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Slow fashion: como o movimento afeta a moda

Atualmente, já é muito frequente a discussão a respeito da sustentabilidade no universo da moda. A conscientização em favor da redução do consumismo e do descarte exagerado de peças estão entre os principais objetivos desse movimento, conhecido como slow fashion.

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Esse conceito passa por diversas variáveis, em especial abrangendo a ideia de que “menos é mais”, com foco na valorização das peças e no uso da criatividade na composição de looks. Inspirado no conceito slow food (que combate o consumo excessivo de alimentos industrializados), o slow fashion alcança pessoas de forma que elas passem a consumir a moda mais conscientemente, ou seja, comprando somente o necessário e reaproveitando peças e acessórios antigos/usados.

O fim das tendências é apontado como sinal dos nossos tempos. Na prática, essa morte ainda está mais para anunciada do que real, mas faz cada vez mais sentido, conforme a vida com um pé no freio passa a ser uma necessidade no lugar da rotina frenética. Prova disso é o sucesso de marcas que fizeram fama negando a lógica de renovação constante da moda. Céline, Givenchy, Marni, Saint Laurent e Gucci optaram pela contramão. Trocaram a adesão aos movimentos do mercado por imagens moldadas ao gosto e sensibilidade de seus diretores de criação. Tipo siga o mestre.

“As grandes marcas sempre procuraram se manter fiéis às suas identidades”, pontua Sofia Martellini, expert do WGSN. “Com isso, o estilo das peças e as coleções costumam sempre seguir uma linha específica, mesmo que aderindo a tendências sazonais, mas isso realmente tem ficado mais forte.” De acordo com ela, os motivos para tanto vão desde a saturação do mercado, mudanças no padrão de comportamento dos consumidores, até a dança das cadeiras na direção das maisons de luxo.

Some aí a certa exaustão ao ritmo acelerado que já causa fadiga – na moda, no mundo e em nós mesmos. Do tempo de vida cada vez mais curto dos produtos e das tendências (principalmente com a ubiquidade do fast fashion), à rotina exaustiva das mentes criativas, que hoje chegam a produzir até seis coleções por ano. “É muito difícil uma marca se espelhar apenas nas tendências da temporada e, sinceramente, se o fizesse, teríamos um mercado repleto de grifes sem personalidade”, opina Sofia.

“A verdade é que a moda é um mercado complexo que, atualmente, comporta os dois movimentos simultaneamente – o de uma moda mais atemporal e o de fast fashion”, continua a especialista. “E muitos consumidores já não estão interessados em comprar uma peça que durará apenas alguns meses ou no máximo uma temporada, e, sim, em peças que são atemporais, que combinem com seu próprio estilo.”

Slow fashion X fast fashion
Se de um lado temos o incentivo de um consumo rápido, especialmente das tendências e inovações do mundo da moda, conhecido como fast fashion, do outro temos a conscientização socioambiental e sustentável dos meios de produção, incluindo o respeito à matéria-prima, que é o movimento slow fashion.

Entre os pontos principais a se destacar nessa comparação, é possível identificar que o conceito de slow fashion não se aplica somente ao que você tem no guarda-roupa, embora seja este o ponto de maior importância do movimento. Mas, também pode ser visto no excesso de calçados, acessórios e itens de maquiagem, que também aparecem no topo do consumismo feminino, principalmente.

Como aderir ao slow fashion?
Um dos pontos mais interessantes do conceito slow fashion é a facilidade na adesão do movimento. Conscientizar-se de que a indústria da moda rápida e do consumismo promovem maior produção de lixo, estimula o trabalho escravo e aumenta a emissão de gás carbono no ambiente, é o primeiro passo para mudar de hábito no excesso de compras.

Outro degrau que auxilia muitas pessoas a chegarem ao consumo consciente está na identificação do seu próprio estilo. Dessa forma, com um estilo definido, a pessoa não é mais atraída por qualquer tipo de lançamento e/ou novidade, mas foca apenas no que cabe em sua personalidade e gosto.

Dentro dessa nova realidade, é a hora de separar o que fica e o que vai embora do guarda-roupa. As peças universais, aquelas que podem ser usadas em diferentes composições, ficam: calças jeans, blusas femininas para o dia a dia, e os calçados neutros e confortáveis são alguns bons exemplos. Mas, aqui o foco é: posso usar essa peça novamente? Se a resposta for não, ela deve ir embora!

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