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Entrevista: Serginho Groisman

Apresentador fala das suas em entrevista exclusiva para RG Vogue

Priscila Borgonovi, uma das socias da OfficeComm, armou para RG Vogue uma exclusiva entrevista com o apresentador Serginho Groisman. Acompanhe o bate papo, tem de tudo um pouco. A eles: 
 
 


Priscila Borgonovi – Voce cuida de todos os detalhes do “Altas Horas”, apresentacao, direcao e acompanha ate a edicao do programa. Essa preocupacao com a qualidade, nao so do conteudo do programa, sempre foi atenta por voce, ou isso se iniciou na Rede Globo?
Serginho Groisman – Nao. Isso comecou em 1988, na TV Gazeta, onde pela primeira vez apresentei e dirigi o TV MIX. Foi uma experiencia que levei para frente, porque adoro dirigir e porque, como apresentador, estou mais seguro quando comeca o programa. Acompanho de tudo, convivendo mais com a producao, tecnica, cenografia, iluminacao etc.
 
PB – Sabemos que voce e um grande apreciador de filmes de arte e que sai da locadora com muitos deles na mao. Quando surgiu esse vicio? Qual(is) outro(s) estilo(s) de filme voce gosta de assistir?
SG – Gostar de cinema foi um habito que meus pais me “viciaram”. Eles chegavam a ir a dois cinemas num dia. Na minha infancia, aos domingos, era cinema de manha (desenhos) e a tarde no cine Marconi, onde eram exibidos dois filmes. Nao sou ligado a um estilo. Se o filme for bom, pode ser de terror, romance, comedia, documentario. E tambem de paises diferentes. Vale diversificar. Pensei em cursar cinema. Foi por pouco, mas optei pelo jornalismo. Tenho um plano de dirigir documentarios. Participo tambem como apresentador e mediador de debates da Mostra Internacional de Cinema de SP, coordenado pelo Leon Kakoff e a Renata Almeida. Alias, uma das ideias e fazer um curta sobre um ano dos dois, que viajam pelo mundo em busca de filmes diferentes.
 
PB – Em 2006 viveu uma experiencia nova no teatro com a peca: Brasas no congelador sob a direcao de Gerald Thomas. Depois de ser jornalista, professor e apresentador, como foi o desafio de ser ator? Pretende fazer outros espetaculos?
SG – Trabalhar com o Gerald e um privilegio. Eu ia participar so de um trecho de uma das pecas dele “Circo de Rins e Figados”, mas, depois de conversarmos horas, ele achou que eu poderia ser ator. E comecou a me mandar textos pela Internet. Topei, e fui participar de uma experiencia maravilhosa: ser ator! Conviver com atores que batalham para ver seu talento ser reconhecido e incrivel. Ver que o teatro hoje precisa de patrocinio para sobreviver e constatar a batalha para erguer um espetaculo me mostrou uma realidade pratica bem diferente. Mas a peca foi um sucesso e agora quero mais (risos). Para 2008 espero que o Gerald tenha outro texto, porque ele escreve para o ator. Precisa conhecer bem o ator e a companhia para dirigir com humor, firmeza e criatividade.


PB – Quando quer descansar, Iporanga e a praia escolhida para o lazer. Conte um pouco do que gosta de fazer em seus dias de folga na praia e em Sao Paulo.
SG – O que mais gosto de fazer e viajar. Adoro praia, mas gosto demais de conhecer paises e cidades diferentes. Em 2007, trabalhando, fui para Buenos Aires (2 vezes), Toquio, Lisboa, Salvador (3 vezes), Rio (incontaveis), Brasilia. Quando fico em SP vou a shows, janto fora, cinema, teatro… Enfim, o programa de um paulistano sem praia. Mas o que mais adoro mesmo e nao fazer nada! Ficar no ocio, sem ter que pensar em nada…
 
PB – Voce e um dos nossos poucos artistas de alta visibilidade no Japao. Isso se da ao fato do programa ser exibido de dia no pais, alem de todo o seu carinho de anos com o publico japones, ou de brasileiros que vivem no Japao. De onde surgiu essa relacao?
SG – Em parte o fato do programa ser exibido no Japao num horario bom, a noite do domingo, da uma visibilidade maior. Mas minha brincadeira com “Japao, Japao !!!” apareceu por causa da sonoridade da palavra. Ja fui duas vezes pra la. A primeira vez em 2004, para duas palestras em Toquio e Nagoya. Em 2007 para apresentar o Brazilian Day e fazer 12 materias. Sou apaixonado pelo Japao. Uma tecnologia de primeira, um povo respeitador. Tudo e diferente, mas familiar.


PB – Nas suas idas ao Japao qual o objeto que nao pode faltar na mala de volta ao Brasil?
SG – Quando volto de la, nao podem faltar os eletronicos, as pastas de dentes (sou viciado em pastas de varios paises) e os produtos manuais.
 
PB – O Corinthians, seu time do coracao, anda meio “mal das pernas” neste ano. Como fica o coracao do torcedor? Voce e daquele tipo de torcedor fanatico, que vai ao estadio, vibra muito por uma vitoria e sofre com a derrota?
SG – Sou um corinthiano fanatico. Meu pai era sao paulino, mas logo viu que o filho nao seguiria o time dele. Comecei a ir aos estadios e ate viajar pra acompanhar o timao. Depois, mais conhecido, deixei de ir em classicos, porque no futebol, ate aquele que gosta do meu trabalho, se for palmeirense, santista, sao paulino etc, muda de atitude, e passo a ser o Serginho corinthiano. Dai tenho ido menos. Mas nao perco um jogo, seja pela TV ou em grandes jogos do timao nos estadios, Passamos um 2007 pessimo, mas a torcida e generosa e vamos fazer um 2008 melhor (pior nao da, ne?).
 
PB – Voce e um dos mais requisitados mestres de cerimonia do Brasil, apresentando desde premios jovens ate premios de gala. Na ultima edicao do Premio Jovem Brasileiro, voce alem de apresentar o premio, ainda recebeu um deles. Essa sua relacao com o jovem se estreita a cada dia mais. Com 57 anos, qual a sensacao de ser tao destacado na linguagem para o publico jovem?
SG – Me sinto feliz, Nao por achar que sou um adolescente. Nao me comporto como um. Tento ser um jornalista que trabalha com jovens. Meus trabalhos como mestre de cerimonias, palestras, coordenador de debates, sempre sao bem humorados. Mesmo quando falo do terceiro setor, sei que e possivel falar de temais importantes sem ser chato. Acho que isso se deve em parte ao fato de ter trabalhado em radio por tantos anos, o que me deu a possibilidade de improvisar muito.


PB – Voce tem uma proximidade muito grande com seu publico, inclusive, no Orkut, voce se comunica com os fas escrevendo textos, acessando as comunidades em seu nome. Essa proximidade te torna mais proximo do universo deles? Voce se considera jovem?
SG – Sim, no Orkut escrevo textos, quase como um blog. Mas a ideia e ter um retorno do meu trabalho em TV, ja que muitos sao espectadores. Infelizmente por falta de tempo nao tenho entrado tanto. La aparecem pessoas muito diferentes, ate do exterior. Tento responder a todos, mas e dificil em epocas de muito trabalho. Ja disse que nao me considero um jovem. O que tenho e energia, vontade e prazer.


PB – No seu aniversario este ano, a Rede Globo preparou uma surpresa com Erasmo Carlos e Milton Nascimento cantando ao vivo em seu programa. Voce, em algum dia, achou que pudesse ser homenageado por esses 2 icones? O que se passou na cabeca do brasileiro Serginho Groisman nesse momento?
SG – Uma vez por ano, todos os anos, fico incomunicavel com minha producao. Desde o Programa Livre, no SBT, no dia do meu aniversario eu nao tenho ideia do que vai acontecer. Em 2006 a producao criou uma roda de samba com Zeca Pagodinho e convidados. Ja teve de tudo: ate cachorrinhos entrando de pe, e na boca uma faixa com “Parabens Serginho”. Cada ano uma surpresa. Mas em 2007 o encontro do Erasmo com Milton, e outros convidados maravilhosos me deixou arrepiado. Sou fa desses mestres da MPB.
 
PB – Serginho Groisman confessa: (algo que ele nao tenha falado pra ninguem e deseja falar para a RG Vogue)
SG – Eu confesso que nao consigo acordar cedo. So se muito necessario. E uma coisa que me acompanha desde a infancia. Recusei trabalhos por serem muito cedo (apesar de trabalhar na Band FM as 5 da manha no comeco da carreira). Gosto que meu corpo determine a hora de dormir e a hora de acordar. Batalhei muito para ter esse privilegio. Mas na vida, nunca se sabe …..

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