Foto: Reprodução/Instagram/@paulalima
Por Paula Lima
Estou vivendo um novo momento, aprendendo e reaprendendo sobre muitas coisas. Me tornei mais curiosa também, o que tem sido provocador e fortalecedor.
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Outra noite perdi o sono e me deparei com uma série documental, na Netflix, de nome “c”. Marie Kondo é uma especialista em organização pessoal, empresária e escritora japonesa de muito sucesso. Seus quatro livros já venderam milhões de cópias e já foram traduzidos para 40 idiomas.
A revista “Time” a incluiu na lista das cem pessoas mais influentes do planeta. Seus dois principais livros foram lançados no Brasil com os títulos ‘’A Mágica da Arrumação’’ e ‘’Isso Me Traz Alegria’’.
“Isso me traz alegria” é o assunto que mais importa aqui nesse texto hoje.
Fiquei pensando: “E se sempre pensássemos tanto no singular quanto no coletivo sobre o que nos faz bem e nos traz alegria? A vida seria bem mais doce, harmoniosa e amável não?’’
Assisti quatro episódios emocionantes da série em que Marie Kondo – com a sua gentil educação japonesa ao lado da sua tradutora – conversava com as famílias com amor e com o seu método de organização, que ajudava no entendimento sobre o que importa, sobre fazer o outro feliz, sobre colocar a vida em ordem através da casa e do bem-estar de viver nela.
Chorei. A narrativa sem drama me trouxe uma empatia, um carinho por Marie Kondo (ela parecia uma melhor amiga) e uma grande identificação com os membros das famílias.
Todos somos muito parecidos em qualquer lugar do mundo. Por isso, as histórias contadas nas telas – venham de onde vierem – nos atraem e nos comovem.
Os amigos e a família, principalmente, são fundamentais na nossa narrativa de vida e social. E no final, todos queremos estar bem. Estar bem é uma forma de ser e viver, necessariamente não ter.
Diante de tantos fatos aterrorizantes que estamos vivendo, com um Brasil impensável, uma política necrófila, líder e líderes com ideias bárbaras, insanidades em que a violência, o ódio, a intolerância e a ganância são palavras de ordem para alguns e parece que a luz no fim do túnel não resplandece.
A não esperança e a angústia tomam conta das nossas vidas, diariamente. São horas de desespero e tristeza. Mas, sim, há uma luz para o início do túnel. Fazendo uma analogia com a vida real e o conceito de Marie Kondo, será que podemos seguir um outro caminho e acertar a rota da trajetória que já nos proporcionou inúmeras felicidades?
O método de Marie Kondo para organizar a casa, pode ser o nosso método para organizar a vida e somar de forma ativa na transformação da sociedade. Ela diz que, para arrumar, é preciso olhar para toda a bagunça, analisar item por item, entender que determinadas coisas não nos servem e assim tirarmos das nossas vidas, doarmos ou jogarmos fora, no lixo.
Vejo aí várias lições e caminhos: algumas coisas não queremos nem que o nosso pior inimigo tenha – caso da política brasileira. Outras coisas que já nos ajudaram podem ajudar muitas outras pessoas, isso se chama “fazer o bem, não importa a quem”.
Podemos evoluir como sociedade, mas, para isso, precisamos enfrentar o problema de frente, seja em casa ou fora dela.
Que tal votarmos com sabedoria em 2022, pensando que nunca mais queremos viver a tragédia em tempo real? Que tal entendermos que nenhum ser humano deveria comer pelanca e osso? É desumano. Que líderes deveriam zelar pelo direito à alimentação que consta na Constituição? Porque sabemos que dinheiro há e muito. Conchavos e corrupção nos tiram o que de direito temos: comida, educação e saúde.
Que tal o aprendizado que ao menor sinal de desrespeito com o povo, a pessoa não deve mais ser incluída na nossa lista para a vida?
Que tal personalidades equivocadas que pensam apenas no seu lucro e vaidade não terem mais espaço para propagar atrocidades?
Que tal respeitarmos o outro e entendermos definitivamente que ninguém é melhor que ninguém? Que orientação sexual, cor da pele e poder aquisitivo não definem caráter, como disse o senador Fabiano Contarato em um histórico e emocionante depoimento cheio de significado e ensinamento para muitos – e para o senhor que se sentava ao seu lado que já havia praticado crime de homofobia contra ele e ofendido sua família?
Que tal prezarmos pelo direito de “ser” de cada um e pelas oportunidades para todos?
Que tal a cor da pele de uma mulher – negra sempre – não a submeter a agressão física, emocional e violência, vinda de qualquer um e muito menos de quem existe para proteger e servir?
Que tal jogarmos todo esse lixo fora e ficarmos com o que nos traz alegria no coletivo?
A Ordem na Casa sempre foi e sempre será um grande passo para o futuro do nosso coração e consciência. Ao fim dos episódios de Marie Kondo, pela manhã, comecei a organização da minha casa. Comecei pelos armários. Leva tempo colocar as coisas em ordem, mas o resultado tem um gosto infalível, inquestionável e realmente feliz. Porque o que realmente importa é viver bem, estar bem e não menos importante, querer bem!
Um salve para o futuro próspero, um salve para o olhar sobre o coletivo e para as coisas boas da vida!
Paz, Amor, Saúde, Fé e Alegria pra nós!