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Existem alguns indicadores que podem acelerar ou retardar o processo de envelhecimento, a depender do modo com o qual você lida com eles no dia a dia. A alimentação, a atividade física, o sono e os cuidados com a pele, todos esses têm grande efeito na aparência, alguns aumentando, outros diminuindo alguns anos da idade biológica. Veja abaixo como esses hábitos influenciam no envelhecimento da pele:
Na atividade física – Ficar parado não é uma opção, uma vez que o sedentarismo prejudica a circulação sanguínea. “Durante a atividade física, toda a nossa circulação fica mais solicitada. O sistema arterial (sangue que “alimenta” os músculos em movimento, por exemplo) aumenta seu fluxo, e consequentemente, o aporte de nutrientes e oxigênio para todos os tecidos, inclusive a pele. Isso se reverte na pele deixando-a mais hidratada, corada e mais viçosa”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro do American College of Lifestyle Medicine. “Também temos aumento de antioxidantes endógenos, que combatem os radicais livres; isso leva ao retardamento do envelhecimento, com efeito antiaging”, afirma. Dessa forma, nosso corpo tem uma melhor resposta antioxidante com a prática regular de atividade física. “Basicamente, sabemos que a prática de atividades físicas melhora marcadores de envelhecimento precoce, porém os treinos devem ser programados, moderados e constantes, pois o excesso pode acelerar o envelhecimento, tanto ou mais que o sedentarismo”, completa a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Não esqueça: nunca é tarde para começar.
Na falta de cuidados com a pele
Na dieta – Cuidado com as restrições calóricas. “Apesar da restrição calórica ter muito respaldo na literatura científica, como estratégia para reduzir a velocidade do envelhecimento acelerado ou precoce, certamente uma dieta restrita só deve ser seguida com orientação e acompanhamento médico”, explica Marcella. Além disso, cuidado com os excessos, principalmente de alimentos inflamatórios, como o açúcar. A ingestão de açúcar e carboidratos em excesso na dieta colabora para um processo de glicação, que é quando as fibras de colágeno e elastina endurecem por reagirem com esses açúcares. “Com isso, elas perdem a maleabilidade, flexibilidade, sustentação e ancoragem da pele. O açúcar também está ligado, segundo estudos, ao aparecimento de manchas. O consumo excessivo também provoca o acúmulo de AGEs (espécies avançadas de glicação), que gera ação inflamatória, acelerando o processo de envelhecimento da pele”, explica a dermatologista Dra. Letícia Bortolini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para reverter esse quadro, é necessária a aplicação tópica e o uso de produtos via oral com ação antiglicante e desglicante. “O Glycoxil, uma carcinina, é um antiglicante, ou seja, diminui o processo de glicação (ligação da molécula de açúcar com a de colágeno) nas proteínas da nossa pele. O uso da carcinina diminui flacidez e melhora a elasticidade da pele”, afirma a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos. Outro suplemento que pode ser usado é o Exsynutriment, um silício estabilizado em colágeno marinho. “Ele estimula a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico que consegue melhorar o tônus da pele e diminuir a flacidez”, completa a nutricionista.
No sono – É durante a noite que nosso corpo se repara, por isso o sono é um importante antioxidante, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro do American College of LifeStyle Medicine. A falta de sono diminui todo o metabolismo do ciclo circadiano, o que compromete o tempo necessário para que ocorra o reparo e regeneração durante o período noturno. “Então isso afeta a produção natural de melatonina que também é parte da defesa antioxidante primária do nosso organismo”, explica Letícia. Nessa questão, outro ponto também deve ser analisado: a forma como dormimos. “O fato de dormir com o rosto de lado ou de bruços ajuda a formar as chamadas sleep lines, rugas de dinâmica importantes, e que muitas vezes nos faz envelhecer mais assimetricamente com demarcações mais profundas das linhas e das rugas. O ideal é dormir com a barriga para cima”, conta a dermatologista. “Importante a higiene do sono: que é avisar seu cérebro que está na hora de dormir. Evite telas de celular, tablet, TV, computador ao menos 1 hora antes de dormir, a luz azul destrói a melatonina que seu corpo produziu para preparar seu sono. Evite alimentos pesados e com muito carboidrato à noite. Se você dá muita energia para seu corpo ele vai se preparar para gastá-la e isso pode dificultar o sono”, explica Beatriz.
Nos cuidados com a pele – Segundo o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica GRU Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, antes de se preocupar com uma rotina que contenha ácidos e antioxidantes, devemos ter o hábito do uso regular do filtro solar. “Ele é o creme antienvelhecimento mais importante. Além disso, preservar a barreira cutânea é fundamental para manter a pele saudável”, afirma o dermatologista. Anteriormente ao uso do fotoprotetor, é possível aplicar um produto com Vitamina C. “Esse ingrediente aumenta a proteção da pele contra a radiação UV e tem ação contrária a imunossupressão causada por essa radiação. Também é conhecida pelo seu efeito anti-inflamatório”, acrescenta o Dr. Daniel Cassiano. Aposte também em cremes com vitamina C. “Ela tem efeito de neutralizar a ação dos radicais livres, potencializa a proteção do filtro solar, previne e trata as rugas finas e de expressão aumentando a produção de colágeno. Com esses efeitos a pele fica muito mais luminosa e com aparência mais firme e uma textura melhor”, finaliza o dermatologista.