibrar entre escolhas. O mel é um bom exemplo. Poderoso adoçante, com muitos nutrientes, pode substituir com vantagens o açúcar em bebidas e receitas. Por ter menos frutose, é absorvido mais lentamente pelo organismo, o que faz dele uma fonte de energia. É importante não exagerar na quantidade, e o consumo deve ser moderado; por ser rico em calorias e açúcares, pode contribuir para o ganho de peso e a desregulação do índice glicêmico. Basta apenas meia colher de sopa por dia, ou no máximo dez colheres e meia por semana, sempre acompanhado de uma dieta saudável.

Aliado da beleza feminina

A pele de Cleópatra faz parte do imaginário coletivo. Na época, não existia registro fotográfico ou selfie, mas conta-se que a rainha do Egito usava máscaras à base de mel e tomava banho com leite e mel, para manter a saúde da pele e do cabelo. Uma atitude visionária, pois o ingrediente segue como forte aliado da beleza feminina. Um dos mais poderosos nutrientes da natureza virou tendência na fabricação de cosméticos, já que tem ação esfoliante e hidratante. Além disso, contribui para a regeneração celular, com função detox e umectante, limpa e conserva a elasticidade da pele, alivia a acne e tem poder cicatrizante, minimizando feridas e marcas de expressão.

Líquido precioso

São necessárias mil abelhas para fabricar meio quilo de mel; para isso, elas visitam 2,5 milhões de flores. Se pensarmos por essa perspectiva, teremos a dimensão da preciosidade desse líquido. Desde o momento que é extraído da natureza, já está pronto para o consumo, mas isso não quer dizer que todos podem consumir, pois existem contraindicações – não deve ser utilizado por diabéticos, alérgicos ao produto ou por quem tem intolerância à frutose, crianças com menos de 1 ano também não devem ingerir.

Consumo consciente

Na busca por qualidade de vida, a importância de conhecer o que ingerimos é cada vez mais relevante. Profissionais da área de saúde, como da faculdade de biomedicina, ganham destaque ao atuar na área da microbiologia dos alimentos. Na microbiologia, os microrganismos são classificados entre os que promovem alterações benéficas e os que causam alterações prejudiciais, contaminam, com risco à saúde. A pesquisa engloba a produção, a conservação dos alimentos, o controle de qualidade e o desenvolvimento de produtos mais funcionais que promovam a saúde, como os prebióticos e probióticos. O consumidor consciente está ávido por informações, pois sabe que as escolhas produzem transformações não só no seu corpo, mas em todo organismo social.

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