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Donos de listas de agitos no Rio e SP falam sobre o atual momento do mercado de eventos

Renato Buratto, Vinícius Belo e Caio Fischer – Foto: Divulgação

Disparar convites para o mailing, responder centenas de mensagens via WhatsApp, email, direct ou seja lá qual rede social for. Telefonemas, convites e badalos! Essa era a verdadeira rotina da vida de um RP antes da pandemia que chegou trazendo redução de aglomerações, regras super-rígidas de higienização e novos formatos para tudo.

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E como fica a vida daqueles que são peça fundamental para um agito acontecer? Seja no lançamento de um produto, estreias ou até mesmo inauguração de uma loja, promoters do mundo inteiro viram suas agendas despencarem após o surgimento da pandemia da Covid-19.

Desde o mês março, eventos de pequeno a grande porte foram remarcados e alguns cancelados. Como será o futuro do mercado de eventos quando a pandemia perder força?

RG conversou com alguns nomes do eixo Rio-SP que nos contam como têm se reinventado, assim como visualizam as festas e os eventos no pós-pandemia:

Vinícius Belo – Foto: Divulgação

O relações públicas Vinícius Belo (@viniciusbelo) que já esteve à frente de eventos importantes no Rio, assinando festas em locais como Fasano, Hotel Nacional, Sofitel, e Copacabana Palace, vê o momento como um novo desafio em sua carreira. “A pandemia não fez com que o meu trabalho parasse, o budget diminuiu mas a demanda aumentou bastante. É justamente neste momento que marcas, pessoas e negócios precisam de divulgação. Hoje faço a conexão entre marcas e pessoas, levo o produto até o seu público alvo, seja através de influenciadores pequenos ou até gigantes. Afinal, o evento em si tem sempre um único objetivo que é vender e divulgar aquele negócio, local ou produto. A pandemia me fez crescer emocionalmente, espiritualmente e até intelectualmente. Me reinventei em uma série de coisas. Também tenho aproveitado o meu tempo para me dedicar ao meu site onde escrevo sobre lifestyle hoteleiro. Não vejo eventos com grande força e para grandes públicos acontecerem por agora, só em 2021.” Disse o promoter carioca.

Caio Fischer – Foto: Divulgação

Para Caio Fischer (@caiofischer), há quinze anos no mundo das Relações Públicas, e também responsável por carreiras de sucesso, como a do apresentador Marcos Mion e facilitador de contratações entre as agências de publicidade e os artistas, tem sido um momento para se dedicar a novos projetos: “Tenho gravado o meu canal no YouTube através do zoom e por incrível que pareça , estou gravando com muita gente que não conseguia antes por agenda dos entrevistados porque muitos atores moram no Rio de Janeiro e gravo em São Paulo. Agora posso gravar com quem mora em outros estados e fora do Brasil através dos recursos on-line. Também fecho campanhas publicitárias a distância e estou dando consultora digital. O mundo se apresentou com uma rapidez digital e eu agarrei esse novo momento.”

Pedro Rocha (@mr.pedrorocha), baiano radicado em São Paulo há 12 anos, 10 deles trabalhando no mercado de luxo especializado em beleza e moda, acredita que o mercado de eventos mudará muito. “Antes da pandemia vivíamos uma calendarização exagerada e os eventos estavam perdendo relevância por acontecerem sempre na mesma época e com o mesmo formato. Com a crise as verbas das empresas estarão mais enxutas e, apesar de desafiador, isso exigirá criatividade e um frescor que há muito tempo não víamos na indústria de eventos.”

O profissional diz acreditar que mais importante que se reinventar é consegui interpretar a reinvenção do ambiente em que estamos inseridos. “Tudo o que praticávamos nos últimos anos precisará ser revisto. Então para me reinventar eu estou atento aos movimentos do mundo, da sociedade e principalmente do comportamento das pessoas. A pandemia trouxe uma reflexão coletiva e para a indústria de luxo a ostentação’ foi uma importante mola por décadas, o grande desafio será comunicar o luxo sem parecer vazio ou deslocado da realidade. Sinto falta da liberdade, do contato humano, da mobilidade. Nunca tinha pensado sobre a importância das pequenas liberdades até ser privado delas. Logo estaremos todos de volta, mais fortes, mais conscientes e profundamente transformados”, completa.

Renato Buratto – Foto: Divulgação

Renato D. Buratto (@renato_buratto), que também já comandou diversas ações na capital paulista afirma que a palavra de ordem é a “empatia”. “Estamos vivendo um dia de cada vez, e as pessoas estão ansiosas pra sair de casa. Acredito que, no início da retomada, a realização de eventos ao ar livre e maior restrição de número de convidados será inevitável. Os protocolos de segurança/limpeza também deverão se mostrar mais fortes. Também será o momento de fortalecermos as conexões humanas e estreitarmos o relacionamento entre os players e stakeholders do mercado.”

Renato diz que, por mais necessária e evoluída que a tecnologia esteja se apresentando, o contato humano sempre será indispensável. “Procuro estar em contato com as pessoas (via mensagens de texto ou ligações), seja pra saber como elas estão, seja pra saber se precisam de algo. Também tenho participado mais ativamente nos planejamentos e entregas de marcas, uma vez que faço a ponte entre as marcas e as pessoas. É o momento de pensarmos ações que vão além da simples construção de relacionamento, ou seja, como esses relacionamentos criados podem ter um impacto positivo na sociedade – oferecendo assistência, doações, soluções…” completou o promoter.

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