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QG de RG em Trancoso, Pousada Tangará é a cara do novo luxo

Por André Aloi

No meio dos coqueiros à beira-mar na praia dos nativos (também conhecida como Praia do Rio da Barra), em Trancoso, reluz um lugar com sombra e água fresca: é a pousada Tangará, onde RG montou sua redação para cobrir o Réveillon no paraíso baiano.

Longe dos holofotes do Quadrado, mas com a sofisticação e luxo de quem tem bom gosto, conta com piscina, spa, deck pé na areia com cadeiras de praia e guarda-sois colados a uma extensão do restaurante, além de um espaço interno com cozinha brasileira, com cardápio para atender ao paladar daqueles que gostam de refeições leves, como saladas, além de frutos do mar e um sorvete artesanal de tapioca de enfeitiçar.

A empresária Sonia Prado montou ao redor de sua casa um lugar para receber amigos e “se profissionalizou”, como gosta de contar. Antes, trabalhava como designer de joias, mas sua paixão pelo paraíso baiano foi crescendo bem antes de se transformar em um negócio. “Em 2001, comprei um terreno e construí uma casa em oito meses. Quanto mais tempo eu ficava aqui, mais eu queria ficar. Cada vez menos queria São Paulo”, explicou.

Até que um dia ao invés de vender a casa em Trancoso, se desfez da de São Paulo, e mudou-se de mala e cuia para o distrito de Porto Seguro. “Você não pode escolher onde nasce, mas pode decidir onde vai viver. Eu vim pra cá porque eu acho isso aqui o máximo. A Bahia é cativante”.

Há quatro anos, ela abriu os primeiros 10 quartos, depois foi mexendo na infraestrutura. Transformou duas casas em um só lugar, mas a ideia inicial era construir bagalôs sobre palafitas, mas o projeto nunca foi aprovado pelos órgãos competentes. Sem desistir da ideia, fez as reformas.

Ela credita o sucesso ao boca a boca e às amizades que tem. “Tenho amigos em muitos lugares, que começaram a vir…Eu já tinha uma casa grande para recepcioná-los, mas aqui virou profissional”. O sossego e a praia quase que particular – já frequentada até pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – não foi pensada para fugir do agito do Quadrado. “Foi ao acaso”.

Sobre o nome, ela escolheu a partir de um dicionário de tupi guarani. “Queria uma coisa brasileira e um nome bacana. Em uma madrugada, lendo os significados, vi o nome indígena e o significado era pássaro da Mata Atlântica. Fui na internet buscar a imagem. Quando olhei aquele azul turquesa, aquele topetinho vermelho. Sonoro o nome! Bingo… Tangará. E daí nasceu o projeto”.

Com um apelo forte pelo meio ambiente, os quartos são cercados de vegetação. Na praia, ainda há um ninho de tartarugas que desovam todo ano. Sonia detalha que a pousada é um reflexo de como ela é: quieta, detalhista, gosta de coisa boa. “Tudo o que quero oferecer pra quem está aqui é o melhor. Sempre quero oferecer mais e mais. É uma característica. Primamos pelos detalhes. Recepciono como se as pessoas estivessem na minha casa”.

Cada detalhe da pousada tem um toque dela. Cidadã do mundo, a cada viagem diferente ao redor do globo tenta trazer um pouco do que vivenciou para a cultura local. Na mesa em que estávamos sentados, conversando, apontou para um porta-guardanapo que viu em algum lugar da África e regionalizou. Foi buscar artesãos locais para dar o seu toque baiano.

E não é só isso. Ela própria gosta de cuidar da lagoa que desemboca no Rio da Barra ou de pintar as paredes durante a baixa temporada. No restaurante tem um painel com tema de floresta que ela mesma desenhou com a ajuda de um artista. Pé no chão, gosta sempre de lembrar que cada coisa é sinônimo de Brasil. “Aqui não tem buda nem cadeira de Bali. Se quiser cadeira de Bali vai pra lá, né?”, ri. Até hoje ela não sabe se foi ela quem escolheu a Bahia ou se o Estado a escolheu. “Foi uma simbiose”, decretou.

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