Foto: Pixabay
É necessário ter certo cuidado com a pele nos períodos mais frios do ano, na temporada de outono e inverno. Nessa época, a pele produz menos oleosidade natural, devido à falta de luz e calor do período, então é comum o ressecamento e a sensação de incômodo na pele do rosto, que é a mais exposta ao vento e poluição.
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“Durante o inverno, a pele fica mais ressecada devido à diminuição da transpiração causada pela queda da umidade do ar, além da diminuição da temperatura e dos banhos mais quentes, o que causa desestruturação da camada protetora da pele. Também temos a tendência de beber menos água, consumirmos alimentos mais gordurosos e, algumas vezes, usarmos produtos inadequados, que podem agravar os efeitos do clima”, explica a Dra. Roberta Padovan, médica pós-graduada em dermatologia e medicina estética. Durante esse período, o clima seco também propicia o aparecimento de muitas dermatites e alergias. “A pele reflete diretamente, ficando mais avermelhada e irritada, ressecada, pelo alto grau de poluição que temos nestas temporadas, por isso são necessários cuidados especiais”, explica a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec Dermocosméticos.
Se esse ressecamento for constante, anual, a pele pode ficar mais suscetível ao aparecimento de rugas finas, vermelhidão, coceira, descamação e rachadura de leve a graves. “A pele fica com aspecto endurecido, sem viço. Ela perde a barreira de proteção, ficando mais vulnerável a infecções”, explica Roberta.
Essa desidratação da pele também reflete na pele do cabelo. “No inverno, devido a banhos mais quentes, uso de aquecedor, menor transpiração e menor ingestão de água, há desidratação da pele da região, o que causa ou piora a dermatite seborreica (caspa)”, explica o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica GRU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
No caso dos lábios, o tecido que forma essa região é extremamente delicado, o que favorece o aparecimento de ressecamento e envelhecimento precoce. “A porção dos lábios que fica exposta ao meio ambiente é formada por semimucosa, um tecido sem queratina e sensível, sem esta proteína morta que está presente na pele e tem papel de barreira protetora. Os lábios ficam expostos aos alimentos mais ácidos ou temperos como a pimenta, mudança brusca de temperatura, água quente, uso de pasta dental (muitas vezes composta por ativos mais corrosivos), ar condicionado, saliva (o que provoca uma dermatite de pele provocada pela acidez e enzimas), contato com o vento, frio e com batons ou gloss que contenham ativos sintéticos. Isso dá a sensação de secura constante, inchaço, vermelhidão e formação de crostas”, explica o Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mas nem tudo precisa ser assim. A solução está na hidratação. “O ideal é buscar produtos cujos veículos sejam à base de Fosfolipídeos que formam uma segunda pele, protegendo de forma mais efetiva ao diminuir a perda de água por evaporação. O ideal é usar hidratantes com base second skin e agentes gelificantes como o Lecigel. Além dos veículos essenciais, o ácido hialurônico de alto e baixo peso molecular associados ainda são indicados para estimular a produção de hidratação natural em todas as camadas.
Hyaxel é um ácido hialurônico, de baixo peso molecular e vetorizado ao silício orgânico, que tem a capacidade de aumentar a expressão gênica de proteínas como aquaporinas, filagrinas, loicrinas e outras importantes para aumentar a auto-hidratação. Já DSH CN tem alto peso molecular, forma um filme de retenção hídrica e devolve elasticidade ao tecido cutâneo”, explica Maria Eugênia. “Os componentes que mais retêm a água na pele são a glicerina e o ácido hialurônico de alto peso molecular, que consegue reter até 1.000 vezes o seu peso em água. Portanto, quanto maior for o seu peso molecular maior será a retenção de água”, explica o farmacêutico Maurizio Pupo, pesquisador, consultor em cosmetologia e diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ada Tina Italy. “Para os lábios ressecados, o ideal é usar hidratantes com D-Pantenol e ceramidas. No caso da caspa, xampus com cetoconazol e solução capilar com corticoide, sempre indicado pelo médico dermatologista”, explica Cassiano.
Além disso, Roberta recomenda alguns cuidados, como prestar atenção no banho e maneirar na água muito quente. “Tente diminuir um pouco a temperatura ou até mesmo o tempo de banho. Isso pode atenuar os danos à pele. Optar por sabonete de ação hidratante ajuda a evitar o ressecamento. Mas os cuidados não param por aí: consuma alimentos ricos em água diariamente, como frutas ou legumes; evite a exposição ao frio e ao vento; e aplique creme hidratante, e no corpo, óleo corporal pós-banho”, afirma a médica.
Outro cuidado necessário é o uso diário (e eterno) do protetor. “A radiação ultravioleta, também no inverno, provoca danos que comprometem a estrutura de sustentação da pele, causando o aparecimento precoce de rugas e flacidez, além das manchas como reação à fotoexposição.
A orientação continua a de reaplicar o fotoprotetor de quatro em quatro horas em ambientes fechados e de duas em duas horas em fotoexposição direta. Ativos antioxidantes como Ascorbosilane C e OTZ 10 também podem ser incorporados ao protetor como forma de evitar e reverter danos, protegendo principalmente a pele contra os danos da luz visível também”, explica a farmacêutica Maria Eugênia.
“Como a gente sabe que as pessoas não reaplicam o protetor solar no Brasil, é importantíssimo ter as 12 horas de proteção, tecnologia presente em alguns produtos. Principalmente porque você não tem perda de proteção ao longo do dia”, diz Pupo. O nome da tecnologia presente em protetores com 12 horas de eficácia em fotoproteção é Solent, presente em todos os protetores solares da Ada Tina Italy, e que utiliza, no lugar da Avobenzona (ativo bastante utilizado em fotoprotetores e facilmente degradado quando exposto ao sol), uma série de ativos seguros e extremamente estáveis combinados de forma balanceada e sinérgica, sendo assim capaz de oferecer uma barreira protetora que confere alta absorção solar por 12 horas mesmo sob o sol forte, não havendo necessidade de reaplicar o protetor solar durante esse período.
Outra boa dica é apostar em procedimentos médicos, como o skinbooster: ele é um ‘hidratante injetável’ que estimula o colágeno e melhora as linhas sem paralisar a musculatura (diferente da toxina botulínica). “O skinbooster é um procedimento que se faz para aumentar a hidratação da pele. Ele se faz com ácido hialurônico bem fino, em uma densidade bem pequena. E a aplicação é feita com uma agulha em vários pontos distribuídos na pele, com uma distância pequena (mais ou menos 0,5cm). Depositamos o ácido hialurônico logo abaixo da pele. E esse depósito de ácido hialurônico nesses locais vai favorecer a reestruturação da derme, então a pele vai ficar um pouco mais firme, mas o principal efeito que temos com esse procedimento é a hidratação daquela região”, destaca o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O ácido hialurônico é uma molécula normalmente fabricada pelo nosso organismo que sustenta a estrutura da pele. “Essa hidratação estimula que células chamadas fibroblastos produzam mais colágeno”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No caso dos lábios, quando os sinais como as rugas já estão instalados, além dos injetáveis, Salomão Jr. indica o laser Pro Collagen. “Ele dá volume e melhora as rugas”, finaliza.