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Mulheres no setor público: participação em cargos de chefia ainda é inferior

Foto: Divulgação/Istock

Não é muito comum ver uma mulher se destacar no setor público em cargos de chefia. Infelizmente, esta não é apenas uma impressão; é uma realidade muito dura para quem luta diariamente contra o preconceito e a discriminação. Os números não mentem: de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a disparidade de salários também se destaca. Mesmo representando mais da metade da população brasileira, com mais escolaridade que os homens, mulheres ocupam 59% dos cargos de servidores federais, com salários 24% menores.

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A discussão sobre o tema é urgente, já que o Brasil parece caminhar lentamente para um retrocesso. Em 2017, o país ocupava a 119º posição sobre equidade salarial para trabalho similar entre homens e mulheres, no ranking do Fórum Econômico Mundial. Um ano depois, ao invés de apresentar uma melhora na pontuação, caiu para o 132º lugar na mesma pesquisa.

Poder de decisão

À medida que o cargo vai aumentando no setor público, a presença das mulheres vai ficando cada vez mais escassa. Luana Faria, fundadora e líder do LA-BORA! gov, do Ministério da Economia, comprova essa informação com estatísticas dos cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS). As mulheres ocupam 48% dos cargos até o nível 3. À medida que os níveis vão subindo e o poder de decisão e autonomia vai aumentando, o número de mulheres ocupantes vai diminuindo. Quando chegamos ao nível 6, o mais alto nos cargos da DAS, temos a porcentagem de 17% de mulheres apenas.

De acordo com os dados registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), as mulheres ocupavam 43,8% do total de cargos de chefia em 2017, com remunerações que representavam apenas 69,8% do salário dos homens. Na ocasião, foram considerados cargos de chefia, como: chefes, diretores, gerentes, supervisores e coordenadores.

Ocupar para mudar

Para mudar esta realidade, é importante que a mulher reivindique seu lugar de fala, para que seus direitos sejam defendidos nos setores públicos e sua voz seja ouvida. Como esperar mudança sem fazer parte dela? É importante se engajar na causa, para que os direitos conquistados por umas sejam reverberados e propagados para outras, e ficar de olho em concursos abertos para adentrar nessa engrenagem, com o objetivo de mudar o curso das coisas.

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