Paula Lima: Um gênio entre nós! E ele é um homem negro da família Hamilton

Lewis e Anthony Hamilton – Foto: Divulgação

Por Paula Lima 

Salve salve!!! É com prazer que encontro vocês mais uma semana! Conexão boa aqui pelo @siterg!

Nesta nova coluna venho falar sobre a campanha “Justiça para inocentes” lançada pelo 342 Artes, a Comissāo de Direitos Humanos da OAB-RJ e a Mídia Ninja. Trata-se de uma série de 4 vídeos que contam as histórias de rapazes negros presos injustamente. Cada vídeo terá a narração de um artista e são eles: @caetanoveloso, @emicida, @anitta e @gpiresoficial – Gloria Pires. O primeiro vídeo conta a história e a injustiça cometida contra Angelo Gustavo Pereira Nobre. 

Os vídeos reproduzem a dura realidade da Justiça brasileira para pretos e pobres. A polícia tem usado como forma de reconhecimento incriminatório fotos de rede social. Como pode?! Não são pessoas fichadas ou com passagem pela polícia. Ou seja, a próxima vítima pode ser qualquer um de nós. E ainda que os acusados provem que estiveram em outro lugar na hora do crime, nada podem fazer em relação a isso. São presos.

Que justiça é essa? É certo que todos os homens negros, sem exceção, podem ser acusados de crimes que não cometeram… ou alguém acredita que vítimas brancas veem diferenças em rostos negros? 

Me pergunto até quando homens negros serão tratados de forma tão desumana e injusta…

Um outro vídeo circulou esta semana nas redes sociais, feito no final da década de 70, início da de 80, em que o publicitário Enio Mainardi explica o porquê da não presença de pessoas negras nas suas propagandas. Em resumo, ele afirmava que negros como personagens faziam com que os produtos se desvalorizassem, que o próprio negro não quer ser negro, e que ele duvidava que o negro acharia legal se ver representado! Fiquei absolutamente perplexa e impactada com o racismo, o preconceito, a ignorância explícitos, a violência exposta com a toda a naturalidade do mundo na fala do “intelectual” brasileiro.

Verdades absolutas infundadas. Alguma coisa mudou? Acredito que sim, mesmo ainda muito aquém do básico. E esse pensamento da elite ainda permanece? Acredito que sim, também. Infelizmente. 

Elite é uma minoria social que se considera prestigiosa e detém algum poder e influência. É o grupo social que detém mais privilégios, é mais culta ou mais forte, dominando o grupo. 

Impressionada como pessoas assim são manipuladoras, criam uma verdade paralela, desprezam o outro diferente do seu grupo, e se colocam em uma posição de superioridade. Isso invisibiliza e ceifa acessos de forma totalmente opressora, pensada e proposital. 

A Fantástica Fábrica de Chocolate – Foto: Divulgação

Vocês sabiam na versão original do incrível filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, Charlie, o protagonista, seria um garoto negro? O garotinho foi substituído porque, na época, um personagem negro não era sinônimo de “lucro”. 

É preciso definitivamente estar atento e forte. 

Em contrapartida, há um case de grande sucesso no mundo, tendo um homem negro na ponta do iceberg.

Lews Hamilton – Foto: Divulgação

Um salve para o genial Lewis Hamilton e seu pai! Já falei dele aqui antes.

Lewis tornou-se o recordista absoluto de vitórias na história da Fórmula 1, no último domingo, quando conquistou sua 92ª, superando as 91 de Michael Schumacher. É o primeiro e ainda único homem negro na Fórmula 1. É um atleta que luta constantemente pelo fim do racismo de forma corajosa, objetiva e real. Ainda tem pautas relacionadas à sustentabilidade, como o veganismo e o respeito aos direitos dos animais.

Lewis e Anthony Hamilton – Foto: Divulgação

Não me canso de pensar nessa família, no orgulho de seu pai para com ele, e dele para com o pai e antepassados. Anthony, o pai, acreditou e viabilizou um sonho quase impossível do filho dentro de um dos esportes mais elitistas do mundo. 

Lewis recordou esse esforço lembrando dos quatro empregos do pai e os estudos na pista feitos por ele para o que o filho corresse ainda melhor. Anthony estudava as freadas dos adversários quando o filho ainda era pequeno. Lewis fala do grande incentivador que o pai foi, e é. E ainda completa: “Eu sempre quis ser como ele, como um homem forte, negro, pai e um ser humano incrível, que fez tudo que ele fez em tempos muito difíceis”. O pai diz: “Eu só queria que ele tivesse uma vida boa”. 

Lindo também é ver o orgulho e o amor de Lewis pelo seu avô! Davidson Hamilton deixou a ilha de Granada e chegou no Reino Unido em 1955. Tinha a fama de ser bom na pilotagem de motos, um gosto compartilhado pelo neto vencedor.

Falar sobre família, respeito, amor e valores sempre merece um espaço especial por aqui. 

“This Is Us” – Foto: Divulgação

Por isso, também, hoje indico a série sensacional “This is Us” (Fox), para encher o coração de esperança, fé e alegrias. A série conta a história de uma família composta por trigêmeos (sendo um deles negro, adotado)! Vai contando através do passado, presente e futuro a trajetória emocionante do casal, das crianças e depois adultos. A família Pearson é fantástica. “This is Us” é surpreendente e emocionante. Vale a pena! 

“This Is Us” – Foto: Divulgação

Quero também indicar o filme “Queen & Slim”, estrelando Daniel Kaluuya (conhecido pelo papel em “Corra”, do Jordan Peele) e Jodie Turner-Smith. Com direção de Melina Matsoukas, responsável pela direção dos clipes da Beyoncé, como “All Night”, “Lemonade” e “Formation”. Uma história de amor, drama e suspense.

Que tenhamos paz, que estejamos conectados com as melhores vibrações, que tenhamos boas novas para compartilhar e sonhos pra acreditar! 

Boa semana!