Foto: Salvador Cordaro
Por Paula Lima
São Paulo é intensa, vibrante, é a minha cidade. Uma grande metrópole, que amo, com seus 12,3 milhões de habitantes. Amo a sua atmosfera, o mundo dentro dela, os nascidos nela e todos que com esperança aqui chegam.
Cresci nesta cidade me sentindo em casa e abraçada. Tenho um tremendo orgulho em ser paulistana. Olhar para as diferenças, para as instituições, lugares, criatividade, cultura… é algo fantástico e impressionante. Me orgulho da USP, do Parque Ibirapuera, do Auditório Ibirapuera, da nossa Avenida Paulista, do Museu do Ipiranga (quase quintal de casa – moro no bairro), do Masp, da impressionante Orquestra Heliópolis, da moda na SPFW, da incrível Jazz Sinfônica, da Vila Madalena, do Minhocão, seus bairros, do Sesi, do Sesc SP e ahhhhh… do Butantan! O mesmo Butantan que está nos fazendo renascer e trazendo o sentimento de uma futura liberdade. Viva a Ciência!
Monica Calazans, uma paulista de Itaquera, uma enfermeira do hospital Emilio Ribas, entrou para a história. Foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 em terras brasileiras. A gente morreu de amor! O Brasil se sentiu representado por ela. Quantos significados… me apaixonei.
Sou também apaixonada pela gastronomia singular dessa cidade. Os restaurantes são um caso à parte: MYK, Cosi, Fotiá e Mestiço são alguns dos que fazem a gente sonhar acordadx. Se ainda não os conhecem, se deem esse prazer…
São Paulo antes da pandemia não parava, a cidade não dormia, o que você imaginar você pode encontrar.
Apesar dessa beleza fascinante, da diversidade, de tanta cultura, grandiosidade e gosto indescritível, a cidade peca grosseiramente na imensa desigualdade. Nos desejos de aniversário para a cidade que agora, dia 25, completa 467 anos, incluo quem mais precisa: Como a terra da oportunidade, da esperança, do sucesso e ainda ter um olhar tão violento e discriminatório sobre pretos e pobres?
Nesta semana um vendedor ambulante de açaí, Geová Lima, foi agredido, sufocado e desmaiou com um joelho de um agente de segurança esmagando seu pescoço, por defender o seu negócio. Qualquer semelhança com o caso George Floyd, que se desenrolou em protestos no mundo todo em prol das vidas pretas, não é mera coincidência. É urgente a reformulação e uma nova ideia sobre segurança pública por aqui. A cidade e seus cidadãos agradecem. E que se faça jus aos impostos e aos votos dados. Essa é uma lacuna que precisa de mudança.
O trânsito permanece caótico (ok, isso não é novidade e dificilmente mudará), e apesar de tanta riqueza famílias moram em áreas urbanas e isoladas também, sem saneamento básico. Os moradores de rua precisam se tornar visíveis para quem pode mudar algo! São Paulo ainda precisa compartilhar, cuidar, proteger e incluir, a todos! Precisamos de humanização. Que as mudanças aconteçam e floresçam.
467 anos de muita história, construção, emoções, concreto, calor e frieza, céu cinza e céu azul… Ah, minha São Paulo! Te desejo mais caminhos abertos, justiça e alegrias. Parabéns à essa cidade que mexe com o meu coração quando a vejo, cruzo, ouço e vivo. Te amo São Paulo, conte comigo!