por redação
Roberto Carlos que se cuide: George Sauma é o novo Rei. No teatro, no cinema e até em concertos, como líder do irreverente Choque do Magriça. E ele ainda vai ser o próprio RC na cinebiografia de Tim Maia, de Mauro Lima. Anote esse nome: George Sauma vem aí!
De George Sauma você pode esperar de tudo. Ele atua, canta e até sapateia. No Tablado, tradicional escola de teatro do Rio, ele descobriu a paixão pelos palcos. Foi lá também que encontrou parte da turma com quem convive até hoje. Com alguns amigos fundou há dois anos o grupo Choque do Magriça – nome que, aliás, vem de um outro dom peculiar: o de rir a ponto de se jogar no chão. O apelido resultou no grupo, que vem arrastando jovens descolados, incluindo atores globais, para suas apresentações.
Recentemente, no show de estreia do primeiro CD Tailaiala (uma alusão – autorizada – à atriz Thaila Ayala) -, atores como Álamo Facó, Daniel Oliveira, Debora Lamm e Raquel Villar ajudaram a lotar o Tablado, onde tudo começou. A linguagem irreverente e as performances incendiárias inevitavelmente lembram os Mamonas Assassinas. Mas o conteúdo, diz George, está mais ligado a Tom Zé, Mutantes e Secos e Molhados.
Em pleno século 21, suas apresentações ainda provocam polêmica pela cena do beijo gay protagonizado entre George e o outro vocalista da banda, Nikolas Bartolo. Há pouco tempo eles foram na emissora da TV Globo e fizeram um beijo gay triplo com o apresentador Jô Soares. Mais polêmica nas redes. George gostou. “Foi delícia”.
O ator é pra se ficar de olho. A par do barulho das polêmicas, é um dos atores mais interessantes da nova cena carioca. Por seu papel feminino em “A Importância de Ser Perfeito”, que retoma temporada dia 13 de junho no Teatro Leblon, ele ganhou o prêmio APTR de Melhor Ator Coadjuvante, desbancando dois atores de “Incêndios”, grande campeão da premiação. Ele também vem brilhando no infantil “Pedro Malazarte e a Arara Gigante”, texto do cineasta Jorge Furtado, que encerra temporada esse fim de semana no Oi Futuro Flamengo.
Nas telonas, ele aparece em breve com “Vestido pra Casar”, comédia de George Sanginitto, com Leandro Hassum e Fernanda Rodrigues. Quer mais? Com previsão para agosto ou setembro, ele chega com tudo como o Rei Roberto Carlos na cinebiografia de Tim Maia, de Mauro Lima. Entendeu porque esse cara é ele? Conheça um pouco mais nessa entrevistinha abaixo concedida à RG. E guarde esse nome.
Primeiramente, por quê Choque do Magriça?
Na época que começamos a fazer as canções eu tinha esse apelido, Magriça. E tinha um negócio que quando eu ria muito me jogava no chão. Esse Choque do Magriça deu nome a banda.
A performance de vocês é muito irreverente. Acho que não vemos algo assim tão divertido e incendiário no palco desde os Mamonas Assassinas. O grupo, de alguma forma, serve de inspiração?
Temos inspiração na irreverência e despretensão dos Mamonas Assassinas, mas nossa linguagem tem como referências outros grupos, Mutantes, Tom Zé, Secos e Molhados. São artistas que usam ou usaram de performances para comunicar.
O álbum de estreia de vocês, Tailaiala, tem músicas que passeiam por diferentes temas – Sarney, o ofício do ator, a felicidade e até Papai Noel – e ritmos diversos também: reggae, samba, pop rock. Como vocês definem a sonoridade do Choque?
Uma mistureba. Sem medo de rótulos. Temos rock, reggae e música black. O momento traz a sonoridade.
Vocês são uma banda independente, que tem conseguido fazer barulho no Rio de Janeiro. Mas como é ser um artista independente num mercado tão acirrado?
Vamos tentando comer pelas beiradas. A cena de bandas alternativas e independentes vem crescendo muito no Rio. Está indo bem.
Tem um trecho do show de vocês em que você e o Nikolas protagonizam um beijo gay no palco. Esse mesmo beijo foi dado no Jô Soares na TV Globo, com a participação dele num beijo gay triplo entre vocês três. Como foi a repercussão disso?
Muito bacana. Aconteceu de forma espontânea e ajudou muito a divulgar a banda.
O beijo gay ainda choca muito a sociedade? Vocês sentiram isso na repercussão do programa? Sentem isso nos shows?
Sentimos que muitos se empolgaram, acho que isso mostra mudanças na forma de pensar das pessoas. Que bom que rolou e que as pessoas gostaram.
Você ganhou há pouco prêmio de melhor ator coadjuvante pela peça “A Importância de Ser Perfeito”. Qual a importância de um prêmio como esse?
Aumentou a confiança na minha carreira e pra carreira da peça. Agora faremos uma temporada de dois meses no Teatro Leblon!
No espetáculo, você interpreta uma mulher, Patricia. Como lidar com esse limite tênue para não cair no caricato?
Tentamos fazer as mulheres da peça com muita verdade. Foi o que buscamos no processo e o resultado foi muito gratificante.
Você também está no infantil Pedro Malazarte e a Arara Gigante. Como é falar com crianças?
Sou cria do Tablado então estou acostumado a fazer peças para criança. É um desafio muito gostoso porque a criança e muito sincera e espontânea. Temos que estar preparados.
Banda, duas peças e cinema. Mês que vem estreia “Vestido pra Casar”, com Hassum. Depois, Roberto Carlos na cinebiografia do Tim Maia. E ainda tem “Divã 2”, que você rodou há pouco. Em qual dessas zonas você se sente mais confortável George?
Adoro fazer cinema e televisão. Aprendo muito! E o teatro é meu quintal. É o amor da minha vida.
Está conseguindo dar conta dessa loucura toda? E a TV? Você fez Lado a Lado, e está em A Grande Família fazendo o Evandro Mesquita mais jovem. Tem vontade de fazer mais novelas?
Gosto muito de fazer televisão. Tem muita visibilidade. Faria outra novela sim, vamos ver!