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Incorreto e corajoso

Na Pensata da semana, Maitê Proença fala sobre o livro “O grande irmão”, de Lionel Shriver

Por Maitê Proença

Estou lendo e adorando O grande irmão, de Lionel Shriver. Sem usar disfarces ou fazer concessões, Shriver discorre sobre a visita de um irmão obeso. Os hábitos desleixados do rapaz criam problemas nas amarras já frágeis do casamento da narradora. A presença daquele irmão disforme vai desestruturando sua família inteira.

Estou no princípio. Aqui algumas frases que sublinhei:

– Quando o vi balançar as mãos pela primeira vez dentro da pia – agitando os dedos para baixo, plaft, plaft, num pequeno gesto instintivo que garante que não pinguemos água pelo chão todo, no caminho para enxugar as mãos no pano de prato -, eu soube que aquele era o homem com quem me casaria.

– (…) os filhos conhecem seus segredos. Você não sabe os deles.

– Muitas aventuras amorosas degringolam quando não há ninguém a quem trair, como um banco de três pés cuja sustentação seja reduzida a dois.

– Se o peso de meu irmão era sintoma de alguma coisa errada, também era o emblema de uma vaidade. Edison não era do tipo que se submetesse aos azares da vida com uma pancinha. Ruiria no mesmo estilo com que havia arquitetado seu sucesso: em escala grandiosa.

Leia mais crônicas de Maitê Proença e de outras mulheres no site As Meninas.

Da redação: O Grande Irmão é publicado pela editora Intrínseca e sai a R$ 22,90 pelo Submarino

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