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Ateliê Vivo faz residência no Theatro Municipal até dezembro

O foco das oficinas é de figurinos que fazem parte da história dos espetáculos que passaram pelo Theatro Municipal – Foto: Larissa Paz

Projeto artístico que busca fazer com que as pessoas descubram a magia e os processos envolvidos em costurar sua própria roupa, o Ateliê Vivo faz uma parada de sua escola num espaço especial da cidade: o Complexo Theatro Municipal. E, para celebrar a ocupação, o foco das oficinas é de figurinos que fazem parte da história dos espetáculos que por aqui passaram, assim como dos artistas que integraram as equipes dessas obras no Theatro Municipal. Isso significa que os participantes poderão, gratuitamente, sair com peças do vestuário como saias, coletes, kimonos, vestidos, entre outros, pensadas e executadas por grandes nomes da arte do figurino e da moda brasileiros, entre eles Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Dener, Gabriel Vilela, Burle-Marx, Gianni Rato, entre outros.

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Projeto artístico transdisciplinar independente que tem como sua principal frente a edução e experimentação no trabalho com processos manuais têxteis e de vestuário, o Ateliê Vivo une moda, estética e identidade, buscando ampliar o acesso democrático de modelagem, costura, estamparia, bordado, entre outras técnicas, que serão trabalhadas durantes as oficinas.

Para a realização dos trabalhos, a equipe do Ateliê trouxe dez mesas com kits que incluem tesouras, moldes, tecidos, alfinetes, máquinas de costura e que ficarão durante um período na Praça das Artes e, posteriormente, na varanda do Theatro Municipal – confira cronograma abaixo. Quatro integrantes do projeto, Carolina Cherubini, Gabriela Cherubini, Andrea Guerra e Flavia Lobo de Felicio conduzem os trabalhos junto ao público participante. A primeira oficina aconteceu nesta quarta-feira, 19/10, às 10h, na Praça das Artes, com a feitura de uma saia de Flávio de Carvalho que usava colagens têxteis em formatos de mãos, parte da linguagem do coletivo. A duração dos trabalhos é de aproximadamente 3h.

“Escolhemos as modelagens de peças que integraram espetáculos com relevância tanto pelos artistas que as criaram quanto pela importância que tiveram para a história do Theatro, caso da saia que abre o projeto, que integrou o balé do IV Centenário”, explica Andrea Guerra, coordenadora, professora, figurinista e educadora que conduz as oficinas. A seleção dos moldes por parte da equipe passou por revisitar mais de 22 mil figurinos que compõem a Central Técnica de Produções Artísticas Chico Giacchieri, com trabalhos que vão desde o início do século XX até os dias atuais, e selecionar 12 peças icônicas, chamando a atenção para a importância da conservação de acervos históricos. “As modelagens são cópias adaptadas, para que possamos tornar o mais acessível quanto possível a feitura da peça e, também, para promover essa experiência de entrar em contato com uma obra de arte e transformá-la em algo usável”, completa.

As peças costuradas também são feitas em tamanhos únicos e ajustáveis para diferentes corpos. Cada participante irá construir sua própria peça agregando sua própria criatividade por meio da escolha dos tecidos, aviamentos e intervenções criativas sobre trabalhos de Flávio de Carvalho, Chico Giacchieri, Gianni Rato, Roberto Burle Marx, Di Cavalcanti, Dener Pamplona de Abreu, Gabriel Vilela, Mira Haar, Atílio Bachera, Elena Montanari, Domingos Fuschini; e das óperas: Balé do IV centenário — 1954, La Vida Breve — 1983, II Pagliacci — 1951, Os contos de Hoffmann — 2003, Gianni Schicchi — 1992, Colombo — 1981, Condor — 2005, Otello — 1948, Madame Butterfly — 2000 e Lakme — 1972.

Quem participar da oficina terá a oportunidade de conhecer um pouco mais da história tanto dos espaços nos quais irão desenvolver seu trabalho, como dos espetáculos e da própria história do Ateliê. Em seguida, poderão selecionar tecidos sustentáveis, muitos deles feitos de materiais reaproveitados, como garrafas PET, e tecnológicos, fornecidos por patrocinadores. Os moldes das oficinas serão todos incorporados aos mais de 400 moldes do acervo do projeto de estudo, prática e alfabetização têxtil.

Vale lembrar que, para participar, não é necessário ter conhecimento básico de costura e a idade mínima é de 16 anos. As inscrições são realizadas pela equipe, no local, por ordem de chegada 30 minutos antes do início da atividade, que conta com 10 vagas por dia.

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