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“Alujá”: clipe de estreia de Baobá une ancestralidade preta à potência das identidades de gênero não binárias

Baobá – Foto: Camila Rhodes

Em clipe de estreia, Baobá usa os três minutos do single para sintetizar suas amplas  referências e mostrar a que veio. Com vestes vermelhas que representam Xangô, o senhor do fogo, dos raios e do trovão, Baobá cria sua própria narrativa no tempo e espaço: um diálogo entre a ancestralidade do povo preto em diáspora e as múltiplas possibilidades das vivências pretas contemporâneas.

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Na espiritualidade africana, que vive das relações com a natureza, “Baobá” é uma árvore ancestral, presente principalmente em Madagascar e no Senegal. Trazendo em seu próprio nome a história de tempos imemoriais, Baobá começa seu clipe partindo da raiz. “Alujá” tem como primeiro plano a religiosidade, o som do tambor e as representações vivas dos ritos, desde a dança do Alujá à oferenda para Xangô com o quiabo, alimento que assim como Baobá, fez diáspora da África às Américas.

Fincando suas raízes na terra, a narrativa de Baobá é ancestral ao mesmo passo em que é afrofuturista e não binária, mostrando o futuro dentro de uma perspectiva não somente afro, mas afro e apartada da hétero-cis-normatividade. Afro, livre e imperativa como o trovão de Xangô.

Na sonoridade, “Alujá” mergulha de cabeça nas amplas referências negras, tendo o drum & bass do blues como base e o funk, afrobeat e tambor como tempero. O resultado musical é a miscelânea de artista que bebe da água de nomes como Tim Maia, Bob Marley, Os Tincoãs, Gilberto Gil, Juçara Marçal, Metá-Metá e Baiana System.

Além da parte musical, o clipe de “Alujá” se completa com a performance de Baobá adquirida no estudo das Artes Cênicas. Tomando a cena, explora outras linguagens artísticas na dança, coreografada por Vitória Mbengue, e na escolha dos figurinos, que Baobá assina como stylist. Celebrando uma pegada contemporânea tanto na sonoridade quanto na estética e apresentação corporal, Baobá também se define como um nome do afropop.

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