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Guga Roseli: um bate-papo com o nome por trás do Marisco Festival

Por trás de um grande festival, sempre há uma grande equipe. Para botar de pé ano após ano o Marisco Festival, está a Mareh Music, produtora de eventos e selo que investe em ritmos que andam distantes do mainstream musical. O que poderia ser um problema, contudo, é o charme do trabalho.

Batemos um papo com Guga Roseli, o mentor da Mareh Music – e, por tabela, do Marisco Festival – para entender tudo o que ronda o evento e a produtora. Check it out!

O que muda da edição passada do Marisco para a edição do festival neste ano? Que novidades o público irá encontrar?
O Festival tem um conceito bem forte em termos de música. A idéia é unir em um mesmo palco bandas e DJs de diferentes nacionalidades, todos com um pezinho no disco – disso não abrimos mão. Teremos novos artistas neste ano e seguimos descobrindo São Paulo, usando uma locação nunca utilizadas antes! Além disso, dividimos o festival em algumas datas ao longo de uma semana, com a novidade do concerto de abertura, que acontece no glamuroso auditorio que fica em baixo da Avenida Paulista.

O espaço que vai abrigar o festival em 2018 está localizado na antiga zona industrial do Brás. Qual a história por trás do lugar e o que motivo de levar o evento para lá?
Ainda nao posso adiantar muito. O local é inédito, fica no Brás e ja foi sede de uma grande fábrica de pentes!

A pegada disco/soul/funk domina o Marisco. Como é promover um festival em cima de gêneros que estão distantes do mainstream musical?
Esta é uma excelente pergunta. Tenho comigo que o grande desafio de um evento conceitual e independente como o Marisco é temperar a escolha de atrações de forma a conseguir vender o suficiente para pagar as contas. Como estes estilos musicais nao são os mais populares, usamos muito o nome do label como referencia de credibilidade musical para poder vender os convites. Muitas vezes o artista é uma lenda e mesmo assim e desconhecido do grande publico, e nesta hora usamos a Mareh Music como gatilho!

No geral, o cenário cultural brasileiro independente parece sofrer um esvaziamento, motivado principalmente por fatores econômicos. Qual é a fórmula da Mareh Music para conseguir botar de pé os eventos? Concentrar em ‘poucos e bons’ é o caminho?
Olha, é realmente bem difícil fechar a conta, ainda mais na atual conjuntura econômica, mas estamos sempre lutando! Com certeza, fazer menos torna o evento mais especial, mas isso não garante que seja mais lucrativo. Acho que fórmula da Mareh tem sido a longevidade da manutenção de nossas premissas – conceito musical, serviços de qualidade, preço justo, lugares inéditos, entre outras coisas.

A abertura com show da Lincoln Olivetti Band é uma homenagem a um dos maiores nomes da música do Brasil. Quais outros artistas brasileiros você acha que merecem ter o trabalho revisitado em projetos do tipo?
Ah, temos muitos… acho que, além de homenagem, é também a oportunidade de continuar este trabalho de aproximar artistas da música brasileira do publico da música eletrônica, valorizando nossa cultura para uma turma que 5 anos atrás não fazia muito gosto!

Como o show ‘Baile do Flashback’, de Ed Motta, headliner desta edição do festival, traduz o espírito do Marisco?
Acho que este é um show super apropriado. Um super artista Brasileiro, que tem nas suas origens o funk jazz, cantando clássicos do estilo, que na sua grande maioria são de autoria de artistas americanos. As sonoridades deste show foram sampleadas durante anos pela música eletrônica e gerou vários hits que embalaram as pistas mundo afora nas ultimas duas décadas.

O festival apresenta dois dias de talks relacionados ao universo musical. Qual a importância de fomentar esses debates em tempos nos quais as discussões culturais parecem estar tão esvaziadas?
É este o ponto. Quero que o Marisco, assim como a Mareh, ajudem neste resgate cultural, por assim dizer. Tem muita coisa sobre música que vai ser falado neste talks que muita gente da música gostaria de saber e nunca soube! Apesar de já termos alguns eventos parecidos em São Paulo, acho que este tipo de cultura ainda pode ser muito explorada.

Sobre o projeto Babel, o que dá pra adiantar das edições do evento para 2018? E o que rola de novo no selo Mareh para este ano? 
Com tanto techno nas festas Brasil afora, este ano vamos passear sobre clássicos do house americano – Chicago deve dominar as edições de 2018. Já sobre o Mareh… New location!

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