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R.I.P.

Morreu ontem Gore Vidal, escritor, polemico, genial até o fim

Por Dudi Machado

Agosto começou com um certo desgosto. Morreu ontem (31.07), em sua casa em Los Angeles, o escritor americano Gore Vidal, aos 86 anos. Pensador, ensaísta, crítico, político, Vidal foi genial em tudo o que fez. Sou seu fã. De seu trabalho, de suas posiçõesabertas, francas, verdadeiras. Preocupado com a inteligência e com a coerência, ele não estava nem aí com a babaquisse do politicamente correto. Ligava mesmo para a clareza das ideias, para a verdade. Acreditava que, isso sim, poderia mudar alguma coisa, não hipocrisias baratas para agradar ouvidos mimados. Sua metralhadora, aliás, não poupava ninguém. Pudera, ele fazia com elegância eélan, era mais culto, mais virtuoso, e mais inteligente que a maioria, e não tinha a menor vergonha de exibir isso. Em público, na TV, ou impresso, sempre um provocador.

Trabalhador incansável, publicou 25 romances, o primeiro sobre a Segunda Guerra, da qual participou in loco. Dois livros de memórias – verdadeiros tratados da história do século XX – além de inúmeros ensaios, críticas, roteiros de cinema – Ben Hur e Calígula entre eles – além de textos para teatro e TV. Snob, fazia parte da elite americana, era primo de Jackie O, foi íntimo de presidentes e dos homens mais poderosos de seu tempo. Publicamente desprezava os que classificava como arrivistas, Truman capote e Andy Warhol, entre eles. Dono de frases memoráveis, declarava sem vergonha: “Nuca perco uma chance fazer sexo ou de aparecer na TV.” No vídeo abaixo, no extinto talk show de Dick Cavett, ele destila toda a sua sagacidade contra o escritor Norman Mailer. A participação da jornalista Janet Flanner é impagável. Só o top, assista:

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