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Sabotage 50 anos: projeto traz feats inéditos com o rapper

Foto: Divulgação

Conforme anunciado especialmente no último dia 3, data em que o rapper Sabotage faria 50 anos, a Som Livre apresenta nesta terça-feira (18.04) o primeiro single exclusivo do novo álbum em comemoração ao cinquentenário do artista. Abrindo os trabalhos da frente musical do projeto #Sabotage50Anos, a faixa escolhida para inaugurar a sequência de feats inéditos do Maestro do Canão com a nova geração da música urbana é uma releitura do hino “Respeito É Pra Quem Tem”, que chega com versos inéditos da rapper carioca N.I.N.A do Porte. A artista também faz parte do videoclipe criado especialmente para este lançamento.

Uma das principais representantes da cena do grime e drill no Brasil, a rapper carioca – que em 2022 apresentou seu primeiro álbum, “Pele”, e conquistou o número de mais de 300 mil streams com uma hora e meia após o lançamento – comenta sobre ter sido escolhida como o primeiro feat deste novo projeto a ser apresentado: “Grandioso ainda é uma palavra pequena para dizer o que isso significa. Acho que a importância de estar nesse projeto – além do fato de ser algo que vai marcar a minha história dentro do rap – é mostrar que a nova geração já bebeu muito da antiga fonte, e que hoje se a gente consegue falar de coisas pesadas de uma maneira mais didática, a gente tem que agradecer muito ao Sabotage”.

Sobre ter tido a oportunidade de inserir novos versos e fazer sua interpretação deste clássico, N.I.N.A acrescenta: “A minha inspiração foi mostrar que existem várias perspectivas de respeito, e que as pessoas confundem muito outras coisas, como poder e temor. Esse é um conceito reinventado dentro de vários contextos sociais. Eu quis falar sobre o que a galera de onde eu vim entende como respeito e mostrar que respeito é tudo que a gente tem mesmo. O resto não vale de mais nada.”

Com produção assinada por Pedro Apoema, a track aposta em uma sonoridade drill – subgênero do rap que, assim como N.I.N.A, também domina -, e combina versos originais na voz de Sabotage a novas rimas trazidas pela artista convidada. O produtor, por sua vez, também fala sobre o novo beat desenvolvido especialmente para a faixa: “Trabalhamos com dois beats, um para a parte da N.I.N.A e outro para do Sabotage. No primeiro quis trazer uma brasilidade mais forte, mas mesmo assim algo denso, e, no segundo, tem uma estética mais gringa”.

Com direção assinada por Gabe e Doug Martins, o clipe tem como cenário real a favela do Boqueirão – lugar onde Sabotage morou a partir do ano 2000 – e apresenta ao público elementos saudosos, que se relacionam com a imagem e a memória do rapper. Mostrando a realidade local por meio de takes que retratam os moradores, cores e texturas, a narrativa é conduzida por meio do olhar de uma personagem central que, em meio à dor de uma perda, vive o dia a dia da comunidade sem deixar de mostrar a sua força, representada por passos de dança contemporânea.

Além de N.I.N.A do Porte, outros nomes foram convidados para os feats, como Apelidado Xis, Filipe Ret, Bivolt, Orochi, Amabbi, Djonga, Sant e Bk. O álbum – que tem previstos ainda o lançamento de outros singles antes do produto final, estimado para novembro – tem direção musical assinada por dois grandes produtores da cena urbana que trabalharam com Sabotage em vida, Tejo Damasceno e Zegon, e ambos são categóricos ao afirmar que o rapper aprovaria o relançamento das faixas com nomes da nova geração.

“Não imagino ideia melhor do que a de misturar várias gerações do hip hop, de vários estados brasileiros, para celebrar os 50 anos do Sabotage. Ideia que se estivesse entre nós, com certeza ele mesmo a teria ou aprovaria. Sem palavras poder fazer parte disso e contribuir neste trabalho que mostrará o carinho e o respeito que temos pelo eterno amigo e gênio da sua arte”, diz Damasceno.

Zegon completa: “Nosso mano Maurinho sempre esteve à frente do seu tempo. Em 2002 já rimava com flows que só surgiram dez anos depois, não tinha barreiras em misturar estilos, e certamente hoje estaria junto e misturado com a nova escola. Ter chance de conduzir e apresentar o trabalho do Sabotage como seria hoje para a nova geração é de uma honra sem tamanho. Com muito respeito, tocar novamente na obra que ajudamos a criar no passado é indescritível”.

 

 

 

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