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Stylist Luiz Plínio fala sobre desvalorização de marcas nacionais entre celebridades

Stylist Luiz Plínio – Foto: Divulgação

Não é novidade que as novidades do mercado da moda são impactadas pelas grandes maisons internacionais –  as famosas grifes. É a partir de suas coleções que surgem as tendências vistas no TikTok e nas lojas de departamento mais populares, por exemplo.

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Contudo, uma parcela da indústria acaba sofrendo com isso: as marcas locais e nacionais. Segundo o stylist Luiz Plínio, as produções acabam desvalorizando artistas e peças produzidas no Brasil.

“Nos últimos anos, temos visto grandes artistas de Hollywood dando espaço para novos artistas na hora de desfilar nos red carpets. Mas, aqui, ainda vemos muitas celebridades presas a grandes grifes nesse momento. É algo cultural. O brasileiro não valoriza o que é feito aqui”, afirma o profissional.

No ano passado, a campanha “Eu Apoio a Moda Nacional” viralizou nas redes sociais com o apoio de vários famosos, como Angélica, Bruna Marquezine, Cauã Reymond, Claudia Raia, Isabeli Fontana, Isis Valverde, Mariana Ximenes, Marina Ruy Barbosa, Sabrina Sato, Thaila Ayala e Xuxa. Mas, de acordo com o stylist, a campanha não alcançou muitos resultados efetivos fora da internet.

“Faltou pensar em como isso poderia ajudar, de fato, a indústria fashion. A campanha foi muito teórica. A gente sabe que, na prática, tudo muda. Rede social não é vida real, e tem gente que fala apenas o que os espectadores querem ouvir”, defende.

Em seus trabalhos, Plínio sempre busca incluir marcas brasileiras nos outfits das modelos. “Na verdade, quase todo stylist ou produtor de moda que é novo no mercado, no início, não tem acesso às grifes. Eu, por exemplo, não tive. Mas amo as marcas brasileiras e sempre uso nas produções, até os dias de hoje”, explica.

Ele revela que nenhuma famosa recusou vestir marcas brasileiras nos ensaios, mas percebe que há um interesse a mais quando os looks envolvem peças de grife internacionais.

“Vejo que algumas clientes enchem os olhos quando o item é de alguma maison. A empolgação muda. Inclusive, é comum a gente ver marcas daqui indo fazer campanha fora, para agregar valor à peça. Mais um retrato dessa desvalorização, que, infelizmente, é real”, lamenta.

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