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“O mercado da moda pode ser muito duro para as adolescentes”, diz a modelo Marília Falkenberg

Foto: Divulgação

O sonho de muitas meninas e adolescentes é fazer parte do mundo da moda. A profissão de modelo sempre foi, de certa forma, glamorizada: o dia a dia seria resumido a cuidar da beleza e vestir roupas caras, além de desfilar e posar para marcas renomadas ao redor do mundo. 

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Mas a realidade não é bem assim; na verdade, o mercado da moda costuma ser difícil e altamente competitivo, especialmente para as iniciantes. 

A modelo Marília Falkenberg viveu isso na pele, e ela começou sua carreira aos 10 anos. Marília destaca alguns desafios das modelos mais jovens, que entram em um universo totalmente novo e intenso, como o da moda, de maneira precoce. 

“O mercado da moda pode ser muito duro para as adolescentes. Ele exige muito de todas as modelos, mas a cobrança para as mais jovens assusta as meninas”, reflete. “Essas modelos precisam viver em outro estado ou país e longe de suas famílias. Assim, saem da zona de conforto e criam independência muito cedo, em um momento no qual ainda não estão preparadas.”

“Com uma competição cada vez mais acirrada dentro da indústria, é comum sentir sobrecarga física e mental porque algumas precisam seguir um padrão de medidas que é praticamente impossível de ser alcançado. Como ainda não possuem o corpo totalmente formado, as mais novas cabem no tamanho das peças, mas podem se frustrar muito ao longo do tempo, já que aquele corpo logo vai se transformar com os hormônios da idade.”

Foto: Divulgação

Os jogos de poder dentro da hierarquia da moda podem provocar estresse e outras consequências psicológicas, como problemas de autoestima, ansiedade e até depressão, nos casos mais graves. Hoje, Marília reforça a importância de esperar a maioridade, ou seja, completar 18 anos, para entrar de cabeça no universo fashion. 

Ela destaca que o apoio da família foi fundamental para que esse processo acontecesse de forma saudável. “Na infância, participei de concursos de modelos de grandes agências, mas meus pais sempre priorizaram meus estudos. Hoje em dia, depois de concluir a faculdade de moda, trabalhar em revistas do setor e conviver com muitas modelos, entre elas várias menores de idade, vejo a importância de terminar de estudar e de ter a cabeça mais madura para esse mundo.”

O movimento de defender a maioridade das modelos ganhou força nos últimos anos, junto aos debates sobre o bem-estar no ambiente corporativo. A idade das modelos, portanto, tornou-se um elemento de um cenário maior: as condições de trabalho da indústria da moda e todas as pressões que as modelos enfrentam, sendo uma das funções mais vulneráveis dessa cadeia.

“Muitas marcas famosas como Gucci, Saint Laurent e algumas agências internacionais estão deixando de contratar modelos menores de idade. E acredito que mais profissionais vão aderir a isso. Creio que o mais importante é estar física e mentalmente preparada para entrar no mundo da moda e isso requer, sim, uma idade mínima”, completa Marília.

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