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Amir Slama e Yarley se unem e lançam coleção agender e plus size

Foto: Danilo Tatagiba

O influenciador Yarley se juntou ao estilista Amir Slama para lançar, em São Paulo, a coleção SLAMB + Yarley, que traz camisetas para adultos e crianças, além de croppeds e babydolls.

A SLAMB, o lado B da marca SLAMA, trabalha com os preceitos da moda consciente, com modelagem unissex e é produzida com base reciclada. Desenvolve collabs com um campo mais livre onde é permitido brincar com o criar. 

“A SLAMB é isso: ela pega peças da Slama e as desarranja, as inverte, as transforma”, comenta Amir Slama. 

O humor desapegado que o influenciador traz em seus vídeos é a mesma força criativa e desapegada a qual a SLAMB carrega, pois é feito sem maquiagens, sem camadas, sem filtros. Parte de uma vontade maior, que vem de dentro, que vem da alma. Que necessita se expressar. 

Foto: Danilo Tatagiba

“Quando se cria a partir de uma vontade genuína, o que resplandece para o mundo é cor, movimento, risadas, expressão que não tem pretensão de seguir modismos, mas de criar algo próprio”, afirma Yarley.

A coleção traz unhas de uma felina, palavras inventadas, rostos fotografados com desenhos brincando em cima, como fazer desenhos na imagem de uma modelo na capa da revista. Já com o babydoll é possível dar um rolê no shopping.

Com cerca de dez peças ícones, a coleção está disponível para vendas na Farfetch no site SLAMB. Parte do valor das vendas será destinado ao hospital filantrópico infantil Sopai, de Fortaleza.

Leia a seguir entrevista que RG fez com Yarley e Slama.

É a sua primeira collab? 

Yarley – É a minha primeira collab em relação a coleção de roupas. Eu já tenho uma collab que é de um outro segmento lá em Fortaleza, Ceará. E agora essa minha collab com a Amir Slama, que tem um alcance nacional. É uma coleção de roupas com tudo que a gente acreditou e idealizou, sabe? Então é a minha primeira collab com coleção de roupa totalmente autoral, minha e do Amir.

Como recebeu o convite para dividir a criação com a Amir Slama?

Yarley – Aconteceu de uma forma muito natural, espontânea. Eu já acompanho o Amir há muito tempo. Ele é uma referência e eu tenho um respeito por ele.  E aí, a gente conversando… Eu comecei a contar os meus sonhos e os meus desejos para ele de uma forma muito natural como dois amigos conversando. Ele falou:  “Yarley, vamos fazer com que essa ideia se concretize, só que tem que ter um bem maior, tem que ter uma mensagem, tem que ter um propósito”. E a gente falou, não é só sobre roupa, é sobre a mensagem que a gente quer passar. E o lado B do Slamb, quando ele me falou sobre ser sem filtro, ser sem camada, ser uma coisa mais real, eu falei que tinha tudo a ver comigo. E aí pronto, foi onde tudo aconteceu. Mas aconteceu de uma grande amizade, não foi convite.

Pretende lançar outras linhas? 

Yarley – Eu pretendo sim, mas tudo com alguma mensagem, um propósito. Eu sou uma pessoa que eu tenho uma motivação interna em relação a tudo na minha vida. E eu gosto de coisas que me representam, por exemplo, a minha coleção com a Amir Slama é uma coleção de dez peças. Cada uma tem uma mensagem por trás dela. E aí, por exemplo, eu tenho vontade pessoal de ter uma coleção de esmalte, de ter uma coleção de unha postiça, e de outras coisas.

Eu quero estar em todos os lugares mesmo, mas lugares que me representam, que eu tenha uma mensagem para passar. Então, sim, eu tenho muita vontade de lançar outras linhas, linhas de tinta de cabelo e por aí vai. Amor, me chama que eu vou.

Qual a sua relação com a moda?

Yarley – Eu acho que a moda quem faz é você. Eu acho que a gente usa aquela coisa que nos representa, que passa uma mensagem, sabe? Eu tenho várias versões. Tem hora que eu quero causar e quero que as pessoas vejam o meu look, tem hora que eu quero estar supercolorido, tem hora que eu sou discreto, mas toda roupa tem uma mensagem. Eu acho que roupa não é gênero. Roupa se veste e não se questiona. Eu acho que roupa é arte e arte se expressa. A arte não tem essa coisa de homem, mulher. A arte é arte. Então, quando eu falo sobre moda, eu lembro muito também do meu passado, porque por eu ser uma pessoa gorda, as pessoas ditam que o gordo, ele só usa aquela roupa grandona que dá, sem detalhes, sem vida. Eu acho que a gente usa o que a gente quiser. Um cropped, uma saia, isso não quer dizer que eu seja homem, mulher. Isso quer dizer que eu sou Yarley, ponto final.

Qual é a ideia de palavras inventadas nas peças?

Yarley – Cada peça tem uma mensagem. Ou seja, são dez peças e cada peça tem uma historinha. Por exemplo, tem a blusa das minhas carinhas, que são as minhas versões. Tem a minha versão criança, a minha versão empresária, a minha versão colorida, a minha versão discreta. Então, a gente brinca com isso porque eu acho que rola identificação, tanto minha quanto as pessoas que me acompanham. Eu acho que quando as pessoas compram um produto, elas acham o produto bonito, mas eu acho que hoje em dia a gente não compra um produto por ele ser um produto. Existe uma mensagem por trás daquilo ali. No nosso caso, por exemplo, uma parte da venda será revertida para o Hospital Sopai, que é um hospital filantrópico infantil de Fortaleza. É sobre o propósito, o objetivo e a mensagem que a gente quer passar.

Foto: Danilo Tatagiba

Como surgiu a ideia dessa collab ?

Slama – A ideia da collab surgiu com o propósito de expandir a moda, incorporando-a ao humor. É indubitável a forma como a arte e suas segmentações estão cada vez mais integradas, justamente por terem as mesmas aspirações.  A SLAMB e o Yarley compartilham da mesma vontade de serem livres em suas respectivas artes e formas de se expressar. 

Qual o público alvo? 

Slama – O propósito da collab é não trabalharmos em cima de uma distinção de gênero ou idade, logo, nossa coleção busca tocar pessoas, que como nós, estão dispostas a se libertarem das definições impostas pelo normativo.  

Quantas peças tem na coleção?

Slama – Total de 13 itens, incluindo um acessório e peças com modelagem infantil. 

Em que você se baseou para criar a linha? 

Slama – Na liberdade de se expressar e criar sem a necessidade de seguir as tendências e modismos. O ponto de partida foi incorporar o humor na coleção, com isso, pensamos no lúdico como cor, movimento, tipografias e intervenções animadas.  

Qual a importância de uma modelagem maior, que atenda todos os corpos? 

Slama – Para nós os itens de vestuário não são responsáveis pela distinção de corpos, elas servem o propósito de atender a necessidade do vestir e a nossa moda baseia-se nessa visão. Não existe um corpo certo ou errado, apenas corpos e todos merecem ser atendidos; usados por quem quiser.   

A SLAMB é o lado B da Slama, mas tem vida própria, a que você atribui esse sucesso? 

Slama – A SLAMB surgiu através de uma vontade de poder brincar com as possibilidades que a moda traz. Bebendo diretamente das artes plásticas e cênicas, ela carrega consigo um espírito rebelde e experimental. Como Peter Pan tentando agarrar sua sombra, a SLAMB gosta de passear por aí!

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