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Consumo de uvas oferece proteção contra os danos UV da pele, diz estudo

Foto: Pixabay

Um estudo humano recente publicado no “Journal of the American Academy of Dermatology” descobriu que o consumo de uvas protege contra os danos ultravioleta (UV) da pele. “Os participantes do estudo mostraram maior resistência às queimaduras solares e redução nos marcadores de danos UV no nível celular. Acredita-se que os componentes naturais encontrados nas uvas, conhecidos como polifenóis, sejam os responsáveis por esses efeitos benéficos”, afirma Maurizio Pupo, pesquisador, consultor em cosmetologia e diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ada Tina Italy. O estudo “Dietary table grape protects against UV photodamage in humans: 1. clinical evaluation” foi conduzido na University of Alabama e publicado no final de janeiro.

“Falar sobre os benefícios da uva é lembrar do poder do resveratrol, um polifenol encontrado, principalmente, na casca e nas sementes das uvas vermelhas ou pretas. Com relação à pele, sua ação antioxidante e protetora contra a radiação ultravioleta é o mais importante para um efeito anti-idade complementar, na medida em que aumenta a longevidade celular”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Os autores investigaram o impacto do consumo de pó de uva integral – equivalente a 2,25 xícaras de uvas por dia – por 14 dias contra os fotodanos causados pela luz ultravioleta. “A resposta da pele dos indivíduos à luz ultravioleta foi medida antes e depois de consumir uvas por duas semanas, determinando a dose limite de radiação ultravioleta que induziu vermelhidão visível após 24 horas – a Dose Mínima de Eritema”, explica Pupo.

O estudo concluiu que o consumo de uva exerce um papel protetor, ou seja, mais exposição aos raios ultravioleta foi necessária para causar queimaduras solares após o consumo da uva, com a Dose Mínima de Eritema aumentando em média 74,8%. “A análise de biópsias de pele mostrou que a dieta da uva foi associada a danos ao DNA diminuídos, menos mortes de células da pele e uma redução nos marcadores inflamatórios que, se não forem controlados, juntos podem prejudicar a função da pele e podem levar ao câncer de pele”, diz Pupo.

O câncer de pele é o mais comum no país. Além de fatores genéticos, a maioria dos casos de câncer de pele está associada à exposição à radiação ultravioleta do sol: cerca de 90% dos cânceres de pele não melanoma e 86% dos melanomas, respectivamente. Além disso, cerca de 90% do envelhecimento da pele é causado pelo sol. “Com esse estudo, vimos um efeito fotoprotetor significativo com o consumo da uva e é possível identificar as vias moleculares pelas quais esse benefício ocorre – por meio do reparo do dano ao DNA e da regulação negativa das vias pró-inflamatórias. As uvas podem atuar como um protetor solar comestível, oferecendo uma camada adicional de proteção além dos produtos tópicos de proteção solar”, explica o pesquisador.

Usada em cosméticos, a molécula de Resveratrol, derivada das uvas, também é altamente utilizada em dermocosméticos por conta do seu elevado poder antioxidante natural. “Ela é capaz de prevenir e até tratar inúmeras doenças devido ao seu poder antioxidante, anti-inflamatório, estimulante da expressão de sirtuínas e protetor dos telômeros”, diz Pupo. “Com esse estudo, fica claro que o ideal é combinar o consumo das uvas com produtos tópicos antioxidantes e de proteção solar”, explica o farmacêutico.

Cuidados com áreas esquecidas – A exposição solar sem a fotoproteção adequada é o mais importante agressor da pele, pois leva a um dano cumulativo: causa mudanças nas bases do DNA celular que provocam reações de mutação celular, com consequente fotoenvelhecimento precoce, inflamação e cancerização. “Por isso, a melhor forma de proteção é o filtro solar. Mas existem regiões do corpo que são comumente esquecidas e podem sofrer desde queimaduras solares ou, por conta do dano cumulativo, alterações mais graves”, afirma a Dra. Roberta Padovan, médica pós-graduada em dermatologia e medicina estética. Por isso, reforce a proteção em áreas como pálpebras e canto interno dos olhos, cantos e ponta do nariz, região da boca e lábios, orelhas, nuca, dorso dos pés e mãos. As pálpebras por exemplo viraram preocupação mundial pelo aumento da incidência de câncer de pele, que já chega a 10% nessas áreas frequentemente negligenciadas, segundo pesquisa da Universidade de Liverpool apresentada na conferência anual da Associação Britânica de Dermatologistas em 2017, no Reino Unido. “Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e susceptível a danos, inclusive câncer”, explica Roberta. “Como a pele da região dos olhos é muito delicada, alguns filtros podem causar irritação; dessa forma, o paciente deve priorizar produtos oftalmologicamente testados, protegendo a área sem correr risco de reação”, afirma. “Mas devemos lembrar da importância de acessórios na proteção solar, como os óculos de sol com proteção UV, que não resguardam apenas os olhos e córneas; eles são importantes para proteger, também, a pele das pálpebras propensas a câncer”, afirma.

Outras formas de proteção – Além da alimentação, existem também suplementos que podem ajudar na questão da fotoproteção oral e ação antioxidante. “Mais recentemente tem se falado muito na questão dos pré e probióticos associados à formulação tópica e via oral com conceito de defesa e imunologia da pele. A fotoproteção oral é fundamental e complementar. No entanto, eles não substituem os protetores de uso tópico! Os filtros imunoprotetores via oral vieram para ficar com propriedades de melhora da resistência cutânea e imunológica”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Eles funcionam como verdadeiros guardiões, quando associados aos protetores locais, para preservar a estrutura e evitar a desnaturação do DNA celular por proteger as células imunológicas da pele e reverter em parte os danos biológicos e inflamatórios causados pela exposição exagerada ao sol. Os mais importantes são o Polipodium Leucotomus, Pycnogenol, Astaxantina, Luteína, Extrato de White e Green Tea, Resveratrol e ácido elágico da Romã, sempre associando ao uso de silício orgânico Exsynutriment para melhora do aspecto da flacidez e ao Bio-Arct para ação antioxidante, imunológica e melhora da energia mitocondrial. Outra substância importante para a nutrição celular e ação anti-idade é In.Cell”, finaliza Claudia.

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