Mila Silbermann , sócia-fundadora da Inffino – Foto: Divulgação
Há alguns anos, o conceito de democratização de artigos de luxo se popularizou nos Estados Unidos e ao redor do mundo. E é claro que a ideia de brechós de roupas luxuosas em algum momento chegaria também ao Brasil. As chamadas peças “second hand”, ou segunda mão, já estão em alta no País, porque trazem um preço bem mais acessível e mantém a qualidade que torna aquele produto valioso.
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Esse mercado cresceu muito nos últimos anos por diversas razões. Além da vantagem financeira, o second hand tem como foco a sustentabilidade, um ponto que ganha cada vez mais atenção na moda. Isso porque a prática reduz o desperdício, a produção de novos tecidos e os gastos com energia. Também prioriza a economia circular e compartilhada, outra grande tendência da área.
Mila Silbermann com produtos da Inffino – Foto: Divulgação
Mila Silberman é um dos nomes deste mercado. Ela é sócio-fundadora da Inffino, plataforma online de comercialização de artigos de luxo seminovos. Ela conta como percebeu a demanda não atendida por esse tipo de negócio. “Em 2011, eu comecei a vender nas redes sociais algumas peças minhas, depois também de alguns amigos e familiares. Todos queriam desapegar e tinham mantido os produtos em ótimas condições. Com o tempo, fui encontrando mais e mais pessoas interessadas em adquirir esses itens que, de outra forma, ficariam parados no armário de alguém”, explica a empresária.
A partir disso, Mila construiu a marca que se tornou um dos maiores brechós de luxo online do Brasil. Sua experiência permite auxiliar aqueles que querem renovar o guarda-roupa com requinte, gastando menos e prezando pela sustentabilidade. Desta maneira, ela reuniu algumas dicas para os novatos no mundo do luxo second hand
1. Confirme a credibilidade
Antes de iniciar as compras em qualquer estabelecimento, é importante verificar sua credibilidade. O cliente deve pesquisar para saber se a empresa tem uma boa reputação e qual seu processo para disponibilizar as peças para venda. “Todos os itens que colocamos à disposição do público passam por uma curadoria, verificação de originalidade e estado, e higienização antes da publicação na plataforma”, Mila exemplifica.
2. Verifique a autenticidade
Se a loja já possui boas avaliações, é improvável que exista algum problema com falsificações de produtos, mas ainda é uma boa ideia confirmar. É possível verificar a autenticidade de acordo com a marca de cada peça. Cada fabricante indica uma série de códigos para fazer essa análise, desde logomarcas e etiquetas em posições específicas até peso e texturas.
Produtos da Inffino – Foto: Suelen Furlan Valentino
3. Compare
A comparação de preços é ideal para que o consumidor perceba o quanto está, de fato, economizando. Existem muitas variáveis que determinam o valor das peças, principalmente seu estado de uso. Uma empresa transparente deixará tudo bem claro nas especificações, e o cliente poderá fazer uma comparação justa com a loja oficial da grife em questão.
4. Atenção aos marketplaces
Em alguns casos, páginas de marketplaces anunciam produtos de diversos brechós diferentes, o que dá a impressão de grande variedade de produtos, mas na verdade se trata de uma “vitrine sem dono”. Como essas peças precisam passar por processos de autenticação, o ideal é só adquiri-las diretamente nas lojas. Caso contrário, o cliente fica à mercê do anunciante, que não tem realmente nenhum controle sobre os produtos.
5. Confira as condições de compra
A burocracia pode ser um impeditivo para muitas pessoas, principalmente quando querem uma peça já pensando em determinada situação para usá-la. Por isso, vale a pena verificar as condições de compra do brechó. Isso inclui detalhes como prazo de entrega, formas de pagamento e políticas de devolução e garantia. Também é válido confirmar se as peças estão em poder da loja ou do antigo dono, o que aumentaria o período para entrega.
Mila finaliza mencionando que um bom brechó tem como maior objetivo garantir a satisfação com o produto: “A ideia é oferecer, no second hand, a mesma experiência que o primeiro dono teve. O deleite de ter uma peça de luxo não precisa acabar no primeiro uso”.