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Alimentos, cremes, tratamentos e tudo que a pele precisa para produzir mais colágeno

Foto: Arquivo Harper’s Bazaar

O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano e está por trás de quase tudo que o segura atualmente, entre ossos, pele, órgãos internos, vasos sanguíneos e músculos. É um material forte, resistente e que nos apoia internamente, mantendo-nos flexíveis, mas não durante toda a vida: apesar do fato de constituir até 40% de nossa composição corporal, começa a diminuir com a idade.

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“A pele é o maior órgão do corpo, sendo o colágeno um dos principais componentes. O envelhecimento da pele resulta nessa degradação de colágeno e esse processo começa, naturalmente, em meados dos vinte e cinco anos, mas continua de maneira gradual com o passar do tempo, o que resulta em rugas e flacidez”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Além do envelhecimento natural, os agressores externos, como sol e poluição, e alguns hábitos de vida, como fumar, má alimentação, má qualidade do sono e estresse, também aceleram o envelhecimento justamente porque aumentam a produção de radicais livres que degradam colágeno”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Abaixo, médicos de diversas especialidades comentam tudo que você pode fazer para estimular essa proteína – que tem muita relação com a beleza da pele:

Na dieta

Você já deve ter ouvido aquela frase “você é o que você come”. De acordo com a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, a pele precisa de um bom aporte de proteínas para manter o tônus e renovar suas estruturas. “As fontes alimentares de proteínas como carnes, ovos, laticínios e leguminosas são importantes para fornecer aminoácidos necessários. Porém, a principal proteína que dá estrutura à derme é o colágeno e, muitas vezes, a alimentação não fornece quantidade suficiente dos aminoácidos para a síntese de fibras colágenas e uma suplementação pode ser indicada”, afirma a nutróloga.

Para ajudar a sua pele a longo prazo, comece a pensar no que tem no seu prato. É a maneira mais barata de ter uma boa pele! “Uma dieta focada em proteínas magras de alta qualidade, fibras, ácidos graxos insaturados, frutas e vegetais e especiarias é a melhor para manter uma pele saudável. Esses alimentos tendem a conter aminoácidos de alta qualidade – os alicerces de uma pele firme – além de ingredientes ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios que promovem o metabolismo cutâneo ideal e a defesa contra os estressores ambientais, incluindo os radicais livres. Em particular, não economize na proteína, que é necessária para produzir colágeno”, afirma.

Você pode comer carnes magras, quinoa, salmão, feijão, lentilha, nozes, folhas verdes, frutas vermelhas e frutas cítricas como alimentos especialmente favoráveis ao colágeno e, em termos de nutrientes, priorize a vitamina C, lisina e prolina, além das vitaminas do complexo B. “Tudo isso contribui para níveis mais altos de produção de colágeno e pele, cabelo e unhas mais saudáveis”, diz.

Em termos de perda de colágeno, prevalece o conselho geral de boa saúde – “limite os alimentos salgados e açucarados, o álcool e a cafeína”. Também é necessário tomar muito cuidado com o açúcar em excesso na alimentação: com o passar do tempo, a molécula de glicose se liga ao colágeno e causa sua desnaturação, em um processo conhecido como glicação, observado na pele na forma de rugas, manchas e flacidez.

Nas cápsulas

Segundo Marcella, o colágeno natural é uma molécula muito grande para atingir a pele intacta após a ingestão: para ser absorvido durante o processo digestivo, é fracionado em unidades menores. “Os suplementos de colágeno contêm o colágeno parcialmente fragmentado como é o caso do colágeno hidrolisado e os peptídeos de colágeno, que são partes menores ou ainda totalmente decomposto na forma de aminoácidos, que são facilmente absorvidos pelo intestino delgado e distribuídos por todo o corpo através da corrente sanguínea, aonde podem permanecer por até 14 dias”, afirma.

Segundo a farmacêutica Mika Yamaguchi, para estimular o colágeno da pele, a suplementação do silício Exsynutriment se faz necessária. “Combinando silanol com peptídeos do colágeno, Exsynutriment auxilia a síntese de colágeno de boa qualidade, estimula fibroblastos, incrementa a produção de proteínas estruturais (elastina, ácido hialurônico, proteoglicanas) de forma organizada, melhorando a qualidade da matriz extracelular (MEC); e tem a vantagem de possuir excelente absorção e biodisponibilidade”, explica a farmacêutica.

Outro ingrediente importante para esse estímulo é o In.Cell, um ingrediente funcional preparado a partir da gema do ovo esterilizada rica em DHA. “Ele contém aminoácidos essenciais, lipídeos e ácidos graxos mono e poli-insaturados (ômegas 3, 6, 7 e 9) nas proporções adequadas para o consumo humano, promovendo hidratação e nutrição celular para a pele, além de aumentar a formação de colágeno”, conta a farmacêutica.

No caso de pacientes que já sofrem com o processo de glicação, Mika indica a suplementação oral de Glycoxil, antiglicante e desglicante, ou seja, com a função de impedir e desligar a ligação da molécula de açúcar com a da proteína de sustentação. “Além disso, ele impede a formação dos agentes avançados de glicação (AGEs), que vão causar a oxidação celular”, afirma a farmacêutica.

Nos cremes

O padrão ouro continua sendo os ácidos e retinóides. No geral, eles têm a finalidade de melhorar a renovação celular. “Isso promete estímulo de fibroblastos e colágeno, o que ajuda a melhorar a textura, linhas finas de expressão e alterações da tonalidade da pele”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da SBD. “Essa renovação faz com que as células cheguem mais jovens, mais oxigenadas e melhor nutridas à superfície da pele. Além disso, o ácido retinóico, por exemplo, estimula a neocolagênese, formação de colágeno do tipo 1 e do tipo 3”, afirma Salomão.

A vitamina C também pode ser usada, pois ela é cofator da síntese de colágeno. De acordo com Kédima, atualmente, a grande tendência é associar ativos à vitamina C, tanto para potencializar seus efeitos como para simplificar a rotina de skin care. “Um dos ativos que vem sendo combinados à vitamina C é o ácido hialurônico e a aposta nessa associação parte do princípio que o ácido hialurônico, por si só, já estimula a produção do colágeno da pele e aumenta a hidratação cutânea, resultando em melhora da sustentação, textura e rugas; já a vitamina C é responsável por estabilizar o colágeno formado no organismo. E, assim, ao juntar os dois componentes, aumentamos o nível e a qualidade do colágeno produzido na pele. Produtos contendo apenas ácido hialurônico e apenas vitamina C podem ser aplicados sequencialmente, porém, seu dermatologista deverá ser consultado orientando se os veículos, ou seja, o material em que o princípio ativo é diluído, é compatível, para que um produto não prejudique a ação do outro”, afirma Kédima.

Mas também existem uma série de substâncias que podem ser usadas para estimular colágeno. Nas farmácias de manipulação, uma boa opção é investir em um booster de ácido hialurônico, que é capaz de ativar de forma significativa a síntese de colágeno. “O booster conta com: DSH CN, um ácido hialurônico que ajuda a preservar a elasticidade; Hyaxel, um ácido hialurônico de baixo peso molecular que aumenta a produção de colágeno; Sculptessence, que age nas desordens relacionadas à flacidez; e Sirhamnose, que estimula síntese de colágeno e reestrutura o tecido conjuntivo”, afirma Mika. “Essas substâncias podem ser combinadas com Alistin, Progenitrix, Vitamina C”, completa Salomão Jr.

Nas clínicas

Existe realmente muita tecnologia em consultório para estimular o colágeno de maneira expressiva. Uma das novidades é o laser de picossegundos. O procedimento é ideal para tratar flacidez e rugas. “Ao entrar em contato com a pele em uma velocidade altíssima, o laser causa o que chamamos de LIOBS, uma ruptura óptica induzida pelo laser. E o estímulo ao novo colágeno para o rejuvenescimento é dado por esse microdano, possibilitando que o paciente não sofra com o efeito térmico do aquecimento, comum em outras tecnologias”, explica a dermatologista Paola.

De acordo com o cirurgião plástico Farinazzo, felizmente, existem muitos tratamentos que podem ajudar a estimular colágeno e tratar rugas no rosto e pescoço, como os bioestimuladores de colágeno. “Os bioestimuladores promovem uma hidratação profunda da pele, estimulando a produção de colágeno e, assim, melhorando a firmeza e a elasticidade da pele, além de diminuir a aparência das rugas”, diz o médico.

Entre os aparelhos, além do ultrassom microfocado, uma novidade é o Surgical Derm, outra nova ponteira da plataforma Solon, que promove a entrada de um plasma de baixa temperatura na derme. “Ao se espalhar na camada mais profunda da pele, o plasma promove uma intensa contração do tecido e uma alta produção de colágeno, reduzindo rugas e flacidez”, explica Salomão Jr. O tratamento é tão poderoso que uma sessão do plasma equivale a quatro sessões de Co2, laser utilizado tratar rugas e flacidez. O procedimento, que dura cerca de 20 minutos, é feito após aplicação de um creme anestésico para diminuir o nível de dor.

Considere um exame genético

Para ser ainda mais efetivo no estímulo do colágeno, um exame genético pode ajudar – e muito. De acordo com o geneticista Dr. Marcelo Sady, diretor geral do Laboratório Multigene, todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com fatores ambientais. “O nosso estilo de vida, nossa alimentação, nível de atividade física e nível de estresse modulam a nossa suscetibilidade genética”, afirma o geneticista.

E existe uma influência genética muito forte que pode ajudar a delimitar a escolha certa de um creme ou de um tratamento. Segundo Sady, o dermatologista pode solicitar o exame Dermatogenética. “Por exemplo, o genótipo do gene MMP1 está relacionado a uma degradação do colágeno oito vezes maior que o normal após a exposição solar. Existe também o genótipo do gene COL1A1, ligado à menor produção de colágeno. É possível ver, além disso, a carência de genótipos de genes como SOD2 e CAT, o que compromete a capacidade antioxidante da pele em responder bem contra a ação dos radicais livres”, afirma o especialista.

Segundo a farmacêutica Mika, quando há uma maior degradação de colágeno, é indicado o reforço de antioxidantes como OTZ 10 (protetor do DNA) e anti-idades como Progeline. “No caso da menor produção de colágeno, o ideal é combinar o uso oral de Exsynutriment e In.Cell para atuação de sustentação da pele e um creme com Hyaxel e Hydroxyprolisilane CN, para hidratação biológica da pele. Quanto à carência de antioxidantes, é necessário reforçar com fórmulas tópicas que tragam ingredientes como Alistin, Superox C, Overnight Repair, Vitamina C e E”, finaliza a especialista.

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