Por Matheus Evangelista
O que esperar de Iris Apfel? Simpática, divertida e autoral, todos sabem que ela é, mas é pessoalmente que ela encanta o mundo – com um sorriso e uma gargalhada ótima, ela desembarcou no Brasil para uma série de eventos a convite da Swarovski Elements. Na noite dessa terça-feira (17.09) ela ganhou um jantar na casa do arquiteto Guilherme Torres – só não chegou pontualmente por conta do trânsito em São Paulo – e se divertiu como nunca. Bebericou uma taça de champagne, comeu todos os pratos criados por Morena Leite, do Capim Santo, e só não abriu a pista porque a música lounge não animou. Ficou até o fim, sem pressa e cheia de papo.
Nesta quarta-feira (18.09), o encontro mais esperado: um bate papo com imprensa e formadores de opinião no JK Iguatemi. Usando um look ousado, com plumas, pulseiras mil e seu tradicional maxi óculos, dava risada de tudo e contava com detalhes momentos marcantes de sua trajetória. “Quando trabalhava no WWD, era chamada de Paper Girl, porque naquela época não havia nada de tecnologia e ficava subindo e descendo o dia todo, carregando papéis e caixas. Ganhava US$15 dólares por semana, mas era divertido”, lembrou.
Contou também de sua passagem pelos corredores da Casa Branca, em Washington, onde ela e o marido Carl Apfel, de 97 anos, foram convidados diversas vezes para decorar a residência oficial do presidente dos Estados Unidos. “Pat Nixon, mulher de Richard Nixon queria tudo. Me acompanhava e queria usar todas as cores, tecidos, quadros. Depois ligava dizendo ‘Eu não sei de nada, venha até aqui mudar tudo e aproveitamos para almoçar’ “, diverte-se. No Brasil pela primeira vez, ficou encantada com o Museu Afro-brasileiro, a mistura de povos e a felicidade geral. “Não esperava nada. Nunca espero. Achei tudo muito interessante. Quero voltar em breve – se houver algum convite para isso, é claro”, finalizou.
“Eu sou muito jovem para fazer e muito velha para morrer. Gosto de experimentar e fiz isso a minha vida inteira. Ninguém precisa fazer uma única coisa, a graça da vida é essa”, disse durante sua conversa com RG. Apaixonada por jeans, ela disse que ‘vive dentro de uma calça’ e relembra para quem quiser ouvir que foi uma das primeiras mulheres a usar a peça, que antigamente só era usada por homens. “Tive que ir até uma loja do exército para conseguir uma. Os números eram gigantes e o vendedor me ajudou a adaptar, cortando e costurando. Jeans é fabuloso, faz parte da minha vida e foi essa ousadia que me colocou no mapa da moda”.
Redes sociais? Instagram? “Eu não tenho tempo pra isso. As pessoas estão loucas, tirando fotos de tudo. Até na manicure. Não sei onde vamos parar”. Entre um chá e biscoitos, relembra que já criou óculos, sapatos, joias e outros acessórios, para RG disse que nada disso é o bastante. “Quero criar o que puder. Não estou morta, preciso fazer alguma coisa. Quero criar jaquetas, vestidos… Tenho criatividade, não medo”. E para finalizar, concorda com a gente de que o mundo está cada dia mais chato. “Eu fico muito triste porque as pessoas parecem mortas vivas, elas andam sem emoção. Atualmente nada mais chama atenção e eu sempre digo que para ser interessante, é preciso se interessar e é isso que falta em muita gente”. Em clima de despedida, ela nos deixou uma mensagem para passar adiante. “Abra sua mente e sua vida. Seja curioso e não uma daquelas pessoas que apenas olham”. Recado dado, Iris!