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Paula Lima: “Superação e transformação”

Paula Lima é colunista de RG e escreve, geralmente, aos sábados (Foto: Rogério Mesquita)

Salve, salve, galera bacana do Site RG! Volto aqui com prazer para este reencontro, com a energia positiva, neste espaço especial de reflexão.

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Tenho vivido uma vida em dias, e tenho tido alguns bons e inesquecíveis momentos de encantamento com as Olimpíadas de Tóquio 2020. Faço uma agenda muitas vezes baseada na agenda olímpica, rs. Acordo na madrugada, acordo cedo e durmo tarde para me impressionar e admirar os atletas brasileiros e todos os demais. Tem sido emocionante e é uma pausa das mais inspiradoras para respirar.

Aplaudo o talento, o dom, a vitória, os relatos e fico imaginando a dedicação, a alegria em estar ali, o esforço, a disciplina, os sacrifícios, a dor, o choro, o prazer, o êxtase, a competitividade, o encontro com outros gigantes – os melhores do planeta – o espírito esportivo e coletivo, a luta para estar ali, seja em busca de resultados, seja ela preparação, seja pela própria história de vida. Imagino e acredito ainda mais em superação por meio desses extraordinários.

Faço um comparativo com a nossa vida de “gente comum”, mas que, inúmeras vezes, exige que tenhamos que ir além e sejamos heróis da nossa própria jornada. A gente, também, faz história pra gente mesmo.

Superar é ir além do que se imagina. É conseguir transpor obstáculos para vencer. É quando vencer a nós mesmos pode ser o único bom caminho.

Gostaria aqui de registrar o meu total respeito por todos os atletas brasileiros que são fenomenais e, em geral, não tem investimento do governo e muitas vezes nem patrocínio. Assim como a música, o esporte salva. É inaceitável que, com tamanho talento dos nossos esportistas, este problema persista e siga existindo. É preciso que se tenha condições para ser um campeão. Dos 309 atletas presentes nos Jogos Olímpicos, 42% não têm nenhum tipo de patrocínio. Essa realidade precisa mudar e é preciso investir em novas gerações de extraordinários para que possam subir ao tão sonhado pódio ou competir em condições de igualdade.

Alison Santos, um jovem negro carismático de 21 anos, conquistou a medalha de bronze nos 400 metros com barreiras depois de um jejum de 40 anos no atletismo. Ele venceu um norueguês e um alemão e está claro que as barreiras dele em relação aos adversários são infinitamente maiores. Ele fez praticamente o impossível. Revolucionário.

Também quero parabenizar as mulheres fantásticas, em especial as mulheres negras, que estão na base da pirâmide social e que, com garra, sabedoria, foco e muito talento, fizeram história nestas Olimpíadas tão especiais que aconteceram em meio a pandemia do coronavírus. Elas nos trazem esperança por dias mais justos, de igualdade de gênero e liberdade para todas nós.

O feminicídio, a misoginia, os salários desiguais e as não oportunidades – também baseados em raça, discriminação, numa sociedade com estrutura escravocrata, composto também por um pensamento machista e retrógrado – continuam presentes e atuantes. Cada um de nós, com o nosso já conhecimento adquirido e consciência, em busca de um futuro melhor, podemos ser a própria ação. Inúmeras coisas estão nas nossas mãos.

Um beijo especial para Rebeca Andrade, para Rayssa Leal, para as meninas do vôlei feminino, do futebol, para Marta e para Simone Biles.

Registro meus profundos sentimentos à família do Lucas, o garoto que sofreu ataques homofóbicos após postar um vídeo com um amigo e entrar em desespero porque viralizou e os internautas bizarros literalmente acabarem com a vida dele. O que está acontecendo? Qual era o problema? Que mundo é esse? Lucas poderia ser um filho, sobrinho, primo, amigo de qualquer um de nós. Temos uma sombra negativa formada por “gente” assombrando as nossas vidas. Esses crimes não podem ficar impunes. É preciso que haja solução e ação. Inicialmente podemos denunciar, mas é preciso intervenção legal e eficiente. Até quando? Precisamos nos proteger e evoluir.

Vamos proteger e cuidar dos nossos e, principalmente, das crianças e adolescentes, ambos em formação. Prezemos por eles!

E sigo acreditando que nós somos os agentes da transformação. Que podemos ajudar, ter empatia, dar a mão, fazer a diferença para nós e para o outro e superar!

Desejo todos os dias que sejamos tomados pela força, coragem e fé. Vacina já, segunda dose também. Álcool em gel e máscara. E juntos venceremos!

Paula Lima é cantora, compositora e apresentadora. Atualmente, está à frente do “Chocolate Quente” na Rádio Eldorado. Também é uma das diretoras Na União Brasileira de Compositores (UBC).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site RG.

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