Top

Melasma: tudo que você precisa para prevenir e tratar as manchas

Foto: Unsplash

Uma das condições de pele mais comuns no Brasil é o melasma, que já pode, inclusive, ser considerada uma epidemia no País, visto que atinge cerca de 35% das mulheres brasileiras – muitas delas sempre acreditaram no mito de bronzeamento saudável. “Melasma é formado por manchas de sol de tom marrom provocadas pelo excesso de exposição solar ao longo da vida. Essas manchas aparecem principalmente no rosto, mas podem aparecer em outras partes. Ocorre mais frequentemente em mulheres, dificilmente aparecem nos homens, menos de 10% dos casos”, explica Dra. Roberta Padovan, médica pós-graduada em dermatologia e medicina estética.  

SIGA O RG NO INSTAGRAM

“O melasma ocorre quando as células responsáveis pela pigmentação da pele produzem melanina em excesso, o que leva à formação de manchas”, explica o farmacêutico Maurizio Pupo, pesquisador, consultor em cosmetologia e diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ada Tina Italy. “Além do depósito de pigmento, em alguns casos, é possível observar a participação de um componente vascular. Há o aumento da vascularização no local afetado. Na pele, o que enxergamos, são manchas acastanhadas, escurecidas, que contrastam com a pele e que bronzeiam mais que a pele normal quando exposta ao sol”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Deramtologia.

Existe uma herança genética envolvida nessa condição de pele. “Algumas pessoas podem ser mais propensas a ter problemas de pele, e também poderão ser mais sensíveis às manchas de sol. A predisposição ao melasma ocorre por conta de diversos genes como TYR, TYRP1, DCT e SILV, que estão envolvidos em um aumento da produção de pigmento nas células, mas sempre induzidos por gatilhos, principalmente a exposição solar. Nesse contexto, entender as suas alterações genéticas pode te dar mais poder sobre elas. Isso porque o seu estilo de vida afeta a expressão dos seus genes, e as mudanças certas nos seus hábitos podem reduzir drasticamente problemas com sua pele e facilitar o tratamento”, explica o geneticista Dr. Marcelo Sady 

“O melasma possui alguns gatilhos conhecidos: exposição a luz solar, uso de anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal, gestação, drogas como anticonvulsivantes. Recentemente estamos observando mulheres que apresentaram melasma após procedimentos estéticos de laser ou luz intensa pulsada”, destaca o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, da clínica GRU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. No geral, o melasma é mais comum em mulheres de fototipos intermediários (morena clara e escura) na idade fértil, segundo o médico.

Prevenção – “O principal fator desencadeante do melasma é sem dúvida a radiação UV. Dessa maneira, o uso frequente de filtro solar com FPS50 é importante para evitar o melasma. Porém, recentemente, estamos entendendo o papel da luz visível do sol nas manchas da pele, por essa razão recomendamos filtro solar que contenha o óxido de ferro (tonalizados)”, explica o Dr. Daniel. 

Uma vez instalado, a melhor prevenção contra a piora do melasma é o uso diário de protetor solar com fator de proteção adequada com “cor de base”. “Para quem tem melasma essa rotina é essencial. Quando houver exposição solar intensa (na praia, piscina ou parque), é muito importante que o filtro seja reaplicado a cada duas horas ou toda vez que a pele entrar em contato com água ou suor. O filtro de uso diário deve ter FPS 30 no mínimo. Quando na piscina, na praia ou até no esqui, a proteção deve ser maior, no mínimo FPS 60. Se você está se perguntando de existe diferença entre os fatores de proteção acima de 60, sim, há diferença. Quanto maior o FPS, maior será a proteção. E protetores com ‘cor de base’ protegem ainda mais nesse caso”, explica a Dra. Paola.

Tratamentos – Em consultório, uma novidade é o Pico Ultra 300, que evita o efeito rebote, com piora das manchas. O laser de picossegundos é extremamente rápido e potente para destruir o pigmento causador das manchas, atuando como grande aliado no combate ao melasma, segundo a dermatologista Dra. Andressa Soares de Deus, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Atuando por efeito fotomecânico quase puro, o laser de picossegundos leva a um clareamento impactante com baixo risco de hiperpigmentação pós-inflamatória, já que há pouco efeito fototérmico. A grande vantagem é que há uma resposta clinicamente visível já nas primeiras sessões, que deixa o paciente satisfeito e estimulado a completar o tratamento”, afirma Andressa. “Além disso, pode ser feito em pacientes de fototipo alto e bronzeados com segurança, podendo ser utilizado em todos os períodos do ano e em locais de clima quente”, afirma. Já na primeira sessão é possível ver resultados de clareamento, associado ainda a melhora de textura e qualidade de pele, segundo a médica. “A dor durante o procedimento é leve. A quantidade de sessões indicadas varia de quatro a seis com intervalo curto, até semanalmente”, completa.

Mas segundo Cassiano, a base do tratamento do melasma é domiciliar. “A paciente deve usar o filtro solar tonalizado frequentemente associado ao clareador tópico”, explica o médico. “O sérum é especialmente eficaz no tratamento do melasma de grau 2, caracterizado por manchas grandes e profundas de tonalidade média escura, e de grau 3, tipo mais severo da condição que é acompanhado de manchas extremamente escuras de diversos tamanhos e resistentes ao tratamento”, explica o farmacêutico Maurizio Pupo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ada Tina Italy.

Para quem gosta de uma rotina de pele mais extensa, Cassiano ainda sugere associar algum antioxidante tópico, como a vitamina C, antes do filtro para otimizar os resultados. “Mulheres com melasma têm barreira cutânea deficiente, por isso um hidratante adequado para o tipo de pele também deve fazer parte da rotina de tratamento”, explica o médico.

Segundo a cosmetóloga Ludmilla Bonelli, CEO da Be Belle, o consumo excessivo de açúcar também é um grande vilão para as manchas. “O açúcar excedente modifica e endurece a estrutura do colágeno, gerando desconforto ao melanócito, que produz ainda mais melanina”, explica.

Ainda sobre o tratamento, o Dr. Cassiano explica que o uso oral do ácido tranexâmico também pode ser um bom aliado no tratamento. “Mas sua prescrição é limitada a um grupo de pacientes sem fatores de risco para tromboembolismo”, explica. No caso da glicação, a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos, indica o uso oral de Glycoxil. “O suplemento é um dipeptídeo biomimético da carcinina, com maior biodisponibilidade, e é considerado atualmente como um dos mais importantes nutracêuticos no combate à glicação. Glycoxil possui ação antiglicante por impedir a união da proteína com a molécula de glicose; desglicante por promover a separação da glicose deixando a proteína livre e antioxidante. O uso da carcinina ainda diminui flacidez e melhora a elasticidade da pele”, finaliza a nutricionista.

Mais de Beleza