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Posso confiar que meu creme anti-idade realmente vai funcionar na minha pele? Veja 5 dicas

Foto: Park Street/Unsplash

É realmente difícil saber o quanto podemos confiar em um creme anti-idade para tratar manchas, rugas e flacidez. Ficamos até receosos com tanta opção, afinal, a indústria dermocosmética despeja no mercado muitos lançamentos a fim de reverter, pausar ou ao menos desacelerar o processo de envelhecimento cutâneo.

O Brasil sempre figurou no top 5 no mercado global em lançamentos de produtos por ano no setor skincare, segundo a Mintel. Surgem a todo momento novidades contra as rugas, flacidez e todo tipo de cuidado com a pele. Mas será que tudo que chega nas prateleiras realmente funciona? O que podemos esperar de um tratamento cosmético anti-idade?

De acordo com a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os cremes anti-idade funcionam desde que orientados pelo dermatologista, que avaliará a necessidade da pele do paciente, prescrevendo a formulação de um cosmético adequado às alterações. É claro que a atuação de um dermocosmético é limitada, uma vez que ele pode até estimular o colágeno e elastina, fibras de sustentação da pele, mas não terá um efeito de um equipamento a laser, um ultrassom ou uma cirurgia mais invasiva.

“Nós sempre falamos ao paciente, que independentemente da idade, seja aos 40 ou 80, eles podem ter rugas naturalmente, mas precisam ter uma pele tratada, bonita, viçosa, luminosa, tonificada e hidratada. Por exemplo, uma senhora de 80 anos deve ter naturalmente sulcos e marcas, mas essa paciente pode e precisa ter uma pele luminosa, com um quadro de tonicidade e uma pele reconhecida como bem cuidada”, diz a dermatologista.

Mas se você seguir as dicas abaixo, a rotina skincare anti-idade vai valer muito a pena:

Seu creme precisa agir profundamente

A médica conta que as formulações atualmente estão cada vez mais avançadas, com o uso de tecnologias e cosméticos cujas formulações apresentam bio e nanotecnologia, ou seja, vetorização dos ingredientes, o que permite fazer com que esses princípios ativos atinjam realmente o local desejado.

“Antigamente as formulações dificilmente passavam da primeira camada da pele. Hoje, já temos ciência — e caracteristicamente por fruto de pesquisa, estudo e microscopia eletrônica — que aqueles ativos que devem agir, por exemplo, na junção dermoepidérmica (produzindo colágeno 7, que tem função de ancoragem e sustentação mantendo a firmeza) são eficientes, já que há estímulo na área tratada”, completa.

Ou seja, se quiser que seu creme anti-idade tenha eficiência, além de ativos anti-idade, a nanotecnologia é fundamental. “Mais recentemente chegou ao mercado a tecnologia Drone Delivery (Pro Lipo Neo), que promove uma entrega do ingrediente ativo exatamente onde ele deve agir sem perder eficácia. Isso também é um bom sinal para potencializar a ação rejuvenescedora”, diz a farmacêutica Mika Yamaguchi, diretora científica da Biotec Dermocosméticos.

As substâncias precisam estar de acordo com o que sua pele necessita

De acordo com o geneticista Dr. Marcelo Sady, diretor-geral do Laboratório Multigene, todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com fatores ambientais. “O nosso estilo de vida, nossa alimentação, nível de atividade física e nível de estresse modulam a nossa suscetibilidade genética”, afirma.

E existe uma influência genética muito forte que pode ajudar a delimitar a escolha certa de um creme. Segundo Sady, o dermatologista pode solicitar o exame dermatogenética. “Por exemplo, o genótipo do gene MMP1 está relacionado a uma degradação do colágeno oito vezes maior que o normal após a exposição solar. Existe também o genótipo do gene COL1A1, ligado à menor produção de colágeno. É possível ver, além disso, a carência de genótipos de genes como SOD2 e CAT, o que compromete a capacidade antioxidante da pele em responder bem contra a ação dos radicais livres”, afirma o especialista.

Segundo Mika, quando há uma maior degradação de colágeno, é indicado o reforço de antioxidantes como OTZ 10 (protetor do DNA) e anti-idades como Progeline. “No caso da menor produção de colágeno, o ideal é combinar o uso oral de Exsynutriment e In.Cell para atuação de sustentação da pele e um creme com Hyaxel e Hydroxyprolisilane CN, para hidratação biológica da pele. Quanto à carência de antioxidantes, é necessário reforçar com fórmulas tópicas que tragam ingredientes como Alistin, Superox C, Overnight Repair, vitaminas C e E”, explica Mika.

Sua pele precisa estar limpa

Quanto mais a pele estiver higienizada, melhor será a penetração dos ingredientes ativos. Por isso, é fundamental tirar a maquiagem, limpar com sabonete, esfoliar uma ou duas vezes na semana (ou conforme orientação médica) e aplicar o tônico. “A rotina skincare, para essa paciente, é iniciada com a higienização facial, tanto de manhã quanto de noite, com sabonetes naturais. Logo após, fazer uma limpeza com um tônico – se for uma pele mais normal a seca sem álcool e com extratos calmantes, se for uma pele mais oleosa, mista ou acneica, possuir substâncias que sejam mais adstringentes. Esse produto trará o benefício de complementar não só a higiene, mas acalmar, hidratar, mitificar, dessensibilizar, restabelecer o pH entre 5.2 e 5.5 e deixar o tecido pronto para a etapa de hidratação e cosméticos anti-idade”, indica.

Eles também precisam ser potencializados

Mas não adianta achar que o creme anti-idade sozinho poderá fazer milagres. Existem muitos hábitos que devem ser mudados, segundo a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da SBD. “Manter uma alimentação balanceada, por exemplo, é fundamental para oferecer os nutrientes necessários para deixar o cabelo, a pele e o corpo mais bonito. Por isso, é importante consumirmos legumes, frutas e verduras, que são as maiores fontes de vitaminas e nutrientes. A ingestão das vitaminas A, C e E são fundamentais, pois são poderosos antioxidantes que combatem os radicais livres e retardam o envelhecimento da pele. Portanto, inclua no seu cardápio alimentos ricos nesses nutrientes, como laranja, limão, cenoura, morango, brócolis e couve”, diz a médica. Alguns suplementos também podem ser indicados, segundo Claudia, pois eles agem de dentro para fora promovendo estímulo ao colágeno, atuando como antioxidantes, antiglicante (revertendo efeito do açúcar na pele), anti-inflamatórios e nutritivos.

“Podemos indicar InCell para nutrição celular, Exsynutriment para estímulo das proteínas de sustentação, FC Oral para efeito anti-inflamatório, Glycoxil para evitar a degradação do colágeno pelo excesso de açúcar e carboidratos, além de Polypodium Leucotomos e Licopeno para potencializar a proteção solar”, diz Claudia. Além disso, o fotoprotetor de uso tópico é de fundamental importância para evitar que, enquanto você trata sua pele, mais danos se formem. “O uso do filtro solar deve ser feito por todos, já que ele é o principal meio de prevenção do envelhecimento e do câncer de pele. Portanto, use todos os dias o filtro solar, em qualquer estação do ano, e em todas as áreas expostas”, afirma Kédima.

Comece cedo e saiba o que usar

Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da SBD, a partir dos 30 anos observamos os primeiros sinais do envelhecimento cutâneo devido ao início da diminuição do colágeno e elastina e diminuição da secreção sebácea com alteração do nível de hidratação da pele. “Com isso, podemos observar as primeiras rugas finas ao redor dos olhos e o aparecimento de manchas. Por isso, devemos utilizar hidratantes com antioxidantes e estimuladores da produção de colágeno. Se o paciente tiver manchas, o uso de despigmentantes e renovadores celulares são bem-vindos, desde que haja a orientação pelo dermatologista”, afirma a médica.

Algumas décadas depois, pode ocorrer a aparição, na pele facial, de volumetrias negativas, ou seja, gaps, depressões e a formação de linhas e rugas cada vez mais profundas principalmente por conta do envelhecimento natural e das agressões cumulativas (de exposição solar e à poluição) sofridas ao longo dos anos.

“Nesse caso, a rotina skincare exige atenção à hidratação, uso de antioxidantes, fotoprotetor e substâncias poderosas como os peptídeos e fatores de crescimento para fazer reparo, recuperação e estímulo de colágeno na pele. Como as rugas já são mais profundas, a intensidade e a concentração dos ativos são maiores”, diz Claudia, que indica as substâncias: resveratrol, alistin, vitamina C, arct-alg, hyaxel, overnight repair, vitamina E e o ácido ferúlico.

Portanto, o melhor a fazer é procurar ajuda de um dermatologista e seguir suas orientações para o tratamento ideal da pele.

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