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“Ogro Predador”, por Maite Proença

Atriz e escritora discorre sobre os homens que seduzem e, no fim, não querem nada…

Por Maite Proença

Seguindo um pouco além pelos campos sombrios do amor, encontramos uns tipos que seria sábio evitar. Um deles é o predador. Aquele/a sujeito/a que chega seduzindo pra depois consumir sua luz. Ele é afetuoso, interessado, interessante, gentil, e você se larga ali, encantada, vibrante, disponível. Pronto, começa a tormenta, o segredo, os entraves, a mentira.

Entre taças de vinho ele brinca que é um ogro, e você faz pouco caso, a gente sempre faz. Não devia. Minha experiência é de que tudo se mostra, nas entrelinhas da sedução, logo ao princípio do amor – a gente desdenha para em seguida constatar que as cartas estavam sobre a mesa na largada. Há que ser delicado com as relações, tentar ao menos uma polidez. Não conseguimos ser virtuosos, mas na tentativa de parecermos assim, somos virtuosos – a isso se dá o nome de polidez. Sem ela não há amor.

O ogro predador não consegue este feito, nem quer, só tem olhos pra dentro, parece amar de vez em quando, é bom no jogo – questão de sobrevivência na Treva dos predadores – mas a tática é uma farsa pra aliviar sua sede vampira. A agenda dessas criaturas é de consumo, irão se fartar até sobrar pele e osso, empedrados. Você olhará no espelho e não se reconhecerá. Estará fraca/o, sem vontade, e destituída de toda a luz.

Sorry. É só um alô, pra quem caminha em tempestade.

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