Além de sua própria grife, o estilista Karl Lagerfeld, que morreu nesta terça-feira (19.02), aos 85 anos, em Paris, foi um ícone criativo por trás de grandes marcas como Tommy Hilfiger, Chanel e Fendi.
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Quem foi Karl Lagerfeld?
Um dos estilistas mais aclamados do mundo, Karl Lagerfeld nasceu em Hamburgo, na Alemanha. Nunca revelou sua data de nascimento, acredita-se que ele tenha nascido em 1933, embora ele próprio tenha citado ser 1938. Conhecido por seus projetos ousados e reinvenção constante, ele foi saudado pela imprensa como o “tradutor incomparável do hype do momento.”
Sua História
Karl, originalmente Karl Otto Lagerfeldt, nasceu em Hamburgo, Alemanha em 10 de setembro de 1933. Muitas vezes elogiado por sua constante reinvenção, ele removeu o “t” no final de seu sobrenome no início de sua carreira, para fazer com que parecesse “mais comercial”.
O pai de Lagerfeld, Christian, fez fortuna levando leite condensado para a Alemanha. Karl e sua irmã mais velha, Martha, e a meia-irmã, Thea, cresceram numa família abastada. Lagerfeld sempre teve apoio para suas atividades culturais e intelectuais. Sua mãe, Elizabeth, era uma violinista experiente e conversava ao jantar temas como filosofia e religião.
Quando Hitler subiu ao poder na década de 1930, os Lagerfelds mudaram-se para uma área rural do norte da Alemanha, no qual Karl, mais tarde, relataria ter sido podado de qualquer conhecimento sobre os nazistas.
Desde cedo, Karl manifestou interesse por design e moda. Quando criança, muitas vezes recortava fotos de revistas. Também era conhecido por criticar o que os outros usavam para ir à escola, mas só na adolescência, depois que sua família retornou a Hamburgo, foi que ele mergulhou no mundo da alta moda.
Início de carreira
Aos 14 anos, tomou a decisão corajosa e, com a benção de seus pais, mudou-se para Paris, sabia que seu futuro não estava na Alemanha. Já tinha estado lá dois anos antes quando apresentou uma série de desenhos e amostras de tecido para um concurso de moda. Ficou em primeiro lugar na categoria “casaco” e acabou conhecendo outro vencedor, ninguém menos que Yves Saint Laurent, de quem que se tornaria um amigo próximo.
Logo, Karl trabalhou em tempo integral com o designer francês Pierre Balmain, primeiro como assistente júnior e depois como aprendiz. Era uma posição exigente, e o jovem designer permaneceu lá por três anos. Assumiu o cargo de diretor criativo em outra maison antes de se dedicar a seu próprio projeto, em 1961.
Com um trabalho impecável acabou desenvolvendo coleções para Chloè, Fendi (na qual foi contratado para supervisionar a linha de casacos da grife). Tornou-se conhecido na indústria da moda por seu estilo inovador e atual. Mas também apreciava o passado e muitas vezes fazia compras nos mercados de pulgas, encontrando velhos vestidos de noiva para desconstruir e repaginar.
Anos seguintes
Na década de 1980, Karl foi considerado “a estrela” do mundo da moda. Era o favorito da imprensa, que adorava falar sobre suas mudanças de gosto e vida social. Sempre estava em companhia com outras grandes estrelas, incluindo seu grande amigo Andy Warhol.
Durante a carreira, desenvolveu uma espécie de reputação de “pistoleiro” por não ficar muito tempo em nenhuma grife, além de um histórico de sucesso que poucos designers podem se igualar. Na Chanel, no começo dos anos 80, fez o que poucos acreditavam: deu vida à marca que era dada como esquecida e fez com que sua linha se tornasse popular e virasse item de desejo.
Por volta de 1984, construiu a ideia que descreveu como “sensualidade intelectual”. Com o passar dos anos, a marca desenvolveu uma reputação de alfaiataria de qualidade com peças ousadas de ready-to-wear, com os famosos casaquetos de tweed em cores vivas. Em 2005, ele vendeu sua marca para a Tommy Hilfiger.
Filmes e fotografias representavam sua obra. Em 2011, desenvolveu uma linha de vidros para a empresa sueca Orrefors e assinou contrato para criar uma nova coleção de roupas para a Macy’s. Em 2015, abriu sua primeira loja Karl Lagerfeld em Doha, no Qatar.
No entanto, o lendário designer começou a desacelerar enquanto avançava para meados dos anos 80. Gerou preocupação por não aparecer no final do seu desfile para Chanel em Paris no início de 2019. A maison justificou que o “Kaiser” estava cansado.
Lagerfeld diz: “O que mais gosto é fazer algo que nunca fiz antes”.
Com informações do Biography.com.
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