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“O mundo usa essa palavra tupi-guarani como referência de qualidade”, diz Carlos Jereissati Filho, CEO do Iguatemi

Por Carol De Barba

“O Iguatemi São Paulo sempre foi um shopping aberto, cosmopolita e interessado em se conectar com a cidade. Penso no nosso negócio muito mais como elegância do que luxo, sem o excesso que a palavra me traz”, definiu Carlos Jereissati Filho, CEO da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, durante o brunch que abriu as comemorações de 50 anos do shopping. O evento aconteceu na manhã desta segunda (16.05), na Casa Jereissati, e anunciou uma série de ações para celebrar o aniversário ao longo de 2016.

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A primeira delas é a campanha “Viver é Maravilhoso”, que apresenta um manifesto sobre a personalidade do shopping atrelada a uma homenagem à fotografia brasileira contemporânea. Além de um vídeo (assista neste link!), os anúncios terão fotografias de renomados profissionais, sob a curadoria de Hélio Rosas – são eles Gleeson Paulino, Christian Gaul, Felipe Hellmeister, Márcio Simnch e Gui Paganini.

A partir de junho, o shopping recebe, ainda, exposições, atividades artísticas e palestras. Entre elas está a instalação Changing Rooms, do artista argentino Leandro Eerlich.

A programação e mais conteúdos relacionados ao aniversário de 50 anos do Iguatemi estarão disponíveis no aplicativo do shopping e em um hot site dedicado ao tema.

A seguir, em conversa exclusiva com RG, Carlos fala um pouco mais sobre a trajetória do empreendimento e elenca seus “momentos maravilhosos” na história do Iguatemi São Paulo. Confira!

Quais são os “momentos maravilhosos” na sua historia com o shopping?
Tem tantos… A própria história de ter crescido aqui, lembrar a primeira vez que entrei, de ganhar dinheiro contando sacolas para o meu pai… Acho que a primeira visita ao relógio (instalado na Praça do Iguatemi SP há 30 anos), numa galeria em Paris e, depois, ve-lo chegar aqui e ser instalado. O início das tulipas, uma flor de clima temperado, que não existia no Brasil, e que garantimos as primeiras compras, o que ajudou muito o início da produção nacional. As reformas todas, as lojas novas, as chegadas das primeiras marcas incríveis nacionais… Lembro até hoje de Zoomp e OP (Ocean Pacific). Como também me lembro da abertura de Chanel, Cartier e Saint Laurent, mais recentemente. E da Tiffany’s, anos atrás, cujo prédio em Nova York é considerado o melhor real state do mundo. Enfim… São vários momentos de batalha, trabalho e alegria.

Como você avalia a trajetória do Iguatemi?
Foram 50 anos de luta, desafio, mas também de sucesso. E de muita felicidade! O Iguatemi se transformou muito nesses 50 anos, cresceu, rejuvenesceu, trouxe conteúdo novo. Criou serviços, campanhas em momentos maravilhosos. Aliás, chega aos 50 anos lembrando que é isso aí, “Viver é Maravilhoso”. Que a gente tem que olhar para a vida dessa forma, gostar de tudo que faz e projetar o futuro. Sendo próximo das pessoas, interessado no seu cliente e capaz de surpreender.

Falando em projetar e futuro… Quais são os planos para os próximos 50 anos?
Acho que é muito esse olhar do futuro. Quem evolui e é preocupado em antecipar, inovar, está sempre olhando para o futuro. Assim que fez já pensa no próximo passo. A filosofia do Iguatemi sempre foi de olhar para frente, oferecer algo novo no desenho, no conteúdo, no serviço. E é isso que deu a ele essa capacidade de chegar aos 50 renovado, mais adequado do que nunca, com um conteúdo mais incrível ainda, falando para o mundo. Um shopping que era local e hoje é uma referência global. O mundo hoje usa essa palavra tupi-guarani como referência de qualidade.

Como o mercado de luxo mudou nesses 50 anos?
As pessoas estão cada vez mais casuais, mais próximas, têm uma vida mais confortável. Imaginar que a Chanel faria um tênis, há 20 anos, era inacreditável. Acho que as empresas mudam para fazer o que é melhor. O luxo veio se adequando sem perder essa característica de excelência, de único para o mundo contemporâneo, atual, jovem e casual.

Como o Iguatemi se diferencia no mercado de luxo brasileiro?
O Iguatemi conseguiu levar para sua área comum toda essa sofisticação praticada nas lojas. A qualidade do acabamento, materiais nobres, detalhes bem feitos, a experiência do ambiente, a qualidade do serviço, o atendimento. Ao longo dos anos, pelo menos é o que me dizem todos eles (lojistas), o Iguatemi conseguiu fazer isso muito bem.

Qual é o impacto das recentes turbulências no país para o negócio de vocês?
Em curto prazo pouco ainda, apesar de a expectativa ser mais positiva do que era há um tempinho atrás. A gente precisa ver as coisas realmente efetivadas, as mudanças acontecendo para que as pessoas tenham mais tranquilidade para investir e olhar com maior segurança o futuro.

Como a nova política do see now, buy now afeta vocês?
Acho que cada vez mais o mundo é casual e instantâneo. A tecnologia mudou tudo, a velocidade como as pessoas acessam as coisas. O cara está ali, entra e compra. Ninguém quer vir aqui ver apenas. A gente já tem essa filosofia bastante clara e acho que a tecnologia vai ajudar a tirar a parte chata do consumo que é pagar, carregar… Vamos ver muitas coisas interessantes no futuro. Os espaços de consumo que souberem garantir essa experiência e o interesse do consumidor estarão aí por muitos anos.

Como é a balança da moda e do business no seu dia a dia?
O nosso negócio tem duas características bem fortes. Primeiro real state, imobiliário, que demanda um talento para questões de espaço, construção, conhecimento do produto imobiliário. E depois a vivencia no dia a dia, que é muito do varejo, do consumo, do luxo. Eu sempre gostei muito dos dois, então, sou absolutamente feliz no que eu faço. Gosto demais de cidades, da questão imobiliária, de escolher espaços, entender a dinâmica urbana. E também tenho a maior paixão pelo consumo, principalmente por coisas diferentes, qualificadas. Não necessariamente caras, tudo que é bem feito me chama a atenção. Sou consumidor disso, gosto, acompanho, me interesso, e acho que isso ajuda porque é claramente valorizado na companhia e acaba tendo um efeito prático importante.

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