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Nova Zelândia convida o mundo a olhar as estrelas em live para celebrar ano novo

Foto: Divulgação

A Nova Zelândia é um país cheio de histórias e muita cultura. Lá, além da virada de ano tradicional no dia 31 de dezembro, também é celebrado o ano novo Maori, que segue o Calendário Lunar Maori, chamado de Maramataka. Todo ano, entre os meses de junho e julho, um aglomerado de estrelas aparece no céu da Nova Zelândia, que é possível vê-lo antes do nascer do Sol, durante o meio do inverno. No país, esse fenômeno é chamado, pelo povo Maori, de Matariki, que marca o encerramento do antigo ano lunar e o início do novo.

Em 2020, pela primeira vez o país celebrará este importante momento da cultura maori com a transmissão de uma live para todo o mundo, que mostrará a incrível beleza do Matariki e sua história, mitos e lendas contados pelo anfitrião do evento, Israel Dagg, ex-jogador de rugby e personalidade da Nova Zelândia. Será um momento em que os espectadores serão levados a uma jornada mágica e única. A Nova Zelândia convida a todos para se unirem ao redor do mundo e olharem para o céu, reconhecendo o ano que passou, em um momento de reflexão e esperança.

O evento terá também a participação dos convidados especiais Victoria Campbell, estudiosa de astronomia maori, e do navegador neozelandês Piripi Smith. No Brasil, a live poderá ser assistida pela página oficial do Facebook da Nova Zelândia, nesta segunda-feira (20.07), às 14h30 (horário de Brasília). A transmissão desse momento especial de celebração e reflexão acontecerá em Takapō/Lake Tekapo, localizada na ilha sul da Nova Zelândia.

O Matariki é conhecido mundialmente pelo nome Plêiades, que significa “Olhos de Deus”. A olho nu, o aglomerado parece ter apenas algumas poucas estrelas, mas na verdade ele contém centenas delas, sendo um dos aglomerados mais brilhantes do céu, mesmo estando a cerca de 443 milhões de anos-luz de distância. Na Nova Zelândia, esse acontecimento astronômico pode ser observado normalmente por volta de junho e julho, quando o Matariki se eleva no céu do nordeste do país. Por estar conectado a um calendário lunar, a data de celebração do novo ano Maori muda a cada ano.

A celebração desse momento na Nova Zelândia é antiga e cheia de festividades. No passado, eram realizados rituais com fogueiras e oferendas para despedir-se dos mortos, honrar antepassados ​​e celebrar a vida. Hoje em dia, as pessoas se reúnem para lembrar seus antepassados, compartilhar comida, cantar, contar histórias e tocar música. As pipas desempenham um papel importante na cultura maori, principalmente durante o inverno, quando são transportadas para representar o início do Matariki. A pipa maori é chamada de manu tukutuku ou manu aute. Na celebração do Matariki, o povo Maori empina pipas como um meio de se comunicar com aqueles que faleceram, conectando o céu e a terra.

Para ver esse aglomerado de estrelas na Nova Zelândia é preciso de uma luneta direcionada à direção nordeste. O Matariki fica ao norte da constelação Tautoru, ou cinto de Orion, e pode ser visto de qualquer lugar do mundo.

O Matariki sempre foi muito importante para o povo maori que associava períodos bons para plantio, colheita e caça quando o aglomerado de estrelas aparecia brilhante pela manhã, marcando o que seria então uma estação produtiva. O Matariki também foi muito importante para navegações de waka hourua (canoas de casco duplo). As equipes usavam as estrelas e aglomerados para guiá-los por grandes distâncias pelo oceano Pacífico.

Foto: Divulgação

Conheça o significado de cada estrela do Mataraki:

Matariki: o nome Matariki não é usado apenas para descrever todo o aglomerado de estrelas, mas também uma estrela específica do grupo. Matariki é a estrela que significa reflexão, esperança, a conexão com o meio ambiente e a reunião de pessoas. O Matariki também está conectado à saúde e bem-estar.

Pōhutukawa: essa é a estrela conectada àqueles que faleceram. Ela nos incentiva a reservar um tempo para lembrá-los e a reconhecer o impacto deles em nossas vidas.

Tupuānuku: é a estrela conectada com tudo o que cresce no solo para ser colhido como alimento. “Tupu” significa “crescer” e “nuku” é a versão abreviada de “Papatuanuku” e significa “terra”. Tupuānuku nos encoraja a considerar cuidadosamente o que estamos colocando em Papatūānuku (na terra) e em que quantidades.

Tupuārangi: está conectada a alimentos que vêm do céu, como pássaros, ou frutos e bagas das árvores.

Waitī: está ligada a todos os corpos de água doce e às fontes de alimento que são sustentadas por essas águas. Waitī vigia nos ambientes de água doce, como os wa (rios), roto (lagos), kūkūwai (pântanos) e waipuna (nascentes). Ela nos incentiva a ouvir e a aprender com as histórias que as águas têm para contar.

Waitā: associada ao oceano e às fontes de alimento que vêm dele. Waitā encoraja a respeitar as áreas costeiras e oceanos e tratar seus habitantes como os taonga (tesouros) que são.

Waipuna-ā-Rangi: acolhe as águas do céu de inverno em todas as suas formas, como ua (chuva), ua nganga (granizo) e hukarere (neve). Ela vê como essas águas contribuem para o ciclo saudável da terra e também os efeitos quando elas não chegam.

Ururangi: é a estrela conectada aos ventos. É amiga íntimo de te whānau puhi (a família do vento) – incluindo Hauraro (o vento norte), Tonga (o vento sul), Hauāuru (o vento oeste) e Marangai (o vento leste). Incentiva a conhecer bem essa família, abraçar sua força e se preparar para todos os desafios.

Hiwa-i-te-Rangi: é a estrela dos desejos, que ajuda a reconhecer esperanças, sonhos e aspirações para o próximo ano. Dá coragem para sempre se manter firme aos objetivos e a procurar oportunidades para vê-los realizados.

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