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Pós-estreia paulistana, chef Fernanda Ribeiro recebe Janaina Rueda na França

Há pouco mais de 12 anos, ela partiu para a França com uma mala cheia de farinha de mandioca, feijão e cachaça, dezenas de currículos impressos e uma carta de recomendação do antigo patrão – Erick Jacquin. Francês ela não falava e, verdade seja dita, nunca tinha saído do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. No entanto, aos 20 anos de idade, Fernanda Ribeiro tinha uma meta: ser uma cozinheira de excelência.

Misto de sorte e cara de pau, em pouco mais de uma semana, Fernanda entrava no Grupo Paul Bocuse. Detalhe: em uma condição inédita – a única mulher numa brigada de 30. Uma década depois, a chef permanece em Lyon, porém, muita coisa mudou: ela trabalhou também com chefs estrelados como Alain Ducasse e Alain Passard, conquistou prêmios (como o Jeune Talent do guia Gault & Millau), abriu duas casas próprias (o intimista 36 Le Cosy e o gastrobar Sampa).

Por outro lado, algumas coisas não mudam. A primeira delas, a cara de pau. No último dia 6 de novembro, Fernanda deu uma aula na FMU. Na sala ao lado, Janaina Rueda ensinava as mulheres da Vai-Vai a prepararem estrogonofe na panela de pressão. Sem titubear, convidou a vizinha, hoje chef do melhor restaurante do Brasil (aka A Casa do Porco), a dividir o fogão. E, óbvio, não aceitou não como resposta.

Assim, no próximo dia 4 de dezembro, elas servem uma feijoada tradicionalíssima, com direito a caipirinha onça pintada (à base de tangerina e maracujá), hit do Bar da Dona Onça, a primeira casa de Jana. Embalada por samba, o evento acontece no Sampa Cuisine et Cultura a partir das 19h30.

Vale dizer que Fernanda rodava a pauliceia com a missão de desenvolver uma pesquisa para novos projetos lioneses, mas encontrou tempo para comandar quatro jantares especiais – um com a colega Tássia Magalhães, no Fabbrica Ristorante; outro no Jantar Secreto; um de fundo afetivo, com o amigo italiano Antonio Maiolica, do Antonietta (recém-eleita melhor trattoria da cidade) e um último no promissor Rios, no seu Tatuapé, tocado pelo jovem casal Giovanna Perrone e Rodrigo Aguiar.

“Mostrar pela primeira vez minha cozinha autoral no meu País foi muito emocionante e também a melhor forma de mostrar que não faço comida fusion, crio o diálogo entre França e Brasil para mostrar que, à mesa, os dois países se complementam”, explica a cozinheira, que nas redes sociais pode ser encontrada em três arrobas no instagram: @fer.spxly, @36lecosy e @sampalyon.

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