Foto: Unsplash
Início do ano é o momento ideal para fazer planejamento, mudar as estratégias que não deram certo, e seguir novos rumos. Se 2020 foi um ano difícil, é hora de tentar fazer diferente em 2021. No campo da beleza, reconciliar-se com a autoestima é um bom começo, mas não esqueça também de adicionar novos cuidados que com certeza farão você ficar ainda melhor. Consultamos vários especialistas, entre dermatologistas, cirurgiões plásticos, e profissionais ligados à área de Saúde e Estética para entregar quais são os 7 passos para começar o ano com o pé direito, com relação ao autocuidado estético. Veja abaixo:
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1 – Visite um médico
Segundo a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a prescrição médica é o grande trunfo para a personalização de um tratamento. “Dependendo da alteração estética do paciente e de diversas nuances, incluindo contexto alimentar e de hábitos de vida, podem ocorrer mudanças nos parâmetros de prescrição, orientação e de indicação, tanto no processo de tratamento domiciliar como procedimentos dentro do consultório”, afirma a dermatologista. Além disso, não esqueça também de visitar um cirurgião plástico, que pode trabalhar em conjunto com o dermatologista. “Há um constante avanço de técnicas invasivas e não-invasivas também para conferir resultado mais natural, ajudando tanto no rejuvenescimento quanto na melhora geral da aparência. Além disso, ao consultar um especialista no assunto, você pode descobrir que uma nova técnica pode diminuir até o inchaço e o período de recuperação, como é o caso da rinoplastia preservadora, para citar um exemplo”, explica o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
2 – Invista em um bom protetor solar
Segundo o Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a exposição aguda exacerbada à radiação solar causa queimaduras na pele, mas também deprime o sistema imunológico. “Já a exposição crônica à radiação solar é o principal fator de risco para o câncer de pele e lesões pré-malignas. Essa exposição de anos acelera o envelhecimento da pele, causando manchas e flacidez”, afirma o médico. O protetor solar é a forma mais segura de proteção contra as radiações solares. Escolha com cuidado esse produto: aposte em fórmulas que garantam longos períodos de proteção (existem fórmulas de até 12 horas), FPS de no mínimo 30 e um produto que seja fotoestável. “Quando o protetor não tem fotoestabilidade, o sol destrói o produto rapidamente e a sua pele fica queimada”, afirma o farmacêutico Maurizio Pupo, pesquisador e consultor em Cosmetologia, além de diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ada Tina Italy. “O ideal seria que todos os protetores solares tivessem 12h de proteção, período máximo de sol que temos em um dia (considerando que ele nasça às 6h e se ponha às 18h). Sabemos que as pessoas não reaplicam o protetor solar no Brasil, por isso é importantíssimo escolher produtos com 12h de proteção”, diz Pupo.
3 – Incremente seu creme com antioxidantes
Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o antioxidante combate os radicais livres (moléculas altamente reativas que, na pele, podem provocar danos celulares, favorecendo o envelhecimento precoce, com aparecimento de rugas, flacidez de pele, manchas e perda de luminosidade, além do câncer de pele).
“Nosso organismo já conta com um sistema antioxidante endógeno, mas por causa de um processo metabólico, nosso corpo produz mais radicais livres quando exposto aos raios UVA, UVB, poluição e outros hábitos ruins, como fumar, estresse constante e alimentação ruim. Então, o organismo não dá conta do recado. E é por isso que devemos usar esses ativos, tanto via tópica quanto oral (na alimentação e por suplementos)”, afirma Paola. E isso também pode ser influenciado pela nossa genética. “Por exemplo, o genótipo do gene MMP1 está relacionado a uma degradação do colágeno oito vezes maior que o normal após a exposição solar. Existe também o genótipo do gene COL1A1, ligado à menor produção de colágeno. É possível ver, além disso, a carência de genótipos de genes como SOD2 e CAT, o que compromete a capacidade antioxidante da pele em responder bem contra a ação dos radicais livres”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady, pós-doutor em genética e diretor geral da Multigene, que conta com exames genéticos para tratamento da pele. Ou seja, essas características predispõem o paciente a ter mais rugas e sofrer mais com o fotoenvelhecimento.
“Existem substâncias que podem agir para prevenir essas alterações. Usar cremes com antioxidantes como OTZ 10, Superox C e Alistin é uma boa opção. O médico pode também indicar cápsulas orais com Exsynutriment e In.Cell para um tratamento completo dessas alterações, na medida em que as substâncias são responsáveis por uma maior produção de colágeno”, afirma a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos.
4 – Faça um exame genético
Fazer um exame genético para saber o que realmente sua pele precisa – e em que dose – é o máximo de personalização e certeza de tratamento que você terá. “O seu creme não pode ser o mesmo da sua amiga. É por isso que na pele dela o resultado parece ser muito melhor que o seu. Isso não tem a ver com a ideia de que a ‘grama do vizinho é sempre mais verde’: existe, na verdade, uma explicação em seu material genético”, afirma o geneticista Sady. No mundo, essa tendência vem sendo chamada de hiperpersonalização dos cuidados com a pele, ou Skin Tech 2.0. “Através da saliva, os exames analisam o DNA de sua pele e apontam especificidades como propensão à acne ou ao fotoenvelhecimento, nível de sensibilidade e reatividade e até mesmo a capacidade de cicatrização do tecido cutâneo. A vantagem é que eles ajudam o dermatologista a indicar o que é melhor para a pele de cada paciente levando em consideração seu gene, o que faz com que seja possível uma abordagem mais precisa para a rotina de cuidados com a pele de cada um, com produtos e tratamentos específicos para oferecer o que o tecido cutâneo mais necessita”, explica a dermatologista Paola.
5 – Largue a bebida e o cigarro
Sabe todo o esforço que você faz (incluindo tratamentos, cirurgias estéticas e cuidado home care) para ficar com a pele linda? O resultado é muito prejudicado se você fumar ou beber em excesso. Começando pelo álcool: o consumo dessas substâncias é especialmente prejudicial para pessoas que acabaram de passar por procedimentos que demandam tempo de recuperação, como as cirurgias invasivas. “Isso porque o processo inflamatório provocado pelo álcool dificulta a cicatrização e favorece o surgimento de cicatrizes inestéticas. Além disso, a substância afina o sangue, aumentando o risco de o paciente sofrer com sangramento e prolongando a tempo de recuperação”, alerta o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No caso do cigarro, ele não combina com sua pele de jeito algum e é especialmente pior para atrapalhar os resultados de procedimentos. “Um dos principais cuidados pré-operatórios é parar de fumar por pelo menos 30 dias antes da cirurgia. Isso por que o cigarro é um agressor do sistema respiratório e suas toxinas, como a nicotina, interferem na circulação e na oxigenação do sangue, trazendo riscos ao paciente que realizará o procedimento. Dessa forma, fumar antes da operação pode afetar o processo de cicatrização e aumentar o risco de trombose, embolia pulmonar e necrose de tecidos”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
6 – Foque na dieta
Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia, um bom hábito alimentar é fundamental para manter a pele saudável e ajudar a prevenir sinais de envelhecimento cutâneo precoce ou acelerado. “A pele precisa de um bom aporte de proteínas para manter o tônus e renovar suas estruturas. As fontes alimentares de proteínas como carnes, ovos, laticínios e leguminosas são importantes para fornecer aminoácidos necessários. Porém a principal proteína que dá estrutura à derme é o colágeno e, muitas vezes, a alimentação não fornece quantidade suficiente dos aminoácidos para a síntese de fibras colágenas e uma suplementação pode ser indicada”, afirma a médica nutróloga. Isso também vale para o pós-procedimento. “É importante consumirmos legumes, frutas e verduras, que são as maiores fontes de vitaminas e nutrientes, além de serem alimentos altamente anti-inflamatórios e antioxidantes. A alimentação também está relacionada com a beleza da pele, das unhas, e dos cabelos, portanto a ingestão das vitaminas A, C e E são fundamentais, pois são poderosos antioxidantes que combatem os radicais livres e retardam o envelhecimento da pele”, completa a cirurgiã plástica Beatriz.
7 – Não tenha medo dos procedimentos médicos
Há muitas mudanças importantes na vida que podem fazer com que alguém deseje uma cirurgia plástica ou um procedimento menos invasivo. “Em alguns casos, os procedimentos estéticos podem adicionar uma nova dimensão a um grande acontecimento da vida. Mas é sempre fundamental buscar ajuda de um médico para a indicação precisa do tratamento que deve ser feito”, diz Rubez. “A decisão por um procedimento cirúrgico ou não é importante e por isso suas prioridades devem estar bem claras. É preciso ter expectativas realistas sobre o resultado da cirurgia ou tratamento e também ser honesto consigo mesmo sobre o que deseja. O cirurgião está lá para ouvir, oferecer conselhos e opções para ajudá-lo a alcançar o resultado desejado”, finaliza o cirurgião plástico.