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Guia pós-sol: tudo o que você precisa saber para combater os danos à pele causados pelo sol

Foto: Glen Jackson/Unsplash

O verão é a estação em que mais ficamos expostos ao sol. Ainda que você não vá à praia ou tome um banho de sol, os maiores índices de radiação solar durante essa época do ano fazem com que os danos causados à pele devido a exposição solar sejam mais intensos. “Além dos sintomas imediatos, que incluem eritema, sensibilidade ao toque, bolhas e, nos casos mais graves, descamação, dor de cabeça, febre, calafrios e fadiga, os efeitos da radiação solar na pele são cumulativos. Ou seja, com o tempo podemos começar a notar envelhecimento precoce, surgimento ou agravamento de manchas e maior suscetibilidade ao desenvolvimento de câncer de pele”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “E os malefícios à pele, como ressecamento, desidratação e envelhecimento, podem ocorrer mesmo que a exposição solar não seja prolongada ou desprotegida. Logo, após a exposição solar, é necessário adotar medidas para evitar qualquer complicação” destaca Isabel Piatti, consultora executiva em estética e inovação cosmética e conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita.

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E a boa notícia é que é possível recuperar os danos a curto e longo prazos causados pelo sol à pele por meio de alguns cuidados simples, que, ao contrário do que muitos pensam, não envolvem, necessariamente, o uso de um hidratante pós-sol. “Algumas fórmulas de hidratantes pós-sol possuem consistências espessas e oleosas que criam uma barreira emoliente no topo da pele, aprisionando o calor na camada superior da epiderme e exacerbando a inflamação e a sensação de queimadura. Além disso, algumas fragrâncias e produtos químicos presentes nesses produtos podem irritar a pele danificada. Então, é preciso ter cautela ao utilizar hidratantes que se intitulam pós-sol”, alerta a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Mas, no geral, a hidratação é sim fundamental, sendo uma das etapas mais importantes para recuperar os danos causados pelo sol, pois, ao diminuir a perda d’água transepidermal, o hidratante garante um aspecto mais saudável à pele, deixando-a macia e evitando que descasque.  “Procure por produtos formulados com ativos que reestabeleçam as defesas naturais e que possuam ação calmante e um sistema antioxidante avançado. Um dos ingredientes clássicos para recuperação da pele é a vitamina E, que tem ação antioxidante, imunoprotetora e hidratante, além de possuir efeito calmante e suavizante”, diz a médica.

Caso sua pele não esteja excessivamente sensibilizada devido ao sol, é interessante também realizar uma esfoliação da pele antes da hidratação para recuperar o brilho e o viço perdidos devido à exposição à radiação UV. “A esfoliação é capaz de promover, de maneira controlada, uma renovação da pele, acelerando esse processo natural do organismo, sendo assim um excelente recurso para remover as células mortas e impurezas, além de melhorar a permeação de ativos dos hidratantes que serão aplicados em seguida, o que potencializa sua ação e o processo de recuperação da pele”, aconselha Isabel.

E claro, mesmo após a exposição solar mais intensa, a fotoproteção segue indispensável para que a pele tenha chance de se recuperar e os danos já estabelecidos não se agravem. “O fotoprotetor preserva as estruturas da pele por meio da proteção contra os danos a curto e longo prazos da radiação ultravioleta. O ideal é que o produto contenha, no mínimo, FPS 30, proteção de amplo espectro (UVA/UVB/Infrared) e resistência à água, devendo ser reaplicado a cada duas horas”, explica o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica GRU Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A recuperação da pele também pode ser feita de dentro para fora com o uso de suplementos orais, como o FC Oral. “Os Fosfolipídeos de Caviar em cápsulas (FC Oral) atuam no tratamento global da pele, formando uma barreira epidérmica para manter a membrana celular íntegra e hidratada, reparando seus danos e melhorando sua fluidez, o que, por sua vez, permite que os nutrientes sejam absorvidos de uma forma mais plena, assim melhorando a hidratação da pele de dentro para fora”, destaca a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos. A especialista ainda explica que as substâncias presentes nas cápsulas de caviar também ajudam no processo inflamatório, o que as torna importantes aliadas contra inflamações pós-sol.

Além disso, uma alimentação balanceada também é fundamental para que o organismo funcione adequadamente e a pele consiga se recuperar com maior rapidez. Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), o ideal é apostar principalmente em alimentos que aumentem a proteção solar e o sistema antioxidante natural da pele, como as frutas vermelhas, que possuem antioxidantes e vitamina C, substâncias capazes de combater os danos do sol. “As uvas pretas também são uma excelente opção, já que, além de possuírem propriedades antioxidantes, também contam como Vitamina E, que mantém a pele hidratada, vitamina C, que auxilia na revitalização das células da pele, e Resveratrol, um polifenol que tem ação anti-inflamatória, protetora do DNA celular e antioxidante”, recomenda. E claro, não se esqueça também de ingerir bastante líquido.

No entanto, quando as queimaduras são graves, como em casos de insolação, o mais importante é visitar um médico imediatamente. “Os principais sintomas da insolação são temperatura corporal excessivamente elevada, pele vermelha, taquicardia, cefaleia, dispneia (falta de ar), vertigem, náuseas, vômito, desidratação, confusão mental, desmaios e até perda de consciência”, afirma Cassiano. “No geral, o tratamento consiste no uso de compressas frias e analgésicos comuns, além da hidratação da pele com ativos calmantes. Mas, nos casos graves, o médico poderá recomendar também a utilização de corticoides tópicos e, quando há infecção e aparecimento de pus, antibióticos”, completa o médico.

Por sua vez, aqueles que já apresentam os danos cumulativos causados pela radiação solar, como manchas e rugas, podem apostar nos procedimentos estéticos para tratá-los. Para combater as manchas, por exemplo, pode-se optar pelo laser Vektra QS, da plataforma Solon. “Trabalhando com comprimentos de onda muito curtos, na faixa de nanossegundos, o laser do tipo Q-Switch age diretamente no alvo, fragmentando o pigmento que dá cor à pele em pequenas partículas que são imediatamente absorvidas e eliminadas pelo organismo”, diz Salomão. Já para o tratamento das rugas, de acordo com a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), é possível optar pela aplicação de preenchedores injetáveis, como o ácido hialurônico, que, além de preencher as rugas, é capaz de melhorar a qualidade da pele como um todo. “Outra alternativa de tratamento são os skinboosters, injeções também à base de ácido hialurônico que promovem hidratação profunda da pele, tornando-a sedosa e com menos linhas finas”, completa a médica.

Por fim, caso você note o surgimento de pintas, outro dano cumulativo comum da exposição desprotegida à radiação solar, o mais importante é visitar um dermatologista. “A consulta ao médico é indispensável ao notar lesões excessivamente grandes, irregulares no formato e que possuem vários tons, pois apenas o profissional especializado será capaz de realizar a avaliação e a dermatoscopia da lesão para realmente confirmar que se trata de um câncer, dando, em caso positivo, início ao tratamento”, finaliza Paola.

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