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Tempo de Hamptons

Chiqueria al mare nos Estados Unidos… Chris Bicalho dá o guia definitivo

Por Chris Bicalho, especial para RG

Está aberta a temporada no balneário mais achingly-trendy dos Estados Unidos. A poucos minutos de Nova York, praias particulares, celebs de Hollywood e aristocratas da Costa Leste celebram a mais perfeita tradução do sonho americano de transformar a vida real num programa de Martha Stewart.

Pela proximidade e frivolidade, pode-se dizer que os Hamptons são a versão navy de Manhattan, uma extensão praiana do estilo de vida do Upper East Side com direito a filiais solares das melhores lojas da Madison. Na última temporada, por exemplo, a Hermès ancorou por aquelas bandas sua primeira beach store dos Estados Unidos, com peças criadas exclusivamente para a temporada que se inicia agora e vai até a primeira semana setembro.

Bem, Hamptons só é plural no nome. De resto é singular e homogêneo, 100% wasp. Divide-se basicamente em East Hampton e Southampton. Outros vilarejos, de menor repercussão, como Bridgehampton e Sag Harbor, o destino dos famosos que odeiam aparecer, completam o mapa.

Aparentemente, East e South são distritos univitelinos e mantêm, apesar da invasão dos novos colunáveis, o mesmo glamour dos anos do café society, quando Babe Paley se resguardava em dias de party fatigue ou quando Jacqueline Kennedy, filha ilustre do balneário, fazia de lá seu porto seguro em dias de tempestade na Casa Branca.

Ultimamente, estabeleceu-se uma diferença tênue entre os dois vilarejos. Do lado sul, ficou a ala old money, habitué pioneira e proprietária das casas mais antigas da região. Está misturada aos daytrippers, turistas de pacote que chegam de ônibus e carros tamanho família, já que Southampton é a primeira parada para quem vem de Nova York por terra.

Logo adiante está East Hampton, onde sedentos de hype de todas as gerações se encontram com a turma do dinheiro novo: astros e estrelas de fitas blockbuster mais empresários e demais agregados do mundo corporativo. Dividem o mesmo campo de golfe e surgem, pelo ar e pelo mar, em helicópteros e hidraviões que disputam com pelicanos um lugar no céu. Na Main Street estão os melhores restôs, clubs e bares. Aglomerações na porta, área VIP com cercadinho, face control… oh, it’ so New York.

Com a invasão dos forasteiros, e a suave descaracterização do modus vivendi original dos Hamptons, muitos dos tradicionais freqüentadores deixaram para trás – e para os outros – o frenesi das praias do sul e do leste. Seguiram, de mala, baú e cesta de piquenique para a pontinha da pontinha de East Hampton, na (ainda) pacata Montauk. Point de Andy Warhol e Jackson Pollock no passado, a pequena vila é o talk of the summer e nesta temporada será tudo aquilo que sua amiga low profile deseja para suas férias longe do mailing society. Em Montauk ainda é possível comer, sem fila de espera e sem valets, o legítimo “clam”, uma espécie de mexilhão, com crepe de lagosta e milho “on the cob”. Peça como se conhecesse o prato há gerações.

HOT TIPS

Quando ir

De julho à primeira semana de setembro. Fora de temporada, Hamptons é tão animada e colorida quanto uma praia belga.

Como chegar

A partir de Nova York, alugue um carro ou vá de jatinho (há aeroporto em East Hampton), helicóptero ou hidravião, que parte da 23rd.

Onde ficar

American Hotel, em Sag Harbour; Sunset Beach Hotel, em Shelter Island, e Hunting Inn, o melhor dos Hamptons.  Mas ainda acho que a melhor maneira de se hospedar nos Hamptons é alugando uma casa. Allan M Schneider é considerado o melhor private broker da região. Uma dica: não alugue com muita antecedência, deixe para fechar negócio em julho, quando os proprietários que não fizeram negócio ficam em pânico e fecham acordo por valores bem mais simpáticos.

Em Montauk, corra para o Surfe Lodge. Chegando lá, vá ao The Den, o lugar perfeito para um drink relax com os amigos. O hotel tem spa, aulas de ioga e a butique do designer Tracey Feith.

Onde comer:

Faça reserva. De preferência, com meses de antecedência. O restaurante do Sunset Beach Hotel, em Shelter Island, é o lugar para quem quer não só comer, mas ver e ser visto. Para os não-hóspedes, um aviso: certifique-se a que horas parte o último ferry para o continente.

O Della Femina’s, no East Hampton, só aceita reservas por indicação. Se não conseguir, tente a porta ao lado, o Nick & Toni’s, um “low-key” onde é servido o melhor T-bone da região.

Para quem prefere cozinhar em casa, há ótimas opções de mercadinhos orgânicos, delis e “portinhas”, onde se pode pedir comida para viagem, como o Hamptons Food Market. Procure os pães maravilhosos de Jeff’s Fancy Produce e as lagostas frescas de Tony Minardi.

Para comer em casa:

Caranguejos e lagostas na brasa da Loaves and Fishes, em Sagaponack. Em Barefoot Contessa, no East Hampton, ótimas massas e molhos caseiros.

Na praia:
 
As melhores praias dos Hamptons são particulares. E para ir até elas é preciso ganhar dos moradores um “parking sticker”, uma espécie de passe livre que vai conduzir você ao paraíso. Georgica Beach é a pedida, mas se você não conseguir seu ticket vá para as praias de Water Mill e Bridgehampton: são menos chiques, mas pelo menos não estão na rota dos day-trippers.

Compras:

A Lucca & Co é a quintessência do décor americano, com clássicos da Ralph Lauren Home e móveis garimpados na Escandinávia.

A Calypso, loja que nasceu em St Barths, repete o hype nos Hamptons com marcas adoradas pelas fashion freaks. De olho nas famosas sandálias de Sigerson Morrison – marca registrada do balneário.

Mais Chris Bicalho, aqui.

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