Já que a pele é uma extensão só, não tem problema usar no rosto os mesmos produtos que uso no restante do corpo, correto? A resposta é não. A pele do rosto tem lubrificação e características diferentes do restante do corpo, além de ser mais fina. Por isso, nada de passar esfoliante corporal no rosto e hidratante de corpo na face. A dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica os riscos que essa prática pode causar à pele:
Sabonete corporal no rosto – Por ter pH incompatível com a pele do rosto, o sabonete corporal, se usado dessa forma, pode causar ressecamento e aumento da oleosidade. “Se a pele for oleosa, essa prática vai levar a uma desidratação e, em seguida, ao que chamamos de efeito rebote – que é uma produção excessiva de oleosidade, pois o organismo entende que houve uma agressão. Isso pode deixar a pele com excesso de brilho”, afirma a médica.
Esfoliante do corpo no rosto – Um esfoliante facial de boa qualidade deve ter partículas de pequeno ou médio porte, uniformes e de preferência de origem natural, como a seda do arroz retirada da casca deste alimento, das sementes de apricot, linhaça ou um triturado natural como as sementes de tâmara. “O esfoliante deve ter a capacidade de remover as impurezas sem agredir o tecido cutâneo. Para isso, deve apresentar em sua formulação produtos calmantes anti-inflamatórios, hidratantes e antissépticos. Já os esfoliantes corporais devem ter partículas maiores em relação às utilizadas no rosto, e de preferência incorporadas em sabonetes cremosos para uso no banho, ou misturadas a óleos naturais de fácil aplicação, promovendo uma esfoliação homogênea que resultará em uma pele mais fina e luminosa. Eles também podem conter partículas esfoliantes naturais, ou mesmo sal marinho embebido em óleos vegetais”, diz a médica, que completa: “Em resumo, as partículas maiores podem ser agressivas para o rosto, podendo deixar a pele avermelhada, machucada e sensibilizada, o que pode resultar em ressecamento e efeito rebote”.
Hidratante corporal no rosto – Você não deve usar o mesmo hidratante do corpo para a face. Geralmente o hidratante corporal é mais espesso, já que essa pele tem menos glândulas sebáceas e deve ser hidratada com produtos de veículos mais pesados. “Como a pele do rosto é mais sensível, você pode deixá-la por último e usar o seu hidratante facial de uso diário, que deve hidratar, mas pode ter princípios ativos antienvelhecimento, calmantes e que estimulem a produção de colágeno”, diz a médica. “Para quem não gosta de sobrepor muitos produtos, a vantagem é que hoje os protetores são mais versáteis, podendo ter ação de hidratação, ativo antiaging, um controlador da oleosidade, ingredientes calmantes e o protetor propriamente dito. Previne toda a ação do UV, que danifica o DNA da pele, diminui os impactos do ressecamento e tem uma ação nutritiva e antioxidante”, afirma a Dra. Paola. Além disso, muitos produtos de tratamento facial, como ácidos mais agressivos, podem ressecar a pele corporal, que pode ser hidratada após o banho com hidratantes variados.
Protetor solar – Outro que possui consistência mais espessa, o protetor solar corporal não deve ser aplicado no rosto, pois pode deixar a pele mais oleosa. “Pessoas de pele mais seca devem investir em proteção solar facial hidratante, enquanto as de pele oleosa precisam de produtos com efeito mate, oil-free e antioleosidade”, finaliza a médica.