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Veja quatro novas estratégias para tratar manchas escuras no rosto

Foto: Pixabay

Durante muito tempo, o melasma, doença da pele caracterizada pela presença de manchas acastanhadas e escurecidas que contrastam com a coloração natural do tecido cutâneo e que bronzeiam mais do que o normal quando expostas ao sol, foi associado a questões hormonais e genéticas. “Pensando desta maneira, o estilo de vida atual era para ter melhorado e não piorado o melasma. Passamos a maior parte do tempo fora da exposição direta do sol e as mulheres têm engravidado menos.

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Mas, ultimamente, temos ciência de que existem vários gatilhos envolvidos na formação, desenvolvimento e piora do melasma, desde a quantidade e qualidade do sono até o estresse, exposição ao calor e à luz visível e dietas inflamatórias”, explica a dermatologista Dra. Valéria Campos, professora convidada do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e pós-graduada em laser e dermatologia pela Harvard Medical School. 

“É exatamente por isso que hoje, no tratamento de melasma precisamos usar tecnologias que não tenham reação térmica, como o laser de reação fotoacústica ou a criomodulação, uma novidade apresentada nos últimos eventos de Dermatologia. E não dá mais para desassociar o tratamento em consultório do uso de ativos tópicos e orais. Os suplementos e os dermocosméticos são fundamentais”, acrescenta a médica. 

“A base do tratamento do melasma é domiciliar. A paciente deve usar o filtro solar tonalizado frequentemente associado ao clareador tópico. Podemos associar algum antioxidante tópico antes do filtro para otimizar os resultados. Mulheres com melasma têm barreira cutânea deficiente, por isso um hidratante adequado para o tipo de pele também deve fazer parte da rotina de tratamento. Mesmo com uma rotina bem-feita, alguns pacientes ainda mantêm manchas no rosto. Nesses casos propomos tratamentos complementares: medicações por boca e procedimentos (laser, peeling, microagulhamento)”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A indicação de ativos para o tratamento do melasma deve compor uma estratégia de clareamento de 360°, com três pilares: suplementação oral de atividade antioxidante, antiglicante e anti-inflamatória; uso tópico de clareadores AM/PM (formulados especificamente para o dia e para a noite); e proteção 360º aos efeitos ambientais, controlando as inflamações provenientes do calor, da luz visível e da poluição”, explica a farmacêutica Patricia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos. 

Abaixo, especialistas contam mais sobre as 4 novas estratégias:

Equipamentos fotoacústicos e de criomodulação – Já disponível no Brasil, os equipamentos a laser de picossegundos representam a tecnologia mais indicada para tratar o melasma. “O laser de picossegundos quebra o braço do melanócito, uma célula que tem formato de estrela do mar. Então você concentra a energia do laser e consegue quebrar estruturas menores; com o laser tradicional não conseguíamos. E tudo isso sem a reação de inflamação rebote, porque os outros lasers produziam muito calor”, explica a médica Valéria. Outra novidade, ainda não disponível no Brasil, é criomodulação, uma técnica que usa o frio para tratar as desordens de pigmentação da pele. “Nessa tecnologia, não tem calor envolvido. É como se fosse um peeling hipotérmico, a frio, que congela as células e faz com que a pele se renove, com novas células chegando à superfície sem manchas. Além dessa esfoliação, o tratamento também reduz a capacidade dos melanócitos de produzir melanina, assim tornando a pele mais luminosa e com tom homogêneo”, complementa Valéria.

Clareador oral 360° com atividade fotoprotetora – Os suplementos são fundamentais no combate às hiperpigmentações; uma estratégia de suplementação robusta inclui: Glycoxil, FC Oral, Bio-Arct, Desmovit, Pinus pinaster, Luteína, Astaxantina, Vitamina C, Selênio Quelado, Zinco Quelado, Cobre Quelado e NAC. “O melasma tem controle, mas não tem cura. E o melanócito é uma célula vingativa, se você ‘maltratar’, ela piora. Sabemos que um pouco de inflamação o laser produz, então é necessário suplementar para diminuir esse processo. O mesmo laser que usamos para tratar melasma, usamos também para rejuvenescimento. Nós moramos em um país que tem muito Infrared (calor), mas como você recomenda para um paciente não passar calor ou não ficar exposto à luz visível? Se você não tiver uma suplementação, não adianta tratar melasma. É enxugar gelo”, diz Valéria. 

“O melasma é uma dermatose comum que está relacionada com a alteração da cor da pele normal originada principalmente pela radiação ultravioleta. Outros fatores, além desse, estão envolvidos, como a influência genética, gravidez, terapias hormonais, cosméticos, drogas fototóxicas, endocrinopatias, fatores emocionais e o estilo de vida. Este último muito relacionado com a alimentação, pois a glicação (processo originado pelo consumo excessivo de açúcar) muda a funcionalidade e a estrutura do colágeno promovendo um ‘desconforto’ no melanócito fazendo com que este produza mais melanina.  Dessa forma, utilizar Glycoxil® no melasma irá bloquear a glicação, inibindo a ligação das moléculas de açúcares e carboidratos à proteína e desligando o açúcar que se ligou ao colágeno, revertendo o processo e preservando a estrutura de sustentação da pele. Como o melasma é uma doença inflamatória e o FC. Oral®, o fosfolipídeo de origem marinha rico em ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) ômega 3 (DHA e EPA), Astaxantina e vitamina E, proporciona ação anti-inflamatória, como também irá promover uma proteção da membrana celular. A presença da astaxantina e vitamina E em sua constituição conferem ainda ação antioxidante melhorando a homeostase (equilíbrio) cutânea, protegendo tanto o interior como a superfície das membranas fosfolipídicas presentes em nossa pele contra o estresse oxidativo, fortalecendo e reparando danos gerados pelos radicais livres”, diz Patrícia. O Bio-Arct®, um dipeptídeo originário de uma alga vermelha (Chondrus crispus), é capaz de aumentar a energia e estimular biossíntese de proteínas, em particular do colágeno. “Fibras de colágeno são destruídas pelas alterações cumulativas causadas pelo sol e o Bio-Arct® atua auxiliando os fibroblastos na produção de colágeno e inibindo a sua degradação”, diz Patrícia. “O Desmovit®, associação de dois fitoterápicos Desmodium adscendens e Lithothamnium calcareum, ricos em flavonóides, polifenóis e antocianidinas que conferem potente ação antioxidante por aumentar NRF2, considerado o regulador mestre da resposta antioxidante e relacionado com a homeostase celular. Dessa forma, Desmovit® irá atuar na prevenção e/ ou redução dos danos oxidativos causados pelos radicais livres”, diz Patrícia. A fórmula é complementada com Pinus pinaster (antioxidante e anti-inflamatório), Luteína (antioxidante e fotoprotetor), Astaxantina (também antioxidante e fotoprotetor), vitamina C (antioxidante e inibidor de enzimas relacionadas ao surgimento das manchas), NAC (N-acetilcisteína, potente antioxidante), além de minerais que atuam na formação de colágeno e ação antioxidante.

Clareadores tópicos AM/PM – Como existem diversos mecanismos envolvidos na produção da melanina ou no seu transporte, uma única formulação não será suficiente, segundo Patrícia. Por isso, a necessidade de formular produtos diurnos e noturnos. “As formulações noturnas, normalmente associam ácidos que irão estimular a renovação celular e deixam a pele mais sensibilizada e muitas substâncias presentes nos ácidos são fotossensíveis. Pela manhã, utilizamos ativos que continuam o processo de clareamento, diminuem a inflamação e atuam como fotoprotetores”, explica a farmacêutica. A fórmula noturna traz β-White® (que age na proteína chave que regula a pigmentação), Superox-C® (vitamina C de origem natural e altamente antioxidante), Ácido Tranexâmico Lipossomado (diminui a produção de melanina e o fator vascular relacionado ao melasma), Metimazol (inibe a tirosinase – enzima envolvida no processo de pigmentação da pele), Resveratrol (antioxidante). 

“Os ativos presentes na formulação são utilizados pensando no sinergismo das substâncias e nas diferentes rotas responsáveis pelo surgimento do melasma como MITF (proteína chave que regula o mecanismo de pigmentação) com o β-White®, que controla a produção de melanina ao agir tanto na pigmentação de origem genética como nas manchas por exposição solar”, afirma Patrícia. “A formulação conta com Base Ômega Gold®, enriquecida com fosfolipídeos que irá melhor biodisponibilizar os ativos, restaurar a função barreira e oferecer nutrição para a pele”, diz. Já a fórmula diurna inclui Ascorbosilane C® (vitamina C vetorizada em silício, atua inibindo a melanogênese pela ação antitirosinase), Proshield MDC® (produto vegetal rico em melanoidinas ligadas ao ácido clorogênico com potente ação antioxidante e protetora contra a luz visível, poluição digital e luz azul), Silimarina (antioxidante), Niacinamida (antioxidante e atua na inibição da transferência da melanina formada para o queratinócito) e Miniporyl®. “Esse extrato do trevo vermelho, rico em Biochanina A, atua como anti-inflamatório e modulador dos sebócitos, que conduzem a modificações de fibroblastos e o comportamento dos melanócitos. Esse produto é formulado na Base Hydra Fresh®, gel hipoalergênico, com sensorial sofisticado e que irá melhor biodisponibilizar os ativos”, explica.

Proteção 360° Expossoma – Segundo Valéria, o sucesso do tratamento de manchas e do melasma depende completamente do uso diário de um protetor solar de amplo espectro. “Esse protetor solar deve proteger contra o calor e a luz visível, já que ambos estão envolvidos no processo de formação de manchas”, diz a dermatologista. Caso seu filtro solar não tenha esse tipo de proteção antioxidante, será necessário formular um produto com Alistin®, OTZ 10® e Pro Shield MDC® na fórmula. 

“A ação desses ativos é somada à do protetor solar que, embora não sejam suficientes para proteger contra o calor, luz azul e poluição, irão impedir que os raios solares UVA, que alcançam a derme (camada interna da pele), e UVB, que atingem a epiderme (a mais externa), acionem o processo de melanogênese com consequente formação do melasma”, explica Patrícia. Na fórmula, Alistin® é um antiglicoxidante que, além de proteger o DNA e as proteínas da pele, possui ação de proteção contra os malefícios do excesso de açúcar na pele (glicação); OTZ 10® neutraliza os subprodutos tóxicos gerados pela radiação UVA e pelo calor, diminui a atividade de enzimas que degradam colágeno e neutraliza as espécies reativas de oxigênio, nitrogênio e carbonila. 

“Por fim, Pro Shield MDC® é um sucrapeptídeo vegetal, extraído do café verde rico em melanoidinas, com ação protetora natural contra a poluição digital. A radiação azul, originada da poluição digital, promove danos à pele contribuindo para o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de rugas e melasma, pois um estudo publicado no “Journal of Investigative Dermatology” revelou que a Opsina-3 é um sensor chave presente nos melanócitos e responsável pela hiperpigmentação da pele induzida pelos comprimentos de onda mais curtos da luz visível, como a luz azul. Por esse motivo, é de fundamental importância para controlar o melasma usar produtos que formem essa proteção contra a luz azul”, explica Patrícia.

O que mais pode ajudar

Intervenções no estilo de vida, como controle do estresse e melhora da alimentação podem, também, ajudar. Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, além de todo tratamento prescrito pelo médico dermatologista, vale a pena apostar no consumo de alimentos que aumentem a proteção solar e antioxidante natural da pele, como as frutas vermelhas, que possuem antioxidantes e vitamina C, substâncias capazes de proteger a pele contra os danos do sol. 

“As uvas pretas também são uma excelente opção, já que, além de possuírem propriedades antioxidantes que ajudam a bloquear os prejudiciais raios UV, também contam como vitamina E, que mantém a pele hidratada, vitamina C, que auxilia na revitalização das células da pele, e Resveratrol, um polifenol que tem ação anti-inflamatória, protetora do DNA celular e antioxidante”, recomenda a médica nutróloga. Diminuir o consumo de frituras, carboidratos de alto índice glicêmico e alimentos ultraprocessados também é uma recomendação, na medida em que diminui o perfil inflamatório no organismo – problema relacionado ao desenvolvimento ou piora de doenças na pele.

Estratégias adicionais para combater o melasma incluem o HydraFacial, uma experiência única e completamente personalizável de hidrodermoabrasão. 

“O HydraFacial promove melhora instantânea da qualidade da pele, auxiliando na  uniformização do tom e da textura e no aumento da firmeza, viço, maciez e brilho da pele graças a patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️ presente nas ponteiras, que possui um design espiral exclusivo capaz de gerar um efeito de vórtice que, combinado a tecnologia de sucção a vácuo do equipamento, consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista Dra Mônica Aribi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. No protocolo Deluxe HydraFacial, a experiência-base pode ser complementada com boosters projetados para atender a diferentes necessidades da pele. “Os boosters possuem formulações exclusivas pensadas para auxiliar no combate a diferentes alterações da pele, como ressecamento, manchas, rugas e linhas finas. O booster Britenol, por exemplo, conta com vitamina C e Alfa-Arbutin para promover clareamento de manchas e conferir luminosidade”, explica a hydrafacialista Fernanda Ruiz.

Por fim, a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, enfatiza que o melasma é uma doença crônica, dessa forma, o ponto crucial para o tratamento, em todos os pacientes, é o uso disciplinado de protetor solar diariamente. “A luz ultravioleta e a luz visível devem ser bloqueadas para que haja um bom resultado. Inclusive, se o paciente fizer laser, peeling ou até mesmo usar clareadores e não usar filtro solar, o melasma pode piorar ao invés de melhorar (a pele sensibilizada pelo tratamento vai escurecer ainda mais com a exposição solar). Portanto, se você tem melasma, precisa fazer uma escolha: ou trata o melasma e fica sem sol, ou toma sol e convive com a mancha. As duas coisas juntas (tomar sol e clarear o melasma), infelizmente, hoje não é possível”, finaliza.

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