Aiace lança webclipe colaborativo de “Pra Curar”; assista
Foto: Nathália Miranda
Propondo uma nova versão da sua já conhecida faixa, Aiace lança clipe de “Pra Curar” em parceria com a argentina Cata Raybaud. O projeto, em formato íntimo e caseiro, reflete sobre a importância de se conhecer, autocuidar, abrir espaço para mudanças e todas as chamadas pequenas revoluções que podem e devem acontecer dentro de cada um de nós.
“Os símbolos dessa canção, escrita originalmente por mim e Júlia Maia e versionada pela cantautora uruguaia Maité Gadea, são muitos. Falamos da poeira enquanto caminho, da encruzilhada enquanto parte importante do destino, do tempo implacável e certeiro, do medo, das tribulações que chegam pelo simples fato de estarmos vivos e dessa necessidade de procurarmos a nós mesmos para curar as angústias. Embora nos utilizemos de metáforas, sinto que esse som é bem direto na mensagem, especialmente sobre quando aborda a necessidade de deixar o céu desabar para que a bonança possa vir. Enxergo um paralelo grande com o que vivemos hoje”, diz.
Na sonoridade, o vassi, padrão rítmico africano muito executado em terreiros de nação Ketu em Salvador, embala ao lado de vocais suaves, acordes expressivos de violão e notas acolhedoras de um violino comandado por Marcelo Fonseca.
O resultado se conecta com o vídeo colaborativo protagonizado por pessoas diversas, com deficiência física, transexual, drag queen e outres mais que ilustram a estreia. “Esse foi um material idealizado com muito carinho para encurtar um pouco as distâncias entre nós, para mostrar o que outras pessoas estão fazendo pra curar nesses tempos difíceis e para que essas ações possam nos inspirar também. Ele vem como um abraço de cada um de nós que ajudou a construí-lo e como um lembrete de que não estamos sozinhos. São espelhos que criamos para nos enxergar através do outro e nos fortalecer.”
Foto: Nathália Miranda
João Cavalcanti e Lazzo Matumbi estão entre as participações especiais dessa construção imagética assinada pelo produtor executivo Luiz F. Moraes, a roteirista Vitória Kos Orsi e a diretora Beatriz Cruz. Mariana Oliveira e Manoella Soares são as responsáveis pela concepção de arte, enquanto Livia Lamana e a premiada fotógrafa internacional Priscila Beal realizaram a direção de fotografia. Marina Furlan soma o time de produtoras que viabilizaram a ação. A pós-produção contou com Raquel Oyakawa na edição e montagem, e Letícia Cruz na colorização. Paralelamente, Matheus Rocha concebeu o design de pós-produção, Chris Lima o sound design e Marcello Morgan as animações. Além das participações ilustres mencionadas, o elenco – produzido por Guilherme Otero – teve as presenças de Momô de Oliveira, Vanessa Cornélio, Hera Now, Ayla Vitória, Tatah Cordoso, Adriana Souza, Anna Souza, o diretor publicitário Daniel Sewell e outros.
“Essa ideia veio em um momento de muitos desafios, onde o distanciamento da vida social deixava um vazio em mim muito grande. Era um momento de desesperança, ao ver a taxa de mortalidade crescendo, a crise social e política que vivemos aqui no Brasil e os casos ainda mais escancarados de racismo explodindo no mundo inteiro. Eu estava muito machucada e desacreditada mesmo sobre o amanhã. É difícil se mover quando estamos nesse lugar. Daí veio esse clipe e ver pessoas que eu não conhecia acreditando, investindo e potencializando a minha música me fez voltar a acreditar na força da arte como agente transformador. A partir desse abraço que recebi, veio a vontade de sair desse lugar de estagnação e voltar a movimentar. Devo isso à força desse coletivo que se juntou para me apoiar e sou extremamente grata a cada um deles”, finaliza