Top

Veja sete itens para cuidar da beleza da pele no frio

Foto: Unsplash

O frio chegou para alegria de muitos e tristeza de outros. Enquanto a pele fica mais oleosa no verão, no frio a coisa é diferente: ela tende a ficar mais ressecada e desidratada, o que nos leva a diversas questões, dentre elas: será que está tudo certo com minha rotina de beleza? Por que a pele que estava brilhante e sedosa no verão de repente começou a descamar? Ainda devo continuar usando filtro solar? Reunimos um time de especialistas para responder essas e outras questões para que você – e sua pele – não sofram a ação das baixas temperaturas. 

A pele fica mais ressecada no frio?

Sim, isso é absolutamente normal. “Nossa pele é formada por uma barreira de água e óleo. Quando ela é alterada por algum fator, como clima seco e frio, há diminuição da produção de lipídeos dessa barreira, e com isso, as células da epiderme (camada mais superficial da pele) perdem a capacidade de reter água. O resultado é uma pele ressecada que ‘repuxa’”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Além disso, há uma questão fisiológica explicada por um estudo (“Changes in filaggrin degradation products and corneocyte surface texture by season”) publicado no British Journal of Dermatology: as células da pele literalmente encolhem no frio e prejudicam uma proteína chamada filagrina, que ajuda na hidratação natural. Além disso, a pele é prejudicada pelos banhos quentes e demorados, pois a água quente provoca a remoção intensa da oleosidade natural do tecido, diminuindo o manto hidrolipídico que retém a umidade e protege a pele. Uma boa estratégia para evitar esse ressecamento é o que ficou conhecido como Moisture Sandwiching, ou Sanduíche de Hidratação. “O sanduíche de umidade é uma expressão que se refere ao processo de aplicação de camadas de produtos na pele úmida para reter a água na pele e evitar a perda de água transepidérmica. Ele é projetado principalmente para melhorar a hidratação da pele”, explica Ludmila Bonelli, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle. “A técnica pode ser interessante e muito útil para peles secas, desvitalizadas ou desidratadas”, completa a especialista.

“A aplicação de um sérum e um hidratante em creme na pele úmida permite que os ingredientes dessas formulações (como o ácido hialurônico) possam reter a água que está na superfície da pele e mantenham a pele hidratada por mais tempo. Ao estratificar os produtos de uma certa maneira, começando com umectantes (como ácido hialurônico ou glicerina) e terminando com produtos mais oclusivos (como manteiga de karité e alguns óleos), mais água acaba sendo retida na pele”, explica a cosmiatra. 

Preciso aplicar fotoprotetor nas estações frias?

Sim. Os médicos sempre recomendam: protetor solar diariamente, faça chuva, faça sol. O dermatologista Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, enfatiza: “Devemos ter o hábito do uso regular do filtro solar: ele é o creme antienvelhecimento mais importante.” Isso acontece porque a proteção do produto impede danos ao colágeno. Mas reaplicar também é fundamental (de duas em duas horas em exposição direta, a cada quatro horas em ambientes fechados). “Mesmo em dias nublados, 70% da radiação ultravioleta passa através das nuvens e atingem a nossa pele”, explica a Dra. Paola.

A época de frio é realmente a melhor para procedimentos estéticos? 

Sim, pois, durante essa época do ano, a exposição solar é menos frequente e intensa. “A exposição solar de áreas que acabaram de passar por cirurgia pode causar manchas na pele e o escurecimento das cicatrizes”, alerta a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Segundo a especialista, a temperatura amena também minimiza o inchaço após a cirurgia plástica, o que pode ajudar a otimizar o tempo de recuperação, se comparado aos dias mais quentes. 

“O calor pode favorecer o aparecimento de um inchaço maior no período pós-operatório, o que pode causar incômodo ao paciente, principalmente para aqueles que já possuem uma tendência natural à retenção de líquidos. Já o clima frio reduz a resposta inflamatória do organismo, o que, além de diminuir o edema, reduz o desconforto na região da cirurgia. Dentre os procedimentos mais realizados estão a rinoplastia, o lifting facial e a lipoenxertia (injeção de gordura do próprio paciente para volumizar)”, destaca o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Os tratamentos não cirúrgicos, mas que ‘retiram’ a primeira camada da pele, também são interessantes. Para o combater rugas, o laser Pro Collagen promove um efeito fototérmico que resulta no rejuvenescimento facial. “O tratamento faz uma ‘ablação’, ou seja, ele queima os tecidos. O organismo entende que aquele tecido não serve mais, então ele será eliminado, ocorrendo ao mesmo tempo o estímulo para um novo colágeno. Com isso, temos uma melhora da textura da pele e de rugas, por meio da neocolagênese”, explica a Dra. Ana Paula Urzedo, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

No frio, a rotina skincare deve ser igual à do verão?

Não, pois as necessidades da pele mudam de acordo com a estação. “No frio, a pele fica naturalmente mais seca por conta do frio, baixa umidade, banhos quentes e ventos constantes. Então, temos que adequar os produtos do nécessaire a esse novo momento, procurando por cosméticos que privilegiem a pele nessa estação”, recomenda Paola. Nessa época, o uso dos ácidos também é mais acentuado para rejuvenescer e tratar manchas, o que demanda um maior cuidado com fotoproteção, mas novas tecnologias conseguem excelentes resultados clareadores e rejuvenescedores sem agredir a pele. 

É verdade que a poluição é maior no frio?

Sim, nas estações mais frias ocorre um fenômeno conhecido como inversão térmica, quando o ar frio é impedido de circular por uma camada de ar quente. Como resultado, a camada de ar fria fica retida nas regiões próximas à superfície terrestre com uma grande concentração de poluentes, que são extremamente prejudicais à pele. “A pele está constantemente exposta à poeira, poluição e até mesmo maquiagens. Essas impurezas podem se acumular e entupir os poros, prejudicando a saúde da nossa pele, além de causarem inflamação”, explica a dermatologista Dra. Patrícia Mafra, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É interessante então investir em cosméticos formulados com ativos antipoluição, que possuem mecanismos diferenciados para combater a ação dos poluentes na pele, como a formação de um escudo ou um filme de proteção sobre o tecido cutâneo. “Grande parte desses cosméticos também possuem ação antioxidante, promovendo reparo e, principalmente, impedindo os mensageiros pró-inflamatórios que levam ao dano celular. Alguns ativos poderosos para evitar o problema são: Exo-P, Alistin, Coffee Skin e Arct-Alg”, explica a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec Dermocosméticos. A limpeza profunda e completa, inclusive dos micropoluentes, pode ser feita com a tecnologia HydraFacial. “Baseado no conceito de beauty health, que consiste em melhorar a aparência da pele ao mesmo tempo em que promove manutenção da saúde do tecido cutâneo, o procedimento HydraFacial é uma experiência única, feita com um equipamento de hidrodermoabrasão, que é realizado em (pelo menos) 30 minutos, com (pelo menos) três etapas, suficientes para conferir a melhor pele da sua vida. O equipamento conta com a exclusiva e patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️, que gera um efeito de vórtice para expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto confere hidratação, o que é o principal ponto para diferenciar a experiência de uma microdermoabrasão ou limpeza de pele – que cutuca, lesiona e faz a pele arder. Hydrafacial, pelo contrário, não machuca, não resseca, não tem tempo de inatividade. É um procedimento completamente indolor, que garante uma pele mais saudável, hidratada, com mais viço e um toque macio e suave”, afirma a dermatologista Dra. Adriana Awada, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Recomenda-se a realização de sessões mensais ou conforme orientação do seu especialista para ajudar a manter os resultados e continuar a promover a restauração natural – e saúde – da pele.

Os cabelos também devem ser uma preocupação no frio? 

Sim. “Com a queda da temperatura, os banhos se tornam mais longos e quentes e o couro cabeludo, que é rico em glândulas sebáceas, sofre um ressecamento excessivo causado pela alta temperatura. O resultado é a produção de oleosidade rebote, o que torna os fios pesados e favorece o surgimento da caspa e da queda capilar”, alerta o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Além disso, com a baixa umidade do ar, é comum os fios ficarem mais ressecados e sujeitos à quebra. 

E o como prevenir o ressecamento e aparecimento de estrias no corpo?

A pele do corpo também pode sofrer durante as estações mais frias. Por isso, Salomão Jr. recomenda hidratar a região duas vezes ao dia, com produtos à base de óleo de girassol, óleo de semente de uvas e calêndula. Esses ativos também previnem também a formação de estrias. No caso daquelas já formadas, o médico recomenda tratamentos de radiofrequência microagulhada Eletroderme. “Ela estimula a formação de novo colágeno e a cicatrização”, finaliza o médico.

Mais de Beleza