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Coluna Ricky Hiraoka – Cacá Ribeiro: “Os paulistanos enjoaram dos formatos dos clubes noturnos”

Esses dias, comentei com uma amiga que andava desanimado com a noite paulistana. Normal. Circular há dez anos cansa. Passei pelas baladas indies da região do Baixo Augusta. Fui nas casas noturnas “topzera” de quem usa camisa polo e que tinha aquela champanhe cafona com fogo. Acompanhei e aproveitei o surto das baladas pop. Frequentei as festas das agências de entretenimento quando elas ainda não eram muitas e faziam festas diferentes umas das outras.

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Vi uma porrada de casa noturna fechar num curto espaço de tempo à medida que (ótimas) festas de coletivos ocupam espaços públicos e lugares pouco convencionais tiravam a noite da mesmice. Neste cenário, não esperava que eu fosse me entusiasmar novamente por um clube como eu me entusiasmei pelo Clube Jerome, inaugurado no fim de 2016. A pista é pequena, mas a vibe é boa, a música satisfaz e o público é bem bafo! Dá vontade de ir sempre!

Para entender o sucesso do Club Jerome, falei com Cacá Ribeiro, figura conhecida da noite e responsável pela casa noturna.

A noite paulistana viu nos últimos anos um grande decréscimo de clubes noturnos e uma ascensão de festas em locais públicos e baladas organizadas por agências de entretenimento. Os paulistanos enjoaram de boates?

O paulistano sempre foi novidadeiro. Então, acho que, sim, os paulistanos enjoaram dos formatos dos clubes e o mercado está rebolando muito para encher festas e lotar casas.

No meio desse cenário, como surgiu a ideia de criar o Jerome?

Vejo uma volta da música eletrônica mais pura e bem trabalhada, muito boa de ser ouvida em clubes fechados. Há um público que gosta de clubes pequenos e intimistas onde sabe que pode ir sozinho e que vai encontrar um amigo e boa música, drinks elaborados, um banheiro legal e um staff simpático… O Jerome se diferencia por conta da localização (Higienópolis), pelo tamanho, pelo sound system, pela cenografia certeira do Felipe Morozini e pela presença dos sócios sempre no clube, recebendo as pessoas e dando um tom intimista ao local.

A noite está repleta de novos nomes, mas o Jerome tem prezado por gente experiente como Marcelona e Zé Pedro. Por quê?

Talvez o mais experiente seja eu, né? Sempre gostei da mistura do novo com o antigo, Felipe Venancio, Zé Pedro, Marcelona e Mau Mau, por exemplo, são meus amigos de longa data e eu gosto muito de tê-los por perto. Eles são mestres no que fazem, mas nós também apostamos em novos nomes em noites como a No Mercy, Petit e DooDeep.

O que faz uma casa noturna “pegar” e atrair público?

Traduzir o desejo imediato, ter aquilo que as pessoas sentem falta há tempos, brincar com os sonhos e te transportar para outros lugares.

Que baladas e festas você frequenta?

Basicamente frequento as casas nas quais eu sou sócio, nesse momento o Club Jerome e O Lourdes estão no meu radar. Vou às vezes ao D-Edge, Bar Número, Festa Capslock e DownTown.

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