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Ricardo Piovesan, da Tokka, fala sobre retomada de eventos e expansão da label para Europa

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

O estado de São Paulo liberou a partir do dia 1º de novembro realização de shows em pé, baladas, bares e eventos esportivos com 100% de público. Com essa retomada, inúmeras festas famosas já correram para aquecer suas agendas e lançar no mundo os lotes de ingressos tão esperados.

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Entre as festas que agitam o calendário nesta retomada, está a Tokka, que é uma festa de música eletrônica voltada para o público LGBTQIAP+. O evento de Ricardo Piovesan e Haute tem três datas marcadas: dia 6 de novembro, em São Paulo; dia 13 de novembro, no Rio de Janeiro; e dia 29 de dezembro, no Ceará.

Em conversa com o RG, Piovesan contou sobre os meses de proibição de eventos e como foi todo este tempo para o setor. Falou também sobre os esforços em deixar a Tokka cada vez mais diversa, abrangendo todos os gêneros, raças e sexualidades, e também adiantou os planos de levar a label para a Europa.

Ricardo Piovesan, sócio-fundador da Tokka, ao lado da agência Haute – Foto: Guilherme Lemos/Divulgação

Antes da gente falar exatamente sobre a Tokka em si, eu queria entender como foi todo estes mais de 18 meses sem eventos para você psicologicamente?

Foi um tempo muito difícil. Foi o momento de sentar e analisar o que já tinha sido feito, o que já tinha sido construído. Também traçar o que a gente poderia fazer dentro desse cenário. Psicologicamente, foi muito ruim porque não conseguíamos enxergar uma luz no fim do túnel. Sem a vacina, a gente não sabia o que fazer. De uma hora para outra, a gente perdeu o controle da nossa vida mas fomos caminhando, pensando em projetos. Focamos muito nas questões das lives. Fizemos duas solidárias com foco total em doação e arrecadação de fundos, com foco na população LGBT+ em situação de risco. No fim do ano passado, chegamos a marcar uma edição da Tokka presencial por acharmos que ia dar certo e tudo foi cancelado de novo. Depois de mais esse trauma de cancelamento, optamos por esperar a vacinação e traçar novos rumos porque cancelar evento é uma dor de cabeça complicada.

Como ficou seu lado criativo neste tempo. Conseguiu ter novas ideias?

A gente usou o lado criativo para pensar em novos rumos de investimento: iremos abrir agora o Tropikkal Bar, porque vimos que é uma tendência do público voltar a frequentar bares. Era o que estava podendo fazer e vimos que as pessoas queriam sair, ir jantar, ir em um brunch, beber. A gente uniu Tokka, Haute e alguns empresários, como o dono do Noma Sushi, e vamos abrir em janeiro, que vai ser na rua do Fasano, de São Paulo.

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

Com o avanço da vacinação no Brasil e, agora, com o retorno dos eventos oficiais em novembro, qual sua expectativa?

Estamos muito animados. Demos sold out com nove dias antes do evento de São Paulo. Acho que vamos nessa tomada por vários meses. As pessoas estão querendo viver de novo, sabe? Estão querendo agarrar essa oportunidade. É uma demanda represada nestes 18 meses em casa sem poder viver. Lógico que uma parte do público optou por ir na clandestina, mas não é a mesma qualidade de produção. As pessoas estão muito animadas. Isso que sinto.

Acredita que o público voltará após este hiato buscando novas coisas? Vai mudar algo do que vocês faziam antes de existir o coronavírus?

Acho que a expectativa do público está bem alta porque eles viram como uma festa de boa qualidade faz falta. Eles aceitam pagar ingresso, mas querem um retorno: seja na produção, no atendimento, na música, no contato com o público. Tenho notado muito isso. É até um desafio para os produtores: como eles vão receber esse público.

 

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

Hoje em dia, a Tokka é uma das principais festas voltadas para o público LGBTQIA+ no Brasil. Como foi construir esse selo que é, muito além de uma festa, mas, sim, um encontro entre pessoas que buscam liberdade?

Sinto uma grande responsabilidade, mas também sinto que tenho que aprender muito mais com isso. Tenho uma equipe muito boa comigo desde o início. A Haute, que é minha sócia, tem uma entrada muito boa para setores primordiais, como marcas, mas sinto que, internamente, foi um processo da gente aprender. Começando eu ensinando eles, qual era a demanda que tinha no mercado e como esse público se comportava, e nós todos, como fazer uma festa para o público LGBT que agregasse a todos, buscando receber todos os públicos. Até nesta edição que acontece sábado agora, queremos tornar ela mais diversa. Estamos buscando trazer mais diversidade para o evento. Teremos uma DJ lésbica, uma DJ drag queen (que fará um show de drag queen no meio do set ao lado de outras quatro), depois virá uma DJ preta. Durante todo o evento, queremos passar por todos os momentos e entregar o melhor para o público. O nome Tokka vem dessa ideia: que seja um lugar seguro para curtir, estar com as pessoas que você ama e ouvir o som que você gosta.

Acredita que há espaço para a Tokka crescer ainda mais? Se sim, como? Apenas em novos lugares ou novos formatos para 2022?

Estamos negociando a Tokka para duas cidades na Europa. Não posso falar sobre datas e cidades, mas são empresários brasileiros que moram lá e viram o crescimento do nome. Queremos levar essa experiência para lá, entendendo o mercado local porque Europa tem outra vibe de música e tudo mais. Também temos um projeto de festival para 5.000 pessoas com uma atração internacional e uma atração grande de música eletrônica do Brasil, sendo o terceiro grande nome, atrás de Alok e Vintage.

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

Festa Tokka, voltada para o público LGBTQIA+, retorna com datas em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará e quer se expandir para fora do Brasil – Foto: Divulgação

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