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Sanches: “Somos uma espécie rara de seres imaginativos”

Escultura “Corpo e Prova”, de Rafael Sanches

Somos uma espécie rara de seres imaginativos. Nossa habilidade para conceber e realizar ideias complexas requer uma série de processos cognitivos que estão além da capacidade de qualquer outra forma de vida ou de qualquer máquina.

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Muitas vezes nem percebemos, mas usamos nossa cognição para isso o tempo todo e em diferentes momentos: quando cozinhamos, quando mandamos uma mensagem a um amigo e em muitas outras situações.

Sinto que usar essa imaginação cada vez mais ativa em nosso centro cognitivo enriquece nossa mente e experiências de vida. Me reconheço quando exercito meu cérebro, quando penso. Nunca conheci um artista desinteressado ou indiferente com seu ofício. O mesmo vale para chefs de cozinha, músicos, jogadores de futebol. Diversas profissões! Qualquer um que tenha prazer em seu ofício e vontade de criar, normalmente carregam um brilho no olhar e vitalidade evidente – um dos vários efeitos causados pela criatividade.

Capacidade criativa todos nós temos. É verdade que uns podem ser mais aptos a compor musicas que outros, mas isso não define os “não compositores” como “não criativos”. Penso que todos nós somos capazes de ser artistas em alguma modalidade criativa: todos temos a capacidade de conceitualizar, criar, combinar e até abstrair. O problema é que, alguns de nós, ou foram convencidos pela sociedade que não são criativos, ou não encontraram seu caminho ainda.

No fim, sinto que o que diferencia um artista não é a criatividade em si – isso todos nós temos, como já disse – mas, sim, o fato de termos encontrado para nós um foco, uma área específica de interesse, que estimula nossa imaginação e fornece veículos para a evolução de um talento próprio baseado na experiência única e direcional a um tema.

 

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Rafael Sanches – Colunista de arte do Site RG

Foto: Arquivo Pessoal

Sanches é um artista multidisciplinar que confunde as linhas entre arte, arquitetura e moda, entrelaçando desde a criação de obras de arte tridimensionais até o design de futuros espaços “reimaginados”. O artista é conhecido por sua incansável experimentação de formas, materialidades e formatos em muitos gêneros de trabalho. Abrangendo esse conceito tipográfico que vai além de letras e palavras – formando forte comoção estética, ele se transformou em um dos novos artistas contemporâneos mais requisitados do País.

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