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Artistas criam “floresta de postes” em Copacabana, no Rio, iniciativa da plataforma Converse City Forests

Fotos: SWEAT Productions / @aldobarranco

O bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi tomado por uma “floresta de postes”, parte da plataforma Converse City Forests, idealizada pela criadora dos icônicos tênis All Stars. A iniciativa consistiu na pintura de murais ecológicos que filtram o ar do entorno por meio de uma tinta fotocatalítica, que absorve CO2 durante seu processo de secagem e ao longo de sua vida útil. Sob o tema  Recrie o Amanhã, os artistas se inspiraram pela fauna e flora, ameaçadas pela mudança climática, a convite dos curadores André Kajaman, responsável pelo mural pintado no Morro do Santo Amaro, e Ademar Lucas, fundador da Ademáfia, coletivo que valoriza a cultura do skate e da arte de rua como ferramentas de transformação sociocultural e ambiental.

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Conforme a atividade humana foi avançando pela capital fluminense, a vegetação nativa foi gradualmente substituída por concreto, dando lugar a postes presentes em toda a cidade, que foram ressignificados a partir dessa sua pintura sustentável. Nove artistas ascendentes foram convidados para dar vida à floresta figurativa: Guilherme Memi, Lídia Viber, Ju Angelino, Lolly, Rodrigo Sini, OMEP, Fredy Nascimento, Priscila Rooxo e Mario Band’s. “Nossa intenção era a de que artistas independentes locais pudessem ter espaço para mostrar sua arte e colocar ali suas próprias vivências e visões sobre a cidade”, conta Lucas.

Nove artistas ascendentes foram convidados para dar vida à floresta figurativa (Foto: @aldobarranco)

Lídia Viber assimila sua vivência como mulher preta e periférica em seu trabalho, a partir da educação dada a ela na infância, com seus limites, crenças, imposições, afetos e a ausência deles. “Sustentabilidade é uma maneira eficaz de viver e desfrutar o planeta em harmonia, com respeito e igualdade, visando um futuro renovável”, conta ela.

O carioca Guilherme Memi também olha para si ao se inspirar, tendo como ponto de partida sua própria casa e a relação com sua família, manifestadas em sua obra em traços retos e cores pastel, que incorporam uma atmosfera nostálgica ao seu trabalho. Também propõe uma reflexão sobre a conexão com o divino e a resistência ao caos das cidades. “As sobreposições de fases da vida em diferentes tempos e espaços incorporam a incompletude do ser e as transformações no curso cíclico do existir”, resume.

No portal global do projeto, é possível ter acesso a todas as obras pintadas ao redor do mundo e mais informações sobre a iniciativa.


SUSTENTABILIDADE, ARTE E MODA
Depois de passar por 27 cidades ao redor do mundo, incluindo as brasieiras São Paulo, Rio de Janeiro e, mais recentemente, Salvador, o projeto global Converse City Forests volta à Cidade Maravilhosa, colocando o trabalho de artistas independentes e pautas historicamente silenciadas, como o afrofuturismo e a cultura de povos originários, no centro do palco. Nessa mesma fase,   foram projetadas “inundações” no Museu do Amanhã e nos Arcos da Lapa aproponto reflexão sobre o aquecimento global e à iminente elevação do nível dos oceanos.

LIVRE DE CO2
A tinta fotocatalítica, desenvolvida pela Graphenstone e utilizada como matéria-prima das obras, usa cal natural como base, que tem um ciclo de produção sustentável em todas as etapas do processo: desde a madeira utilizada como matéria-prima até o produto final, livre de compostos orgânicos voláteis (VOCs) e substâncias tóxicas. A tinta também é enriquecida com grafeno, que otimiza suas propriedades e aumenta a durabilidade, sendo capaz de absorver até 120 gramas de dióxido de carbono por metro pintado.

SNEAKER RECICLADO
Com 85% de poliéster reciclado em sua composição, a linha Renew Knit celebra a nova fase do Converse City Forests no Brasil. Os tênis propõem uma reinvenção do icônico modelo Chuck Taylor All Star em tricô respirável, garantindo acabamento premium e conforto extra durante o uso, complementados por suas palmilhas OrthoLite. A nova sola transparente também incorpora a proposta sustentável da linha feita a partir de sobras de borracha, que seriam descartadas no processo de manufatura.

Foto: Divulgação

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