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O sergipano Kaique Oliveira é um desses caras que nascem com talento. Conhecido por vestir celebridades como Anitta, Xuxa, Iza, Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Bianca [Boca Rosa], Brunna Gonçalves [dançaria e mulher de Ludmilla] etc., ele, quando jovenzinho, aos 14 anos, trabalhou em loja de construção e foi vendedor de água. Quando chegou a São Paulo, em 2012, trabalhou em loja de roupa.
Sua moda é voltada à mulher brasileira, é daí, justamente, que ele tira sua inspiração. “Eu absorvo a tendência do momento e trago para o nosso universo, para o que elas desejam”, diz.
Para o futuro, além de continuar com sua moda, quer ajudar pessoas por meio de sua história, gerar empregos e colaborar de alguma forma com o meio ambiente, sempre ligado à moda, além de vestir Dua Lipa, o que para ele seria um sonho.
Leia a seguir entrevista que RG fez com o estilista.
Você chegou a trabalhar com outra coisa senão como estilista?
Meu primeiro trabalho foi aos 14 anos em uma loja de material de construção, depois fui vendedor de água, cheguei em São Paulo e trabalhei em loja de roupa.
Como começou a criar moda?
Minha mãe é costureira e eu cresci em meio a isso, tecidos e linhas, meu primeiro contato com a moda foi desde novo. Eu fazia roupas para bonecas e a minha primeira peça foi para minha irmã, daí em diante me apaixonei.
Alguma celebridade já te surpreendeu e usou um de seus looks sem ter conversado com você antes?
Pensar nisso é muito surreal, minha intenção nunca foi criar uma marca para grandes nomes, para celebridades, eu sempre quis viver das minhas criações e só. Curiosamente, a primeira pessoa a vestir uma roupa minha foi a Anitta, e depois que ela apareceu vestindo algo meu, todo o mercado se abriu e as coisas mudaram radicalmente. E é sempre uma surpresa para mim, muitas vezes me deparo nas redes sociais com pessoas vestindo minhas roupas sem saber exatamente que são minhas, e é sempre um grande privilégio. Mas muito além disso, eu faço moda para todas as mulheres independentemente de quem seja ela.
O mundo da moda é considerado um dos mais difíceis no Brasil. Em algum momento você pensou em desistir?
As circunstâncias ao redor da minha vida poderiam ser considerados motivos para nem sonhar. Eu sou gay, nordestino, vim de uma família humilde e, por isso, talvez eu poderia pensar que não conseguiria notoriedade, atrair os olhares do mundo. Eu confesso que eu sonhei pouco, mas o pouco que eu sonhei levou – com todos os meus atributos – onde eu estou.
Teve o apoio da sua família?
Minha família sempre me apoiou da forma que pôde, não de uma perspectiva material porque a origem humilde não permitia, mas nunca me faltou amor e torcida a meu favor. Mas qualquer forma sempre segui na direção que meu coração apontava, muito independente da opinião das pessoas, sem grandes expectativas.
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Teve algum momento em que percebeu que sua carreira estava começando a dar certo?
Acho que apontar que minha carreira deu certo ou errado é algo um pouco complexo, eu ainda me sinto vivenciando o início, vivendo novas experiências, trilhando um caminho incrível exatamente do meu jeito, fazendo o que eu amo, e no fundo é isso o que eu considero importante. Não gosto de pensar que já deu certo, sempre temos novos desafios, e aprendizados, é são esses novos desafios e aprendizados que me tornam um profissional único.
Qual sua inspiração na hora de criar?
Em todas as coleções, minha inspiração é a mulher brasileira, eu absorvo a tendência do momento e trago para o nosso universo, para o que elas desejam.
As redes sociais tiveram qual importância na sua vida profissional?
Sem as redes sociais muito provavelmente nada do que a Kaoli [sua loja] representa hoje teria acontecido, tanto para a loja quanto para a minha vida, devo toda a relevância que meu trabalho tem nas redes sociais. Tudo faz parte de um conjunto, eu consegui conectar pessoas por meio das minhas roupas e das redes sociais, e isso me abriu diversas portas. Hoje, 90% da minha empresa depende das redes sociais, então acredito que o coração da minha marca é a minha inspiração e a presença virtual.
Como começou a ter contato com celebridades? Consegue avaliar a importância das parcerias junto ao reconhecimento dos famosos?
Eu era só um garoto quando comecei a desenhar minhas peças, eu só queria ser feliz e viver do meu trabalho, do que eu amo e sei fazer. E foi exatamente assim que cheguei até as celebridades, expondo meu trabalho e fazendo-o da melhor forma possível, e eu entendi que isso estava de fato acontecendo quando comecei a receber os primeiros contatos das pessoas famosas. A visibilidade é indiscutivelmente maior quando alguém famoso usa algo seu, é como uma explosão, seu trabalho se espalha com muita rapidez, e eu sou muito grato a esse perfeito acaso, porque ele alavancou a imagem da minha marca e me trouxe pessoas e momentos muito especiais.
Acha que já atingiu o ápice da sua carreira ou almeja mais? Aonde quer chegar?
Eu não acredito em ápice da carreira, eu sempre vou ter algo para mostrar, para realizar. O que eu tenho para mostrar para as pessoas é muito maior do que tudo isso, eu quero ter uma carreira consolidada, quero fazer história tanto na minha vida quanto na vida das pessoas, acho que meu grande propósito é uma nova forma de fazer moda.
Qual a dica você dá para quem está começando no mundo da moda?
Minha maior dica é: estude muito, dedique-se de corpo, alma e coração no que faz, mas saiba reconhecer a diferença entre teoria e prática, existe uma linha muito tênue entre esses dois, às vezes, só a teoria não vai funcionar tão bem, você precisa ter prática, vivencia, e colocar um pouco de personalidade em cada traço. Entenda o que seu publico-alvo deseja no momento, independentemente de tendências, estude as pessoas que você pretende atingir, não se desligue totalmente, mas saiba dar o equilíbrio entre o que acontece de mais novo, e o que seu publico quer ver e usar, hoje é uma das coisas mais importantes, e estratégicas que uma marca pode fazer.
Que celebridades gostaria de vestir?
Eu amo a Dua Lipa, um sonho (rs).
Quais são os próximos passos?
Meus próximos passos são ajudar pessoas por meio da minha história, gerar mais empregos e abrir a primeira franquia de Rental Store, ajudando o meio ambiente e melhorando a ideia de consumo excessivo ligada à moda, quero mostrar que com o meu trabalho também consigo ajudar muita gente e muitas famílias.
@kaiqueoliveirar
@kaoli.oficial