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A hipocrisia que insiste

Na semana de moda carioca, presença de Valesca e pegação de modelo causam falação sem fim. A liberdade que assusta…

Por Rinaldo Zirrah

Uma pausa na coisa toda de Fashion Rio, mas…ainda nele: esta semana, como você sabe, está acontecendo o evento de moda carioca na Marina da Gloria. E nessa quinta (10.04), penúltimo dia, duas coisas acabaram sendo as mais comentadas: primeiro, a presença de Valesca, que causou um burburinho daqueles. E segundo, a notícia sobre a “pegação” de Carol Francischini e o ex-BBB Alemão.

Aos fatos: pelos corredores do Fashion Rio, certo grupo de três meninas, todas bonitinhas-com-cara-de-mesmo-molde-de-butique estavam afoitas em dividir o mesmo ambiente com Valesca, a eterna Rainha da Gaiola das Popozudas. “Agora você vê, essa aí virou ‘pensadeira’ (sic), onde vamos parar?” dizia uma das garotas. “Piranha agora é sucesso”, reclamava a outra.

Valesca, como todo mundo sabe, surgiu na cena do funk carioca. E não é de hoje. A moça, que antes fazia parte da Gaiola das Popozudas, levava ao palco toda sensualidade – e sexualidade- contida das mulheres. Elas ficaram ali, de forma crua – e nua – mostrando seus desejos extrapolados em forma de música. De lá pra cá, muita coisa aconteceu: lançou carreira solo, hits pra lá de ousados e acabou criando uma legião de fãs por conta de seu pensamento livre. É uma mulher livre. Talvez por isso cause tanta estranheza, numa sociedade que impõe tanta coisa pra gente, com costumes que mais parecem ainda ser medievais.

Eis que, neste mesmo dia, outro burburinho: o tal rala-e-rola de Carol Francischini com o ex-BBB Alemão. O que mais se ouvia? “É uma rodada”. Ora bolas, rodada? É uma mulher solteira, livre, trabalha, paga suas contas, tem uma filha linda – a Valentina. Ela não pode ficar com um, dois, três homens, quando quiser, onde quiser? Se você acha que não, naturalmente está no grupo das moças que são contra a Valesca, né?

E isso assusta: prega-se liberdade o tempo todo. Mas é uma liberdade tão contida. Ou ainda hipócrita. Sabe o que é pior? Ouvir todas essas críticas de…mulheres. Passaram por um momento de terror com aquele erro medonho da pesquisa do IPEA sobre estupro, causam um burburinho na rede para depois taxarem fulana ou sicrana de “piranhas”.

A hipocrisia que ainda insiste em ficar em cada um de nós não perdoa. Se hoje é com Valesca e Carol, amanhã pode ser com você, sua irmã, amiga, mãe…Se a gente realmente quer que as coisas mudem – para todos – o negócio tem que começar de você para os seus.

E como diria Valesca: keep calm e deixa de recalque.

Em tempo: já capinou hoje?

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